11/05/2025
A sociedade criou o mito de que toda mãe ama, protege, cuida — e que esse amor é incondicional.
Mas... e quando não é?
E quando essa mãe deixa marcas de rejeição, críticas, abandono? Quando diz: "engole o choro, isso é drama"?
Isso ainda é amor?
Você já passou por momentos em que sentiu um vazio? Aquela sensação de que há algo de errado com você?
Essa dor pode ser resultado de feridas antigas e invisíveis que, com o tempo, foram se camuflando em comportamentos que parecem parte da sua personalidade — mas que, na verdade, são mecanismos de defesa criados para lidar com um amor que nunca trouxe confiança nem validação.
Quando a mãe oferece afeto e presença emocional, a criança desenvolve um apego seguro — cresce sentindo que é amada e que merece amor.
Mas quando esse amor é instável, frio, ausente, crítico ou sufocante, a criança desenvolve padrões de insegurança no apego. E é aí que a dor materna se instala silenciosamente. A criança não se sente amada, não consegue expressar suas emoções, se anula para não perder o outro.
Essas feridas não vêm apenas do que aconteceu, mas também do que deixou de acontecer: do colo que faltou, do silêncio que durou demais, da palavra que não veio, do abraço que foi negado.
A partir do momento em que você reconhece esse padrão, começa a entender por que certos relacionamentos doem tanto — e por que, apesar da dor, você continua presa a eles.
A cura não é apenas um direito. É também o seu maior ato de amor por quem vem depois de você.
Seus filhos não precisam de mães perfeitas.
Eles precisam de mães despertas.
Mães que saibam olhar para dentro, quebrar ciclos e começar a se tratar com o amor que não receberam.
Criar filhos enquanto se recriam como pessoas, num exercício diário.
Porque, ao acolher a sua dor, você impede que ela transborde nas próximas gerações — e permite que seus filhos cresçam com espaço para serem quem são, e não quem você precisou ser para sobreviver.