Psicanálise Viva BR

Psicanálise Viva BR Profissional da psicanálise que tem como objetivo levar o sujeito a se conhecer e assim viver de forma mais autêntica, consciente e mais leve.

Ajudo pacientes na diminuição dos sofrimentos causados pela ansiedade. Juliana Corazza Scalabrin

O melhor termômetro para saber se uma analista é boa não está no quanto você gosta dela, mas no que muda em você.Às veze...
13/08/2025

O melhor termômetro para saber se uma analista é boa não está no quanto você gosta dela, mas no que muda em você.

Às vezes a gente sai de uma sessão com ela sentindo um peso no peito. Irritação, um certo aperto, a vontade de responder de volta. Pode f**ar ruminando o que foi dito, como se as palavras não parassem de ecoar. E a pergunta vem: será que ela é boa mesmo? (a gente sabe que isso acontece rs)

Mas não é a pergunta dessa hora que me proponho a responder.

Existe outra, mais silenciosa: no todo, essa relação está me ajudando a crescer?

Seguidores, fotos bonitas, consultório bem arrumado… tudo isso pode até chamar atenção, mas não garante o que realmente importa. O que conta é o que acontece quando você está ali, naquele espaço, sentada, sendo escutada de verdade. Quando a palavra e o silêncio se encontram no ponto certo e algo dentro de você começa a se reorganizar.

Ela não está ali para te agradar ou para ser sua amiga, embora você sinta o cuidado e o carinho. Não busca te seduzir e nem se colocar como arrogante, porque também passa pelo processo e sabe como pode ser desconfortável.

Entende que, se o seu sintoma está ali, é porque tem uma função. É uma solução de compromisso que mantém você de pé. Mexer nele sem cuidado pode ser mais destrutivo do que libertador. Então, cuida do tempo certo, percebe quando você está mais receptiva para tocar em algo sensível e quando é hora de interromper um movimento que pode te ferir.

Aos poucos, conforme vocês se aproximam do que ele guarda, ele começa a perder a força.

E você sai diferente. Com mais vitalidade. Mais viva. Mais inteira. Se percebe mudando desde que começaram, mais integrada, mais em paz, mesmo que isso signifique muito trabalho, e avançando no seu desenvolvimento.

Esse é o termômetro. Mudança real, aquela que se constrói no tempo, que mexe na raiz. Transformação que não nasce de encantamento passageiro, mas de cuidado profundo.

E ela segue ali, presente, cuidando do que precisa ser cuidado, sustentando esse processo também nos bastidores, com análise e estudo

O não que me abriu para o mundo não foi castigo.Foi um limite que me mostrou que havia vida fora do colo da minha mãe.Do...
10/08/2025

O não que me abriu para o mundo não foi castigo.
Foi um limite que me mostrou que havia vida fora do colo da minha mãe.
Doía. Mas também me deu ar.

A função paterna, na psicanálise freudiana, é exatamente isso: cortar o cordão invisível que prende e, ao mesmo tempo, abrir espaço para que a criança explore o mundo sem se perder nele.

Mais do que sobre quem faz, é sobre o que se faz. E, se for com amor, esse não vira um presente que acompanha pela vida inteira.

Qual foi o seu não que abriu espaço para respirar?


Decidi encerrar um ciclo. Daqueles que a gente segura por tempo demais porque tem medo de parecer instável, impulsiva, d...
07/08/2025

Decidi encerrar um ciclo. Daqueles que a gente segura por tempo demais porque tem medo de parecer instável, impulsiva, dramática.
Aí fui conversar com um monte de gente depois da decisão tomada só pra confirmar que não enlouqueci sozinha.
E não enlouqueci.
Porque tem coisa que só clareia quando encontra escuta.
E não, pedir ajuda não me fez menor. Me deu fôlego.
Me deu um pouco daquele ar novo que vi no rosto dele quando voltou do almoço com uma colega e umas ideias que, sinceramente, eu já tinha dito antes.
Mas tudo bem.
Falar com alguém muda a gente.
É só isso que eu queria dizer.





Ganhei da minha norinha um queijo curado da Serra da Canastra. Precisava de duas semanas para f**ar no ponto. No começo,...
30/07/2025

Ganhei da minha norinha um queijo curado da Serra da Canastra. Precisava de duas semanas para f**ar no ponto. No começo, o cheiro era forte, invadia a cozinha, e eu confesso que pensei em não esperar. Será que valeria mesmo a pena?

Esperei.

E foi impossível não pensar em como o queijo curou sozinho, enquanto a gente passa a vida tentando apressar tudo. Queremos ganhar tempo, mas pra quê? No fundo, o que não queremos é perder. A gente quer tudo imediatamente, pra ontem, bem embalado num pacote, de preferência sem esforço. Como se a vida viesse pronta, igual delivery.

Outro dia ouvi alguém dizer que assiste séries no 2x e fiquei pensando que até o lazer entrou nessa lógica da pressa. Se até o prazer a gente vive acelerando, o que sobra pra dor? Maria Rita Kehl lembra que o problema não é só a falta de tempo, mas o jeito como passamos por ele sem viver. A gente conta os dias, preenche agendas, mas raramente habita os instantes. E o tempo que não é vivido… não transforma nada.

Winnicott dizia que, se você risca um mamão verde, ele até amadurece, mas sem o sabor de quando respeita o próprio tempo. Com a gente não é diferente. Pressa pode até dar a sensação de movimento, mas não traz a densidade de quando o processo é sustentado.

Hoje finalmente coloquei o queijo na chapa. O sabor… só quem espera sabe. E ri sozinha porque foi comigo: eu quase mordi antes da hora e depois teria reclamado que não tinha gosto de nada.





Bênção e maldição:  É o nome da trend que está rodando por aí. A proposta é postar qual é a sua bênção e qual é a sua ma...
24/07/2025

Bênção e maldição: É o nome da trend que está rodando por aí. A proposta é postar qual é a sua bênção e qual é a sua maldição. E eu pensei na hora talvez a inteligência artificial.

Porque por mais que ela encante, por mais que facilite, tem algo na forma como ela nos trata que me inquieta. A IA nos trata como Freud dizia que nos sentimos no começo da vida " A majestades e o bebê" onipotentes, donos do mundo.

Ela acerta o tom, devolve com doçura, elogia com precisão. Tudo é incrível. Que texto. Que pergunta. Ótimo ponto. Que precioso. E eu fico me perguntando, somos todos gênios mesmo?

E isso, que parece presente, pode ser armadilha.

Porque quando a gente começa a viver sem tropeço, sem desaforo, sem a frustração de não ser compreendido de primeira, vai perdendo a chance de crescer.

Vi ontem alguém dizendo que estava em dúvida se postava o resultado da sua trend, aquela de contar qual é a sua bênção e qual é a sua maldição. Disse que a intuição era potente e resolveu escutar e postar. E eu, claro, pensei, que bom que se escutou. Mas também me perguntei se a gente anda escutando mesmo o que sente ou só escolhendo o que pode render aplauso.

Já fui do time que torcia o nariz pra tudo que virava moda. Achava o mundo sem personalidade, uma arrogância minha do inferno. Fazer só porque o outro está fazendo ainda me arrepia. Mas também entendo que às vezes uma tendência acerta porque vem tapar um buraco coletivo. Fala de pertencimento, de curiosidade, de desejo de consumo. De falta.

Outro dia mesmo me peguei querendo experimentar o tal morango do amor. Falei com a norinha, combinamos. E agora, olhando com calma, vejo que o desejo era curiosidade, sim. Mas também era conexão. Era vontade de estar com ela, de me aproximar.

E aí que mora a delicadeza. Porque às vezes a gente se aproxima por desejo genuíno, e às vezes se aproxima porque tem medo de f**ar de fora. Porque quer sentir o que todo mundo parece estar sentindo. Porque não quer desaparecer.

E é aí que mora o perigo.

Freud já dizia que a gente mora no olhar do outro. E Ana Suy e Christian Dunker escreveram no livro deles a frase que mais circulou nas redes: “Somos feitos do olhar continua

Uma amiga minha, analista, me disse uma vez: a Ju convoca,  talvez nem fosse um elogio, mas guardei como um dos mais bon...
20/07/2025

Uma amiga minha, analista, me disse uma vez: a Ju convoca, talvez nem fosse um elogio, mas guardei como um dos mais bonitos, porque estar junto, no fundo, é isso. Fazer arejar, fazer pulsar, lembrar que a gente está vivo. E o mais bonito talvez seja quando alguém enxerga isso na gente antes mesmo da gente perceber.

Amizade que atravessa lembra análise. Tem encontro e desencontro, espaço e chamado, silêncio e presença. Não é vigiar, não é sufocar, mas também não é sumir. É f**ar ali, meio torto às vezes, dizendo sem dizer: eu continuo aqui.

Não é a semelhança que transforma, é a diferença. Não é o eco, é o encontro. E talvez doa porque nem tudo que mexe é do outro. Muita coisa é o que ele acende na gente, o que ele toca sem saber. Freud diria que amizade é também libido, energia que circula, que movimenta, que faz a gente importar-se.

No fim, amizade também muda, também escapa. E o que aperta no peito é essa parte nossa que queria que tudo f**asse eterno, intacto, e nunca f**a.



Você já se encolheu? Já sentiu que estar ali, só estar, já era demais? Que a sua presença, mesmo quieta, deixava o ar ma...
16/07/2025

Você já se encolheu? Já sentiu que estar ali, só estar, já era demais? Que a sua presença, mesmo quieta, deixava o ar mais pesado, fazia você pensar se não era melhor caber um pouco menos.

Tem ambientes onde a falta de reconhecimento vai apertando devagar. Tá no olhar que desvia, no silêncio depois que você compartilha algo bom, no like que não vem de quem você sabe que viu. Tem também aquelas pessoas que nunca curtem nada, nunca comentam, mas acompanham tudo. E por trás desse silêncio mora algo que Melanie Klein apontava: reconhecer o outro às vezes é sentido como perder, como ter menos, como f**ar menor.

Psicanalistas desconfiam quando alguém diz “o problema é que todos têm inveja de mim”, porque quem para aí não se implica, não se pergunta o que também traz pra essa relação. Mas isso não apaga a experiência de estar em espaços onde você vai se podando, até nas redes, engessando o que compartilha, segurando o que sente, perdendo a espontaneidade, evitando incomodar.

Winnicott já dizia: ninguém cresce sozinho. A gente realmente precisa de um ambiente minimamente bom, de relações que sejam chão, colo, espaço pra tentar, tropeçar, brincar com a vida sem medo de quebrar.

Nem sempre vem o reconhecimento que você esperava, nem sempre vem o aplauso, e tudo bem. Talvez seja justamente aí que a gente aprende que não precisa se encolher. Porque seguir inteiro, mesmo sem plateia, não é sobre provar nada. É só sobre viver do lado de dentro.






Primeira máquina, beleza. Segunda, beleza. Terceira… parei também.Quatro pessoas, uma semana fora. Voltei animada, fui d...
14/07/2025

Primeira máquina, beleza. Segunda, beleza. Terceira… parei também.

Quatro pessoas, uma semana fora. Voltei animada, fui direto pra máquina. Talvez porque, depois de sair da rotina, até o comum parece mais leve. Até que enroscou. Parou tudo. Coloquei uma calça e nao vi fechei a porta com um pedaço dela fora da máquina ela enrolou enrolou até que enroscou no tambor.

A máquina ficou ali, parada, chamando o olhar cada vez que eu passava. Ligamos pro seguro, uma semana pra virem. Máquina nova. Já ouvi dizer que lava e seca quebra mais. Você também? Pensei no acúmulo. Levar na lavanderia? Quarenta reais pra passar uma jaqueta. Não ia dar. Imagina sei la 100 peças...

Achei uma lavanderia americana, perto de casa. Fui.

Enquanto a roupa girava, eu olhava em volta. Gringos, vizinha, nada demais. Era só bom estar ali.

E pensei: quantas coisas pequenas quebram enquanto a gente tenta segurar tudo? Quando eu era criança, eu já carregava aquela ideia besta de que não podia errar nem quebrar nada. De maria xiquinha (foto nos stories bem alinhadinha) achava que acertar era o jeito de segurar o amor. Freud chama isso de superego, essa voz que cresce dentro da gente dizendo o que pode e o que não pode pra merecer amor. E eu fico pensando: o que será que a gente perde quando tenta acertar sempre? Você também sente isso às vezes?







Tem coisa que a gente lê e sente um aperto que nem sabe de onde vem. Não é só pela tragédia, mas pelo que vem depois, no...
11/07/2025

Tem coisa que a gente lê e sente um aperto que nem sabe de onde vem. Não é só pela tragédia, mas pelo que vem depois, nos comentários, naquela fila interminável de julgamentos no post de notícias.

O balão que despencou.
A moça que morreu na lipo.
A Juliana da Indonésia
A criança de 11 anos que caiu no cânion, a moça que caiu do rapel ( detalhe no mesmo dia em que eu tinha acabado de fazer um)

Um comentário depois do outro, desfiando raiva, desprezo, certezas pequenas, como se errar fosse contrato pra sofrer, como se quem caiu tivesse assinado antes dizendo eu mereço.

Esses dias, vi um filho de famoso escrever bem feito para a moça que morreu na Indonésia. E percebi como isso é só a ponta de algo maior, essa pressa em transformar dor em culpa, esse jeito de dizer comigo não vai acontecer enquanto julgamos o tropeço do outro.

Não escrevo pra dizer quem está certo ou errado. Mas pqra tentar entender essa onda de agressividade e julgamento, escrevo porque isso também me atravessa. Porque, no fundo, talvez seja só medo. Medo do nosso próprio risco, do nosso próprio abismo, do susto que fingimos que não está ali.

Viver é risco. Não tem contrato assinado, não tem manual, não tem escudo. É pele exposta, tropeço, surpresa, susto. E, no fundo, é isso que faz ser tão vivo.

Será que conseguimos olhar pra dor sem virar juiz dela? O que mais mexe em você quando vê o outro cair? O que você sente ao ler comentários assim?






O café da manhã de hotel tem esse poder estranho de reconfortar. É como se, mesmo longe de casa, aquele buffet organizad...
09/07/2025

O café da manhã de hotel tem esse poder estranho de reconfortar. É como se, mesmo longe de casa, aquele buffet organizado em ilhas com frutas cortadas, sucos alinhados e um cheiro bom de pão saindo do forno dissesse pra gente: descansa, começa o dia devagar. No nosso hotel, tambem foi assim. O abacaxi era incrivelmente doce. A manga, no ponto. E o omelete feito na hora, direto na chapa, por Alexandra, que sorria com os olhos e as mãos. Quando pedimos com “cogumelos”, ela riu, disse que lá era “champiñones” e ficou curiosa pra saber como falávamos. Coisa simples. Coisa bonita.

O garçom também já sabia. Pra mim, era só um tico de leite. Um gesto pequeno, mas que carrega algo enorme. Alguém prestou atenção. E isso conecta. Sem que a gente perceba, essas gentilezas se empilham dentro da gente. Um café trazido do jeito certo, um bom dia com nome, uma memória nova que nasce no meio da rotina.

Em Cancún, dar gorjeta faz parte da cultura. Eles chamam de propina e talvez tenha sido isso que fez Alexandra aparecer, no último dia, com um prato carinhosamente preparado e um “buen viaje” escrito com cuidado. Mas talvez tenha sido só porque eu disse, meio emocionada e sem filtro, que aquele era o melhor omelete da minha vida. E ela ouviu. Porque às vezes a gente acha que só o dinheiro move as coisas, mas tem palavra que vale mais do que qualquer moeda.

Foi assim que o primeiro pedaço das férias terminou. Doce, como esse morango que ela nos trouxe. E com um gosto que eu ainda sinto quando lembro do cheiro do abacaxi.

Tchau Cancun até a próxima!

Endereço

Joaquim Floriano
Floriano, PI
15061800

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