Shinbu Dojo

Shinbu Dojo Escola de artes marciais tradicionais, clínica de terapias orientais, meditação, centro de cultura japonesa.

Paulo Tramujas sensei and Haruo Matsuoka shihan.Doshinokai Dojo - 22/12/2012.
22/04/2025

Paulo Tramujas sensei and Haruo Matsuoka shihan.

Doshinokai Dojo - 22/12/2012.

21/04/2025

serenidade, cultura, auto-controle, disciplina, vigor, gentileza, polidez, saúde, auto-conhecimento.

serenity, culture, self-control, discipline, vigor, kindness, politeness, health, self-knowledge.

静寂 文化 克己 規律 精力 親切 礼儀 健康 自覚

04/04/2025
𝗠𝘂𝗱𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗱𝗲 𝗘𝗻𝗱𝗲𝗿𝗲𝗰̧𝗼 𝗲 𝗔𝗷𝘂𝘀𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝗡𝗼𝗺𝗲  Prezados amigos, comunicamos a transição do dojo para um novo endereço, e aprove...
31/03/2025

𝗠𝘂𝗱𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗱𝗲 𝗘𝗻𝗱𝗲𝗿𝗲𝗰̧𝗼 𝗲 𝗔𝗷𝘂𝘀𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝗡𝗼𝗺𝗲

Prezados amigos, comunicamos a transição do dojo para um novo endereço, e aproveitamos o momento de mudança para realizar um pequeno ajuste na nomenclatura de nossa escola, alterando 𝗝𝗶𝗻𝗺𝘂 para 𝗦𝗵𝗶𝗻𝗯𝘂. Essa mudança, embora sutil, não representa uma transformação essencial, mas sim uma adequação que melhor expressa a profundidade de nossa tradição.

Eis a explicação: a escrita em kanji (ideogramas) permanece inalterada: 𝗦𝗵𝗶𝗻𝗯𝘂 (神武). No entanto, na língua japonesa a leitura pode seguir diferentes convenções linguísticas. 𝗝𝗶𝗻𝗺𝘂 e 𝗦𝗵𝗶𝗻𝗯𝘂 são ambas leituras "on’yomi", isto é, variações fonéticas oriundas da língua chinesa que se alteram dependendo do contexto. A escolha entre essas leituras não modifica o significado original, porém confere nuances distintas à interpretação do termo.

A leitura 𝗝𝗶𝗻𝗺𝘂 encontra-se associada a eventos específicos da história japonesa, em especial ao vínculo entre nobreza e os samurais, ao passo que 𝗦𝗵𝗶𝗻𝗯𝘂 enfatiza a dimensão espiritual das artes marciais, refletindo com maior precisão o propósito da prática do Aikido, a saber: o cultivo da disciplina, da percepção aguçada e do vigor interior que se manifestam no estado de plenitude experimentado durante os treinos, onde despe-se dos sentimentos pequenos para que brilhe o verdadeiro fogo interno do ser humano. Queria o fundador da arte, o mestre Ueshiba Morihei, que sua arte marcial fosse, antes de mais nada, um caminho espiritual.

𝗦𝗵𝗶𝗻𝗯𝘂 trata do mesmo estado de espírito experimentado por atletas ao entregarem-se de corpo e alma às suas atividades. No contexto das artes marciais de origem samurai, interpreta-se este estado de espírito não só como o objetivo fundamental da prática, mas também o meio pelo qual revela-se o verdadeiro espírito humano - daí sua interpretação religiosa shinto-budista: marcialidade divina, espiritual ou sagrada.

A literatura nipônica celebra amplamente este conceito. Diz-se que o estado de espírito do guerreiro espelha o do monge e vice-versa, em especial nas obras de Takuan Soho e Yagyu Munenori. Estes conceitos orientais que tratam de monges guerreiros, artes marciais espirituais, e, nas palavras do próprio Munenori, da "espada que dá a vida", podem parecer conceitos distantes, enigmáticos, e até mesmo antagônicos para o público ocidental, moldado em sua raiz aos valores judaico-cristãos.

Por outro lado, uma leitura mais detida revela que existem mais similaridades do que se observa a priori. 𝗦𝗵𝗶𝗻𝗯𝘂 diz respeito a trazer à tona as nobres expressões do caráter humano muitas vezes obscurecidas, tais como destemor, autocontrole, austeridade, simplicidade, não violência, veracidade, ausência de ira, tranquilidade, compaixão, desapego, gentileza, modéstia, determinação, vigor, perdão, força interior, entre outros. O sentimento religioso japonês aponta para o fato de que estes sentimentos requerem o ardor da transformação pessoal, e apresentam maior expressão no vigor do espírito aguerrido do que no excesso de zelo da religiosidade devocional.

Pode-se fazer uma observação a respeito do amor paterno, que nos prepara para a aridez do mundo através da frieza da austeridade, que contrasta-se ao calor do amor materno que nos abranda o coração e nos ensina sobre a ternura. Nitidamente, tratam-se dos pólos inversos da mesma moeda intrínsecos uns nos outros - ambos são necessários para criarem-se cidadãos equilibrados. Aqui, torna-se inevitável o evidente paralelo com os ensinamentos do Cristo, quando dizia o mestre de Nazaré em 𝗠𝗮𝘁𝗲𝘂𝘀 𝟭𝟬:𝟯𝟰 que:

"Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada."

Não se trata, por óbvio, da violência física, mas do confrontamento de crenças pessoais, em especial as que dizem respeito ao falso senso de identidade. É a espada do saber transcendental de Krishna. Isto é 𝗦𝗵𝗶𝗻𝗯𝘂.

Desta forma, o Aikido expressa em sua totalidade a beleza inequívoca de seu status de arte, uma vez que seu objetivo fundamental é o 𝗦𝗵𝗶𝗻𝗯𝘂. Os ideais do fundador do Aikido, Ueshiba Morihei O-sensei, residiam justamente em preservar este sentimento que entendia ser o tesouro mais precioso da cultura japonesa.

No entanto, estes valores estão claramente diluindo-se à medida que o tempo passa - fenômeno observável, ressalte-se, não só nas nações ocidentais que adotaram esta arte, mas no próprio Japão, reflexo do mergulho insano da sociedade global numa realidade cada vez mais dependente e viciada em tecnológica, onde revelam-se níveis alarmantes de vaidade e narcisismo nunca antes tão amplamente registrados na história da humanidade.

Este é o motivo que buscamos manter viva a chama do fundador do Aikido - 𝗦𝗵𝗶𝗻𝗯𝘂 - o vigor marcial como catalisador do espírito humano, e não mera atividade física e social como parece ser o triste padrão nos dojos hodiernos, tampouco a agressividade desmedida e gratuita como se vê nos popularescos e midiáticos esportes de combate. Já em seu tempo, o fundador apontava para "dojos desprovidos de espírito" (Ueshiba sensei faleceu em 1969).

Filosofia oriental à parte, tratando ainda da adaptação do nome do dojo, existe também um fator fonético relevante. No português, a combinação das consoantes "NM" dentro da mesma sílaba não existe, tornando a pronúncia de Jinmu um pouco desafiadora. Shinbu, por sua vez, apresenta uma transição sonora mais natural e harmônica, e harmonia com o vernáculo pátrio, facilitando a pronúncia e memorização para o falante lusofônico. Ainda, a palavra soa “mais nipônica” para o ouvido destreinado.

Adaptando-se pois o nome para 𝗦𝗵𝗶𝗻𝗯𝘂 𝗗𝗼𝗷𝗼, mantém-se intacta a tradição que nos orienta, refinando-se a expressão de forma que esteja em harmonia com os princípios que nos norteiam. A prática da marcialidade divina transcende, pois, a tola preocupação com mero embate físico, mas sem nunca perder-lhe de vista, estendendo-se à lapidação da mente, do coração, e do espírito, conduzindo o praticante a um estado de maior percepção, vigor e presença, com o potencial para revelar de forma plena todo o esplendor do espírito humano.

📍 **O Shinbu Dojo está localizado na Rua Antônio Escorsin, 1086, Santa Felicidade, em parceria com o dojo Eishoji - Judô.**

⏳ **Os treinos são realizados todas as sextas, às 19 horas, e aos sábados às 14 horas.**

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Na imagem, o shodo (caligrafia) do mestre Ueshiba, com os ideogramas para shinbu/jinmu.

31/03/2025

Shinbu Dojo em novo endereço:
Rua Antônio Escorsim, 1086, Santa Felicidade.
Sexta - 19 horas.
Sábado - 14 horas.

09/12/2024

Troveja o espiral
vigoroso.
Dança do Tengu,
Sussurro dos kami,
Bushidō concreto.


Thunderous spiral
flows,
Tengu’s dance,
Kami’s whisper,
Concrete Bushido.


雷鳴る
力強い
スパイラル。
天狗の
踊り、
神のささやき—
武士道
確かな。

06/12/2024

Ukenagashi

Um dos princípios fundamentais do kenjutsu – a esgrima samurai – é o ukenagashi (受け流し), técnica que absorve e redireciona o ataque do oponente, permitindo ao praticante utilizar o momentum adversário para ampliar a força do próprio movimento de forma fluida e harmoniosa. Este é um dos motivos pelos quais a espada samurai é curva, facilitando as deflexões e preservando a integridade da lâmina.

O conceito de que as artes “usam a força do oponente contra ele mesmo” tem origem no ukenagashi, que se estende a outras artes clássicas como Judo, Karate, Aikido e Sumo. No entanto, o domínio dessa técnica exige precisão (精度, seido) e distanciamento (間合い, maai), uma vez que o kenjutsu utiliza o bokken, uma espada de madeira maciça. O foco absoluto é essencial, pois erros em velocidade real podem ser fatais.

Com o passar dos anos, este senso de perigo real revela um dos aspectos mais fascinantes desta arte, onde o praticante desenvolve um estado meditativo profundo. A troca de correspondências bem preservada na literatura nipônica, entre mestres como o monge zen Takuan Sōhō e o espadachim Yagyū Munenori, confirma esse conceito, ao afirmar que a mente do guerreiro e a do monge são idênticas.

English:

One of the fundamental principles of kenjutsu – samurai swordsmanship – is ukenagashi (受け流し), a technique that absorbs and redirects the opponent's attack, allowing the practitioner to utilize the adversary's momentum to amplify the strength of their own movement in a fluid and harmonious manner. This is one of the reasons why the samurai sword is curved, facilitating deflections and preserving the integrity of the blade.

The concept that martial arts “use the opponent's strength against them” originates from ukenagashi, which extends to other classical arts such as Judo, Karate, Aikido, and Sumo. However, mastering this technique requires precision (精度, seido) and distancing (間合い, maai), as kenjutsu uses the bokken, a solid wooden sword. Absolute focus is essential, as mistakes at real speed can be fatal.
Over the years, this sense of real danger reveals one of the most fascinating aspects of this art, where the practitioner develops a deep meditative state. The exchange of well-preserved correspondence in Japanese literature, between masters like the zen monk Takuan Sōhō and the swordsman Yagyū Munenori, affirms this concept, stating that the mind of the warrior and the mind of the monk are identical.

日本語 :

剣術 – 武士の剣法 – の基本的な原則の一つが受け流し(受け流し)です。この技術は、相手の攻撃を受け入れ、それを逸らすことで、実践者が相手の力を利用して自分の動きを流れるように、調和の取れた形で強化できるようにします。これが、侍の刀が曲線を描いている理由の一つであり、切れ味を保ちながら効率的に攻撃を逸らすことを可能にします。

「武道は相手の力を相手に返す」といった概念は受け流しに起源を持ち、柔道、空手、合気道、相撲など、他の伝統的な武道にも広がります。しかし、この技術をマスターするには、精度(精度、せいど)や間合い(間合い、まあい)が重要です。剣術は木製の棒剣(木剣)を使用するため、絶対的な集中が必要であり、実際の速度での誤りは致命的になり得ます。
年月が経つにつれ、この実際の危険感覚は、この武道の最も魅力的な側面の一つを明らかにし、実践者は深い瞑想的な状態を発展させます。日本の文学に残された、たくさんの交換文書の中で、禅僧・沢庵宗彭と剣術家・柳生宗矩のような師匠たちは、この概念を確認し、武士の心と僧侶の心は同じであると述べています。

Por que o Aikido Não Compete: Filosofia, Realidade e Propósito.Como instrutor de artes marciais, frequentemente me pergu...
01/11/2024

Por que o Aikido Não Compete:
Filosofia, Realidade e Propósito.

Como instrutor de artes marciais, frequentemente me perguntam sobre a ausência do Aikido nas populares competições de combate. Para fins de esclarecimento, escrevi este breve texto. O Aikido é uma arte marcial que opta por não competir, e a razão para isso está na própria essência da prática. Diferentemente dos esportes de combate, em termos puramente técnicos, o Aikido não busca premiações ou vitórias, mas sim a integridade física e o retorno seguro para casa. A seguir, três fatores explicam essa escolha.

__________

1) Defesa pessoal em situações de desvantagem

O Aikido é, tecnicamente, uma arte de autodefesa, desenvolvida para lidar com a violência em contextos urbanos, onde a vítima é via de regra surpreendida de forma desleal, sem regras, juízes ou divisões de peso, e, frequentemente, por múltiplos agressores.

O cenário, portanto, é o oposto de uma arena de competição, onde oponentes escolhem se engajar em uma luta contra adversários bem treinados, dentro de um ambiente protegido e com suporte de enfermeiros, árbitros, entre outras medidas de segurança. Na vida real, os agressores não são lutadores profissionais, mas, de modo geral, pessoas em situação de desespero absolutamente despreparadas. O objetivo no Aikido, portanto, não é vencer, tampouco preocupar-se com o improvável encontro com um grande campeão, mas sim evitar o confronto e preservar a vida.

A pergunta sobre por que o Aikido não participa de competições é como perguntar por que um atleta de saltos ornamentais não compete nos 100 metros rasos: embora ambos sejam esportes praticados na piscina, são práticas absolutamente distintas e com objetivos diferentes. Em muitas técnicas do Aikido, o praticante parte de uma posição de desvantagem para simular o terror da realidade das ruas, onde o prêmio é sua própria vida.

Evitar o conflito é, portanto, no contexto da defesa pessoal, uma estratégia e uma forma de preservar a integridade física, respeitando o princípio fundamental da autodefesa, que muitas vezes significa não reagir, a menos que a vida esteja realmente em perigo. Afinal, o cemitério está cheio de heróis...

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2) Filosofia e princípios éticos.

O fundador do Aikido, Morihei Ueshiba, integrou princípios filosóficos do budismo e do xintoísmo, que pregam a humildade e alertam contra os perigos do orgulho. Segundo esses ensinamentos, a competição pode gerar uma falsa autoestima que, em situações de autodefesa, pode ser fatal. Naturalmente, há espaço para a competição saudável, e aqui não se busca criticar as competições marciais, mas, no contexto do Aikido e da defesa pessoal, o cultivo da humildade é também uma estratégia vital. Em uma situação de risco, enfrentar vários agressores armados requer uma postura prática e humilde – engajar-se para provar algo a si mesmo ou aos outros seguramente conduzirá a grave lesão ou óbito.

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3) A evolução do Aikido e seu propósito contemporâneo.

O Aikido anterior à Segunda Guerra Mundial era uma arte muito mais rigorosa, voltada para treinamento militar. Após a guerra, o filho do fundador, Ueshiba Kisshomaru, reformulou o Aikido para uma prática mais suave, com o objetivo de torná-lo acessível ao homem comum, como um exercício de saúde e bem-estar. Hoje, a vasta maioria dos dojos no mundo ensina essa versão moderna do Aikido, que não visa a defesa pessoal imediata, mas sim o cultivo físico e mental. Muitos desses praticantes não têm interesse tampouco estão preparados para esportes de combate ou mesmo para a autodefesa, daí a devida crítica que a arte recebe amplamente hoje. Entretanto, isso é um fenômeno compreensível que atingiu diversas outras artes marciais no Japão pós-guerra.

Historicamente, após a Segunda Guerra Mundial, as artes marciais foram proibidas no Japão durante a ocupação das forças aliadas, lideradas pelos Estados Unidos. Com a derrota do Japão, o governo aliado buscou desmilitarizar e pacificar o país, de modo que várias práticas militares, incluindo artes marciais tradicionais, foram restringidas. As artes marciais no Japão pré-guerra eram ensinadas no treinamento militar e foram particularmente afetadas, pois essas artes eram vistas como elementos de militarismo e nacionalismo japonês. Essa proibição resultou em versões diluídas e descaracterizadas dessas artes, enfatizando os aspectos esportivos, recreativos ou de bem-estar, como no caso do Aikido.

__________

4) Conclusão.

Apesar da intenção nobre e louvável de Kisshomaru Ueshiba ao suavizar o Aikido para promover saúde e bem-estar, essa abordagem revela certas limitações em países onde a violência urbana atinge níveis alarmantes, como o Brasil, que ocupa uma posição preocupante no ranking mundial de violência, especialmente no que se refere a homicídios. De acordo com o Atlas da Violência 2023, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o país registrou 47.508 mortes violentas intencionais no último ano, representando uma taxa de aproximadamente 22,3 homicídios por 100 mil habitantes. Esses índices destacam a triste e gritante posição do Brasil entre as nações mais violentas do mundo, onde a inaceitável violência e o crime foram há muito normalizados e onde a necessidade de autodefesa real é uma urgência.

Os índices de violência no Brasil, ressalte-se, têm mostrado uma tendência de aumento constante nos últimos 50 anos. Ainda segundo o IPEA e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023 houve uma subida nas taxas de homicídios em diversas regiões do país, com destaque para os estados do Nordeste e Norte. Entre os principais fatores estão o crescimento de conflitos entre facções criminosas e o aumento da desigualdade social.

O impacto dessa violência vai além das estatísticas, afetando o bem-estar mental e emocional dos brasileiros. Estudos indicam que a exposição contínua à violência e a sensação de insegurança constante têm levado muitas pessoas a desenvolver sintomas de hipervigilância e ansiedade, prejudicando a qualidade de vida e aumentando a demanda por apoio psicológico e segurança pública. O aumento vertiginoso no consumo de álcool e outras dr**as também revela a busca por mecanismos de enfrentamento da dura e brutal realidade das cidades brasileiras.

Portanto, nessa realidade, muitos praticantes de artes marciais buscam mais do que condicionamento físico ou equilíbrio emocional – buscam, de fato, uma preparação para situações de autodefesa em um ambiente onde o risco de agressões armadas, assaltos e confrontos letais é uma ameaça cotidiana. Muito distante da paz social experimentada em países desenvolvidos, para o brasileiro médio, o Aikido precisa ter uma aplicação prática e eficaz em defesa pessoal, atendendo às necessidades de segurança e sobrevivência de quem vive em um dos países com os mais elevados índices de criminalidade do mundo. O Aikido, por aqui, não pode engajar-se na prática desonesta e falaciosa de vender defesa pessoal enquanto serve "terapia-seita" japonesa, criando muitas vezes o mencionado falso senso de auto estima.

Para o estudioso da arte, essa opção de diluir a prática feita pelo filho do fundador criou a chamada cisão do Aikido, que se dividiu em pré e pós-guerra, levando discípulos diretos do fundador, treinados militarmente, a se afastarem e criarem suas próprias organizações, buscando preservar o Aikido pré-guerra. É justamente por essa razão que o Jinmu Dojo opta por preservar o Aikido em sua forma pré-guerra, mantendo o rigor e a eficiência da arte original, destinada a contextos reais de autodefesa. Em um país como o Brasil, onde a violência faz parte do cotidiano, essa escolha é vital para que o praticante esteja preparado para se defender em situações de perigo verdadeiro. No Jinmu Dojo, o Aikido é treinado como uma disciplina que visa tanto a sobrevivência quanto o domínio de técnicas efetivas aplicáveis em condições adversas e inesperadas, preservando o espírito marcial da arte. No Brasil, infelizmente não podemos nos dar o luxo de treinar uma arte marcial apenas com fins recreativos.

Some-se a isso o fato de que, em termos de desenvolvimento espiritual através das artes marciais – conceito amplamente difundido na comunidade do Aikido – a severidade é indispensável para o despertar da consciência e o fortalecimento do espírito humano. Diferentemente de muitos dojos de Aikido, que hoje se caracterizam por um clima amigável e familiar, o Jinmu Dojo acredita que essa atmosfera mais social reduz a intensidade mental e o foco necessários para uma transformação interior profunda. A prática rigorosa exige comprometimento e atenção constantes, elementos que evocam o verdadeiro potencial humano e afastam a arte de um mero passatempo social, devolvendo-lhe o papel de disciplina marcial profunda e espiritual.

É importante ressaltar que qualquer arte marcial que se autointitula uma "arte dos samurais" deve ser vista com ceticismo. Na era feudal do Japão, os samurais eram soldados armados, e artes marciais de combate corpo a corpo, como o Judo ou o Karate, eram o último recurso – na violenta e brutal era dos samurais, armas letais eram onipresentes.

Por fim, a ideia de que esportes de combate são o padrão para medir o que "funciona ou não" em autodefesa é falaciosa. Em situações reais de violência urbana, o critério de eficácia é a capacidade de evitar tornar-se mais uma vítima e garantir a segurança pessoal. É preocupante que muitos procurem artes marciais com a sincera intenção de aprender autodefesa, mas acabem sendo direcionados por propaganda a se tornarem lutadores competitivos.

Mais uma vez, ressalte-se, todo respeito é devido aos esportes de combate, e aqui não se pretende menosprezar a habilidade e o valor dessas modalidades. Mas, sob o ponto de vista da autodefesa e da preservação da vida, o Aikido do Jinmu Dojo mantém-se fiel às suas raízes, em uma prática que não visa prêmios ou fama, mas a excelência, a disciplina e a segurança pessoal.

Realisticamente falando, qualquer pessoa que esteja realmente preocupada com a escalada da violência, com a proteção da sua vida e de seus entes queridos, a indicação profissional é aprender a usar uma adaga e uma arma de fogo de forma proficiente, e praticar algum tipo de arte marcial que promova o estado mental adequado para lidar com situações de alto estresse.

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Na imagem, o fundador do Aikido Ueshiba Morihei O-Sensei, segurando firmemente sua kataná - a lendária espada samurai.

15/10/2024

天狗の心 - Tengu no Kokoro.

Coração do Tengu.
Heart of the Tengu.

Address

Rua Antonio Escorsim, 1086

82015-000

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+64220240550

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