06/10/2025
A ética clínica diante desse novo cenário deve visar não a renúncia à tecnologia, mas a reinvenção do sintoma: como transformar o postar em falar? Como ajudar o paciente a ressignificar o filtro de aprisionamento em ferramenta de experimentação?
Se Han revela como o burnout é o sintoma do sujeito que se explora, Guattari nos oferece uma saída: os mesmos agenciamentos tecnológicos que capturam podem singularizar. O desafio clínico é transformar o filtro de aprisionamento em ferramenta de experimentação não para otimizar o eu (Han), mas para dissolvê-lo em novas possibilidades (Guattari).
Um exemplo clínico ilustra essa complexidade: o sonho de uma paciente com um espelho que não refletia sua imagem. Esse espelho vazio não é apenas metáfora do real lacaniano é o colapso do regime escópico digital (Baudrillard). Sem filtros, a paciente confronta não a nudez do corpo, mas o vazio do imaginário tecnológico (Guattari), onde até o reflexo foi privatizado por algoritmos.
STEIL, Ricardo. O Sujeito Holográfico: Realidade Aumentada e a Alucinação Tecnológica na Psicanálise Contemporânea (Capítulo 7). Lançamento previsto: 2026