
20/07/2025
Conversas com meu filho autista revelam a complexidade da comunicação que vai além das palavras.
Você já viveu essa espera? “Filho, vamos colocar o tênis?”
Resposta rápida, “Tá bom.”
E depois, um desvio que parece não ter conexão: “Mãe, sabia que o som do ventilador faz ‘vuum-vuum’ igual ao foguete da NASA?”
Essa troca pode parecer confusa, mas é um retrato real do autismo, especialmente no espectro nível 1. Crianças autistas falam, mas nem sempre respondem diretamente ao pedido inicial. Elas podem se prender a interesses específicos, demonstrando hiperfoco em detalhes que parecem desconectados da conversa.
Isso é o que chamamos de prejuízo funcional na comunicação social, um dos critérios do DSM-5 para o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A resposta “Tá bom” indica compreensão literal, mas a dificuldade está em iniciar ou concluir uma ação em resposta ao pedido.
É importante entender que essa maneira diferente de se expressar não é desobediência nem falta de vontade. É uma forma única de perceber e interagir com o mundo.
Eu sou médico, sou pai de uma criança autista, e vivo esses desafios na pele. Sei que para você, mãe, pai, essa espera por uma resposta que pareça “normal” é angustiante. Mas saiba: cada frase, cada interesse, cada tempo diferente da criança é um convite para você se adaptar, aprender e encontrar estratégias que funcionem para o seu filho.
Comece hoje a observar essas nuances. Elas são pistas para uma comunicação mais eficaz e para um suporte que respeite o tempo e a singularidade do seu filho.
📍 Compartilhe com uma mãe que está exausta de esperar uma resposta que nunca chega no tempo esperado.
📍 Me siga para aprender mais sobre neurodesenvolvimento, autismo e estratégias práticas para a rotina da sua família.