
23/06/2024
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SIGNIFICADO DA CRUZ DA ORDEM DE CRISTO
A Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, vulgo Ordem de Cristo, fundada em Portugal pelo rei D. Dinis em 15 de Março de 1319 e que veio a ser herdeira universal da extinta Ordem dos Templários, além de incorporar os antigos cavaleiros do Templo adoptou igualmente a sua primitiva cruz, com ligeiras alterações.
A Cruz de Cristo, tornada célebre com a Diáspora Marítima dos Portugueses no Mundo e que hoje é o ex-libris das Armas Nacionais, possui uma relação privilegiada com a simbologia tradicional que vem a revelá-la dotada das mesmas propriedades miraculosas já antes atribuídas à Cruz Templária (por se lhe atribuir a maioria dos milagres que ocorriam sob a sua evocação), e se até as cores de ambas é a mesma, o vermelho indicativo do Sangue Real de Cristo, também é igual o seu esquema geométrico.
A única diferença notável é ser a Cruz Templária a Latina ou Ocidental da Regra Bernardina (S. Bernardo de Claraval inspirou a fundação da Ordem do Templo), e a de Cristo a Grega ou Oriental da Regra Beneditina (os Freires de Cristo seguiam a Regra de S. Bento). Mas se as extremidades das hastes da Cruz do Templo são em acha, vê-se terem evoluído para triângulo na Cruz de Cristo, vindo designar as 3 Pessoas Divinas da Santíssima Trindade.
A Cruz da Ordem de Cristo constituiu-se partir do octógono (para os cristãos, o número 8 é o valor indicativo da Perfeição). É possível observar que as serifas das hastes da cruz grega formam um ângulo de 45 graus com a sua base, não importando o comprimento das hastes. As linhas que compõem o formato do desenho do logótipo podem ser obtidas a partir da ligação com as rectas dos vértices no interior do polígono octógono, associado a linhas paralelas aos lados.
Na tipografia, as serifas são os pequenos traços e prolongamentos que ocorrem no fim das hastes das letras. As famílias sem serifas são conhecidas em francês como sans-serif, também chamadas grotescas (do francês grotesque ou do alemão grotesk). A classificação dos tipos em serifados e não-serifados é considerado o principal sistema de diferenciação de letras.
A composição geométrica da Cruz de Cristo também estava conformada à proporção da Regra de São Bento. Os feitos da vida de São Bento de Núrsia (480-547) são sempre narrados a partir do que revelou o seu primeiro biógrafo, São Gregório Magno, e prescindindo dos inúmeros acontecimentos pressupostamente sobrenaturais que se lhe atribuem para potencializar a sua santidade, denotam-se as características de um verdadeiro Iniciado que soube impregnar de transcendência cada instante da sua vida, aproveitando as circunstâncias que se lhe deparavam ao alcance. O facto de ele ser Orago da Freiria de Cristo, é tanto um indício do carácter taumatúrgico desta quanto do próprio santo. A Regra dos Mosteiros que lhe é atribuída, foi a única capaz de unificar as mil tendências cristãs em que vagava a vida cenobítica e eremítica no primeiro milénio do Cristianismo.
A Regra Beneditina, muito próxima da Regra Latina do Templo (ambas contam 73 capítulos), demonstra o valor humano de uma transcendência à flor da pele, na qual todos os caminhos da Iniciação ficam abertos sem que, todavia, algum chegue a insinuar-se. Nela também se reserva o mistério da Tradição Primordial manifestando-se de maneira hermética, desde citações evangélicas precisas até ao número preciso e estrito dos capítulos que a compõem. Os 73 capítulos da Regra de São Bento correspondem igualmente a razões numerológicas onde intervêm as cifras 1+72, números chaves da Unidade integrada num conjunto múltiplo de 12 (12x6), por sua vez esquema cabalístico em que o 70 corresponde à letra hebraica ayin (significando “Providência Divina”), e o 2 à letra beth (relacionada com a sephiroth Chokmah, a do Messias), significativamente na cabeça do nome deste lugar de Belém, ou seja, Beth ou Beith-Lehem, a “Casa do Pão que é Deus” como 1 ou Único.
por: Vitor Manuel Adrião