
23/05/2025
A decisão, anunciada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), representa um avanço histórico para o cuidado com vítimas de queimaduras, permitindo a substituição dos curativos convencionais por um material biológico colhido durante os partos por cesariana.
“A aprovação é um marco histórico. Trata-se de uma técnica usada no mundo todo que, agora, finalmente será regulamentada no Brasil. É o resultado de um trabalho conjunto da Santa Casa e da Fiergs, iniciado há 20 anos, que vai beneficiar milhares de pessoas em todo o país”, ressaltou Paulo Renê Bernhard, diretor superintendente da Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais.
No Brasil, a membrana amniótica foi adotada de forma emergencial no tratamento de queimados da tragédia da Boate Kiss, ocorrida em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013, impulsionando a consolidação de uma rede de articulação entre instituições de saúde, entidades sociais e parlamentares. Com a decisão da Conitec, agora a incorporação precisa passar pela regulamentação do Sistema Nacional de Transplante (SNT). O uso estava em análise pela Conitec desde 2021, quando foi autorizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Em março deste ano, o órgão do Ministério da Saúde abriu uma consulta pública e aprovou em definitivo a adoção do curativo biológico como nova tecnologia pelo SUS.