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Ancestrais Dedico esta página aos nossos entes passados para honrar sua memória e divulgar seu legado.

Manuel Augusto, 102 anos, 54 de saudades.Se fosse vivo, meu pai celebraria hoje 102 anos. Nasceu no dia 11 de janeiro de...
11/01/2025

Manuel Augusto, 102 anos, 54 de saudades.

Se fosse vivo, meu pai celebraria hoje 102 anos. Nasceu no dia 11 de janeiro de 1923 na Boieira, freguesia do Juncal, concelho de Porto de Mós, filho de Augusto Luís e de Maria Coelho, ele da Cumeira, ela da Boieira, neto paterno de José Luís dos Santos e de Maria do Rosário do Nascimento, mais conhecida por Maria Elias, ele do Chão Pardo, ela da Cumeira, neto materno de Joaquim Angelo e de Maria Coelho, ele da Ataíja de Cima, Aljubarrota, ela da Boieira, Juncal. Faleceu no dia 14 de maio de 1971, de um trágico acidente de trânsito ocorrido a 1km da casa onde nasceu, deixando viúva Maria Emília Faustino Ribeiro e orfãos 4 filhos e 2 filhas, todos menores de idade. Deixou como legado a memória de um homem extrovertido, empreendedor, trabalhador e profundamente ligado à família e aos amigos. Salvo os retratos de estúdio, não conheço nenhuma foto do meu pai em que ele não esteja rodeado de familiares e amigos. Bem haja pela boa memória que nos deixou como herança. Por esse legado, será sempre lembrado.

Os "brasileiros" da família.
11/01/2025

Os "brasileiros" da família.

Os "brasileiros" da família.Como quase todas as famílias de Portugal, a minha família também tem o seu lote de “brasilei...
11/01/2025

Os "brasileiros" da família.

Como quase todas as famílias de Portugal, a minha família também tem o seu lote de “brasileiros”. No imaginário português, o Brasil ocupa um lugar de destaque. Um imaginário associado a abundância e fortuna fácil. Quem nunca ouviu dizer de alguém que esbanja dinheiro: fostes ganhá-lo ao Brasil? A realidade de milhares de portugueses que emigraram para o Brasil durante os últimos mais de cinco séculos é bem diferente. A maioria nem conseguiu ganhar para comprar o bilhete de volta.

Começo pelo meu avô Augusto Luís (1888-1965), um "brasileiro" que não prosperou. Afinal ele esteve no Brasil cerca de 3 anos apenas, entre 1911 e 1913. Como já tive oportunidade de relatar aqui nesta página, ele "fugiu" em 1911 para o Brasil para não ser obrigado a casar com a Maria de Jesus que ele engravidou. Quando as coisas voltaram à normalidade, minha avó, Maria Coelho, sua futura esposa, mandou-lhe uma carta dizendo que financiaria sua viagem de volta se ele prometesse casar com ela. Ele não se fez rogado porque a vida que levava no Brasil criava calos nas mãos, coisa a que ele não estava muito habituado. Voltou, casou com a minha avó em 1915, tiveram 3 filhas e 1 filho, meu pai, foram prósperos e felizes.

Outra "brasileira" da família é a Maria Elias do Nascimento (1889-1971), filha de Theodoro Antonio do Nascimento e de Genovéva de Jesus, sobrinha da minha bisavó Maria Elias e portanto prima em primeiro grau do meu avô. Segundo consta no seu registo de passaporte veio para o Brasil em 1912, deixando em Portugal um filho, Mário Elias do Nascimento, nascido em 1908, que constituíu família na Cumeira, freguesia do Juncal, concelho de Porto de Mós. Quanto a ela, também constituiu família no Rio de Janeiro onde casou com um português, Francisco Amaro, de quem teve 5 filhos/filhas que por aqui vivem no Estado do Rio de Janeiro.

Ainda por parte do ramo paterno da minha família identifiquei outra "brasileira", a Amália Elias da Conceição, nascida na Cumeira em 1924, filha de Emília Elias do Nascimento e de Henrique Pereira da Conceição. Portanto sobrinha da Maria Elias do Nascimento, acima descrita, e sobrinha-avó da minha bisavó Maria Elias. Emigrou para o Brasil em 1952, com 28 anos de idade, onde casou com um português, Artur Ricardo da Silva, natural de Cunha, Viseu, com quem constituiu família. Identifiquei 3 filhos do casal, Décio João, Artur Ricardo e Elisio Henrique que ainda por aqui vivem, no Estado de São Paulo.

Passando agora para o ramo materno da minha árvore genealógica, tenho dois primos, Luís Ribeiro e António Ribeiro, filhos de um tio homónimo do meu avô José Ribeiro, todos nascidos na Ataíja de Cima, freguesia de Aljubarrota, concelho de Alcobaça. Luís e António emigraram para o Brasil, mais precisamente para Manaus, capital mundial da borracha naquele tempo. António morreu precocemente de malária na Amazónia e Luís Ribeiro (1890-1979) passou-se para o Rio de Janeiro onde casou com Isabel Alves, uma carioca descendente de portugueses. Desta união sobreviveram 2 filhas, Hilda e Aurea, cujos descendentes ainda por aqui vivem.

Ainda do lado materno, menciono os pais do meu tio José Damião, Manuel Maria Damião e Francelina Mónica Ferreira, naturais, ele do Barreiro, Setúbal, ela de Aljubarrota, Alcobaça, que conseguiram a proeza de ter 7 filhos nascidos em Portugal e 7 filhos nascidos no Brasil, para onde emigraram em circunstâncias ainda pouco estudadas.

É bom saber que os descendentes destes "brasileiros" têm direito à nacionalidade portuguesa ao abrigo da Lei n.º 37/81, de 03 de Outubro. E mais, aqueles que atendem aos requisitos da lei são considerados portugueses originários, como se tivessem nascido em Portugal. O que é justo, porque afinal eles jamais haveriam de ter deixado de ser portugueses se o nosso amado país lhes tivesse dado condições para serem felizes e prósperos na sua própria terra. Nunca se esqueça de pensar duas vezes antes de maltratar um brasileiro, pode ser que esteja a destratar alguém do seu próprio sangue.

19/12/2024

MARIA ELIAS

Apresento-vos hoje a minha bisavó Maria Elias (sentada na foto) faleceu na véspera de Natal, há exatos 90 anos, com 66 anos de idade. Consta do seu atestado de óbito que morreu de "etilismo crónico". Bem me diziam que eu era filho da cepa. Quem sai aos seus não degenera.

Maria do Rosário do Nascimento, seu nome de batismo, nasceu pelas 7 horas da manhã no dia 26 de outubro de 1868 na Cumeira, freguesia do Juncal, concelho de Porto de Mós, filha legítima de António do Nascimento, alfaiate, e de Francisca Elias. Como era comum naquele tempo, as filhas adotavam o nome das mães, por isso ela ficou conhecida como Maria Elias. Era neta paterna de Theodoro dos Reis, também alfaiate, e de Francisca Maria, ambos da Cumeira, e materna de José Elias, natural de Aljubarrota, terra onde, no dia 14 de agosto de 1385, uma famosa padeira com seis dedos em cada mão matou à pazada sete castelhanos.

Maria Elias, casou em primeiras núpcias com José Luís dos Santos, natural do Chão Pardo. Dois filhos sobrevireram desta união, o meu avô Augusto Luís e uma irmã dele, Maria Luís. Ambos "fugiram" de Portugal, ainda bem jovens, por razões similares. O meu avô Augusto Luís "fugiu" para o Brasil em 1911, com 23 anos de idade, para não ser forçado a casar com a Maria de Jesus, que ele engravidou, filha de António da Graça e de Maria Ferreira, todos da Cumeira, de quem nasceu o Joaquim "Piloto", que bem conheci e que sempre me tratava por "parente".

Divirto-me a contar aos brasileiros que me tratam de colonizador que, quando muitos iam para o Brasil fazer fortuna, o meu avô veio para cá gastar a que tinha. Para amenizar o estrago, considerando que ele era um bom partido, minha avó, Maria Coelho (de pé, na foto, ao lado dele), fez um trato com ele: "eu pago a tua viagem de volta para Portugal e tu prometes casar comigo". Augusto Luís não se fez rogado e aceitou o trato. Voltou para Portugal e casou com a minha avó em 1915.

Quanto à irmã dele, Maria Luís, o assunto foi similar mas inverso. Em 1916 ela "fugiu" para os Estados Unidos da América, com 21 anos de idade, porque a mãe dela, minha bisavó Maria Elias, queria que ela casasse com um homem muito mais velho do que ela. Na América, ela casou com um português da mesma idade e teve 5 filhas e 1 filho, cujos descendentes ainda hoje vivem em New Bedford no Estado de Massachusetts.

Uma curiosidade que explica porque no meu torrão natal somos quase todos primos, é porque um irmão da minha bisavó, o Theodoro António do Nascimento, casou com a Genovéva Maria de Jesus, irmã do primeiro marido dela e tiveram muitos filhos.

Maria Elias casou, em segundas núpcias, com Manuel Coelho Ferreira, mais conhecido como Manuel do Casal. Desta união nasceu o meu tio-avô, Joaquim do Nascimento Barros, mais conhecido por Jagunço, que morreu solteiro. Era considerado um "simples de espirito", porém amoroso e brincalhão. Tinha como divertimento soltar peidos a quem os pedisse: "quantos queres? quantos queres?". Enquanto ele soltava peidos nós soltavamos gargalhadas sem fim.

NOTA: Maria Elias, apesar de bêbada, não alienou um palmo do seu património do qual uma parte ainda hoje continua na família. As crianças da foto são os primeiros filhos do consórcio entre Augusto Luís e Maria Coelho, ou sejam, o meu pai, Manuel Coelho Luís, mais conhecido como Manuel Augusto, que veio a casar com Maria Emília Faustino Ribeiro, natural da Ataíja de Cima, Aljubarrota e a irmã dele, Luísa Coelho dos Santos, que veio a casar com Fernando Santiago Lopes, do Juncal.

Hoje vou apresentar-vos o meu bisavô paterno, Joaquim Ângelo, que figura ao centro da foto de família, na capa desta pág...
29/11/2024

Hoje vou apresentar-vos o meu bisavô paterno, Joaquim Ângelo, que figura ao centro da foto de família, na capa desta página. Nasceu no dia 15 de março de 1855 na Ataíja de Cima, lugar da freguesia de S. Vicente de Aljubarrota, concelho de Alcobaça, filho de Ângelo da Silva e de Maria dos Santos, exposta da Misericórdia de Lisboa, neto paterno de João da Silva e de Joanna Maria e de incógnitos pela parte materna. Casou no dia 24 de agosto de 1884, com 29 anos de idade, na Igreja paroquial de S. Miguel do Juncal, com Maria Coelho, de 28 anos de idade, padeira, natural da Boieira, freguesia do Juncal, concelho de Porto de Mós, filha de Francisco Carvalho e de Joaquina Coelho. Era carpinteiro de profissão. Tenho o privilégio de guardar como recordação algumas das suas ferramentas de trabalho. Minha avó Maria Coelho, homónima da mãe, segunda filha do casal, nascida em 1889, contava que a prosperidade de seu pai, meu bisavô, se devia ao facto de ele ter o hábito de guardar o dinheio entre as páginas de uma bíblia. O casal teve um filho, João, e 4 filhas, Maria (minha avó) que foi casada com o proprietário Augusto Luís da Cumeira, Luísa que foi casada com o industrial Silvino Féteira da Tremoceira, e Joaquina que foi casada com outro industrial, Joaquim Marques Silvério de Albergaria, mais conhecido pelo nome de Joaquim Albino. Faleceu em 1932 com 77 anos de idade. Como testemunho póstumo da sua prosperidade mandou construir um jazigo no cemitério do Juncal, o único ali existente durante muitos anos, onde pediu para ser sepultado junto com a família. Meu saudoso pai, falecido prematuramente num trágico acidente perto da casa onde nasceu, na Boieira, dispensou a honra de ser sepultado no jazigo familiar porque, afirmava ele, não queria ficar arrumado numa prateleira mas sim sob sete palmos de terra. A vontade de ambos foi atendida.

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