17/09/2025
Vivemos numa cultura que romantiza resistir a qualquer custo. Ficar, mesmo sangrando por dentro, é visto como prova de força. Mas a verdade é outra: não há medalha para quem suporta o insuportável. O corpo adoece, a mente se desgasta, a alma se cala.
A saúde mental não dá aviso em neon, mas cobra em silêncio. Ansiedade que cresce, noites mal dormidas, coração acelerado, peso no peito. Pequenos sinais de que algo não vai bem — e, muitas vezes, o que não vai bem não é dentro da gente, mas ao nosso redor.
Relacionamentos podem ser abrigo, mas também podem ser tempestade. Podem curar ou envenenar. Permanecer onde não há respeito, equilíbrio ou troca justa é se condenar ao esgotamento. Por isso, afastar-se não é covardia. É sabedoria. É autopreservação.
Distanciar-se de certas pessoas não signif**a falta de amor. Pelo contrário: é a forma mais madura de amor-próprio. Porque quem insiste em permanecer onde não cabe acaba se perdendo de si mesmo. E a pior solidão não é estar sem o outro, é estar consigo sem se reconhecer.
A cura, às vezes, pede silêncio. Pede espaço. Pede coragem para romper padrões e soltar vínculos que já cumpriram o seu papel. Isso não faz de ninguém frio ou ingrato — faz humano, consciente e responsável pela própria vida.
Quem insiste em carregar todos, em segurar tudo, em salvar o que não quer ser salvo, cedo ou tarde, cai. Não há corpo que aguente, nem alma que suporte. A verdadeira coragem está em soltar antes que o fardo nos esmague.
Por isso, se você sente que estar perto está lhe adoecendo, permita-se a distância. Se perceber que manter o vínculo custa sua paz, escolha a paz. Porque no fim das contas, nenhum relacionamento vale o preço da sua sanidade.
E lembre-se: afastar-se não é perder. Afastar-se é reencontrar-se.