Maria Luiza Kerst

Maria Luiza Kerst CRP - 13/8108
Psicologia Clínica - Gestalt-Terapia
Gestão de Recursos Humanos
(88) 9 9750-3222
(83) 9 9679-1242

Afinal, por que escolhemos esse lugar? Por que a Clínica? Como a clínica?Neste seminário conversaremos sobre a construçã...
12/04/2023

Afinal, por que escolhemos esse lugar? Por que a Clínica? Como a clínica?

Neste seminário conversaremos sobre a construção do suporte para o início do ofício clínico em suas principais inseguranças, incertezas e necessidades: a importância da formação continuada, do processo individual e da supervisão, meandros do consultório, setting terapêutico (presencial e online), sobre a sessão, acordos, contratos, valores, relações terapêuticas, construção de manejo, finanças, seguridade, planos de saúde, atendimentos solidários, atendimentos particulares, código de ética, e um dos maiores engodos: Divulgação.

Sim, a clínica é um caminho solitário onde ninguém pode ensinar "o caminho das pedras: como ter sucesso, como lotar horários, como ser um bom profissional", na verdade, quanto mais vivemos a clínica, mas sabemos sobre a contramão mercadológica dessa promessa, que está no labor fático de tornar-se, autorizar-se e ser psicoterapeuta.

Seminário online - Aspectos Funcionais da Clínica: Por onde começar?
Com Maria Luiza Kerst CRP/11-18577
INVESTIMENTO: 180,00
Data e Horário: Sábado dia 20 de Maio de 2023, às 14h
DURAÇÃO: 3h
8 vagas

INSCRIÇÕES:
https://www.sympla.com.br/seminario---aspectos-funcionais-da-clinica-por-onde-comecar-com-maria-luiza-kerst-crp11-18577__1950573

Diário de uma Gestalt-terapeuta:Da imortalidade ao desejo Quando olho para as esculturas de Rodin, penso: Como conseguiu...
24/06/2022

Diário de uma Gestalt-terapeuta:
Da imortalidade ao desejo

Quando olho para as esculturas de Rodin, penso: Como conseguiu comunicar tão brilhantemente com suas cenas petrificadas?

Cenas ficam.
Elas acabam, e ainda sim, ficam.
Guardamo-nas, mesmo as que esquecemos. Algumas se tornam santuários, outras museus abertos a visitações quando se cerram os olhos; outras se tornam banquetes, outras prisões que se repetem e se repetem, esgotantemente.

De certo que com o passar do tempo os detalhes vão-se indo, os cenários se esvaem, restando o que de mais importante precisa permanecer: o ato, carregado simbolicamente de sentido. A emoção. A sensação. O efeito.

Auguste Rodin foi genial nisto.
Em L'éternelle Idolé, escutura simbolista de 1889, um homem imobiliza-se frente a uma mulher, e, ajoelhado beija seu corpo quase que afundando-se onde pode escutar seu coração. É quase um ato de adoração. Talvez seja. E é surpreendente quantas vezes essa obra foi reproduzida pelo mundo, não somente em mármore carrara, mas em bronze, em argila, em madeira, em telas, em fotografias.
Milhares de vezes.

Mas ele foi ainda mais genial: a imortalidade é imóvel!
Creio, o desejo não caminha para imortalidade.

Nem toda cena precisa ou merece ser imotalizada, mas todos querem imortalizar as cenas cujos atos simbólicos ficam. As vezes, me consta, que certas cenas permanecem mesmo a contragosto, repetindo-se tanto ao cerrar dos olhos, quanto em cenários distintos de quando a priori se fizeram.
Nossas repetições, uma forma de nos imortalizar.

Não parecendo o bastante para muitos reproduzi-las para mantê-las, alguns precisam possuí-las. Desfrutá-las também.
(Os cenários, as cenas e os atos que ja passaram de outros.)
Reproduzem na tentativa de reter algo.

Enfim, penso que precisamos saber o que merece ser imortalizado tanto quanto precisamos deixar o que morre ir, nos pequenos lutos cotidianos. Memento Mori - lembra-te que és mortal. O esquecimento é uma dádiva do desejo e eu achei uma ótima passagem no Livro das Ilusões de Cioran que ressalta isto:

"Se o homem tivesse nascido imortal, que forma teria tomado seu desejo, se o desejo existe porque a morte existe?"

AS MULTIDÕES Não é dado a todos tomar banho de multidão. G***r da multidão é uma arte; e só aquele, a quem uma fada insu...
22/06/2022

AS MULTIDÕES

Não é dado a todos tomar banho de multidão. G***r da multidão é uma arte; e só aquele, a quem uma fada insuflou, desde o berço, o gosto do travestismo e da máscara, o ódio ao domicílio e a paixão por viagens, pode fazer, às custas do gênero humano, um rito de vitalidade.

Multidão, solidão: termos iguais e conversíveis para o poeta ativo e fecundo. Quem não sabe povoar a sua solidão, tampouco sabe estar sozinho em meio à turba ocupada.

O poeta goza deste incomparável privilégio: ele pode ser, à sua guisa, o mesmo e o outro. Como almas errantes que caçam corpos, ele assume, quando quer, a persona de qualquer um. Só para ele tudo está vago. E se alguns lugares lhe parecem fechados, é que, aos seus olhos, não valem a visita.

O caminhante solitário e pensativo curte uma singular embriaguez desta comunhão universal. Aquele que desposa facilmente a multidão conhece alegrias febris das quais estão eternamente privados o egoísta, fechado como um cofre, e o preguiçoso, recolhido como um molusco. Ele adota, como suas, todas as profissões, todas as alegrias, todas as misérias que as circunstâncias lhe apresentam.

O que os homens chamam de amor é bem pequeno, bem restrito e bem frágil, se comparado a esta inefável orgia, a esta santa prostituição da alma que se dá por inteiro, poesia e caridade, ao imprevisto que surge, ao estranho que passa.

É bom às vezes mostrar aos sortudos desse mundo, nem que seja para humilhar por um instante o seu orgulho, que há felicidades superiores às deles, maiores e mais refinadas. Os fundadores de colônias, os pastores de povos, os padres missionários exilados no fim do mundo, conhecem, sem dúvida, um pouco desta misteriosa embriaguez; e eles, no seio da vasta família criada por seu gênio, devem rir, às vezes, dos que se compadecem das suas fortunas tão agitadas e das suas vidas tão castas.

(Baudelaire, trad: Ivanes Freitas)


Baudelaire foi um ressentido tão realista que pode trazer à luz o mesmo e o outro nas multidões, cujo gozo só existe solitário.


Compartilhando um pouco do privilégio de ter Baco como melhor amigo - receber trabalhos autorais e traduções primorosas como essa. Obrigada .freitas1

A Rua pixada tem sua voz e todo homem deveria ter uma também. Uma marca. Nem que incompreendida, incomode. E um quadro n...
12/06/2022

A Rua pixada tem sua voz e todo homem deveria ter uma também. Uma marca. Nem que incompreendida, incomode.
E um quadro numa parede nua com uma história por trás.
Não como a Repetição Proibida, mas como duas efígies que se veem.
Nesse registro tive coragem de retificar Nietzsche: Quando olhamos para uma fotografia, ela nos olha de volta.

Diário de uma Gestalt-terapeuta: Custódia. Ví um anúncio de dez anos atrás. Uma antiga professora de dança com quem estu...
06/06/2022

Diário de uma Gestalt-terapeuta: Custódia.

Ví um anúncio de dez anos atrás. Uma antiga professora de dança com quem estudei escreveu em outra plataforma: "Turma de dança tal aos sábados 10:30. Interessados comparecer a secretaria com tais documentos..."
Assim, sem nenhuma firula.
Isso.
Não havia nenhuma estratégia.
Não havia promessa alguma.

Quem queria ir, queria ir por qualquer
motivo que fosse seu. Queria ir.

Não tinha malabarismos comerciais. Era aula. Técnica. Vivência. Experiência. Tinha que ir para experimentar. Que fosse péssimo, que fosse esplêndido, tinha que viver no corpo.
Tinha que viver para saber.

Saí da página das lembranças naquela plataforma e voltei para essa.
Um turbilhão de informações.
Cards e cards. Imperativos e imperativos. Vendas e vendas. Promessas e promessas. Roteiros e roteiros. Cartilhas e cartilhas.
"Como se tornar..."
"Como fazer do 0 ao milhão"
"Se cure disso através de"
"Clique aqui"
"Construa sua autoridade"
"Cresça suas visualizações"
"Tenha engajamento"
"Eduque seu público"
"Manifeste isso"
"Lei da atração para"
"Conquiste o homem"
"Se torne"
Infindos.

Gostaria de comentar cada um desses engodos, mas não quero trabalhar de graça.
O Meta lucra muito dando custódia ao sonho capitalista do povo que trabalha diariamente, gratuitamente.

Eu me pergunto quanto custa viver para não-ser.
Achei que o título desse diário fala muito sobre essa espécie de guarda e também pode funcionar como jogo de palavras e como resposta:
Custa o dia.




.Dorme e sonha quieta,Tua pele machucada,Que o sonho te revesteAdornada!Ouve o destino que te encobreCo'a história dum t...
02/11/2021

.
Dorme e sonha quieta,
Tua pele machucada,
Que o sonho te reveste
Adornada!

Ouve o destino que te encobre
Co'a história dum tecido brocado
Embora que tenha-se sentido,
Não há sentido prolongado

Como se fora um tempo vivido,
E não há de ser tudo mudado
Se vicissitudes malograram,
O que há de ser prerrogado?

Se te moras em poucas lembranças
E não puderas tu ser entoado
No eco de tuas andanças
E danças de derrotado

Acorda!

Sutura teu tecido de pele
E marca os pontos em teu bordado
Coze os lábios das tuas feridas
Cirze as partes que já passaram

Mas deixa pequenos espaços.

Para que passa a alma, lenta
Com gosto de nostalgia
Que sussura ao tempo vero
E sopra a poeira tardia

Tolhendo as marcas do tempo
Dos cantos de tua manhã interna
Passo a passo à abertura
De outra quimera

Júbila torna desvelar
Claro quão o sol da noite
E volta a adormecer
Despertando em novo semblante

Nessa vida que se borda
Em pele, emigrante.

27 de Junho de 2014
M.
E.V.

(Sempre adorei a escola literária do simbolismo. É como escrever em labirintos. É como brincar neles, entrando por lugares incertos que de alguma forma são conhecidos. Simbolismo é um movimento que permite uma escrita que se descobre em suas possibilidades de perdição, de confusão, de erro, em suas encruzilhadas e em caminhos que te colocam diante de sua própria saída.)

Hoje, com quase dois metros de altura com esse salto, quase não cabendo na foto, (risos) passo para registrar minha aleg...
01/11/2021

Hoje, com quase dois metros de altura com esse salto, quase não cabendo na foto, (risos) passo para registrar minha alegria de voltar aos atendimentos presenciais!
Simbora! Gosto assim, de receber muitas vidas todos os dias!

Diário de uma Gestalt-terapeuta: Em defesa das confusõesA gente precisa trabalhar com a hipótese ou o fato de estarmos e...
27/10/2021

Diário de uma Gestalt-terapeuta: Em defesa das confusões

A gente precisa trabalhar com a hipótese ou o fato de estarmos equivocadas/os/es.
Precisamos olhar para isso.
Para onde vão os equívocos?

Tenho visto que recentemente os axiomas "Você está equivocado!", "Fulano é muito equivocado!" se tornaram uma espécie de insulto sofisticado. A polissemia dos sentidos da nossa língua nos faz disso, já que o equívoco remete ao erro e ao engano, mas também àquilo que ficou ambíguo, àquilo que pode ter mais de uma interpretação, mais de um sentido, uma pequena confusão.

A necessidade das certezas - máximas do nosso tempo - muito escondem, disfarçadas, a necessidade de controle.
Um processo neurótico do qual não se consegue sustentar a dúvida até que ela gere o incômodo necessário e possa abrir outro desvio possível que não sejam as fantasias destrutivas.

Nos enodamentos das relações temos dos nossos fundos de vividos, temos das nossas faltas, temos dos nossos desejos, das nossas inseguranças, temos de muito mais, e o que não temos.

Como precisamos das pequenas confusões! Como elas tem potência se nelas pudermos dar espaço para que nossos equívocos se digam, se vejam, se ouçam!

É preciso que os equívocos conversem. É preciso dar dignidade a eles. Dar lugar. É melhor que eles possam ter outros destinos possíveis que não só o escoamento da nossa fantasia destrutiva, que não só o abandono do afeto, que não só a nossa negligência.

Para onde vão os equívocos?

Eu olho e penso: Vai falar muito mal de mim na terapia futuramente?Tomara que não tão mal.Será que ele ja vai matar o id...
12/10/2021

Eu olho e penso:
Vai falar muito mal de mim na terapia futuramente?
Tomara que não tão mal.
Será que ele ja vai matar o ideal de mãe? Ah... Ele criança tá crescendo.
Que ele possa falar!
Que possa dizer e saber que tem para onde voltar!
Que eu o amo!
Melhor criança, melhor filho!
Só tem ele. (Risos)
Vive pedindo por irmãos, até pede pra que eu adote. Me chama para ir no orfanato de frente a antiga clinica... Não posso dar tudo.
Posso tentar ser suficientemente boa. Tem dado certo até aqui!
A infância ta acabando. Já?
Já ta quase da minha altura, e eu sou alta pra caramba. Ele ja calça 40, mais que eu. Tipo, as vezes a gente divide as mesmas camisas de banda.
O final da infância está sendo diferente.
Meio isolado. Amigos, na tela do computador. Adultos e mais adultos familiares.
Tomara que ele possa ser criança por mais tempo!
Hoje andou de skate.
Foi para uma festa de criança no bairro.
Hoje tem pizza de novo.
Não dá pra ter tudo, mas dá pra algumas coisas.

Lembra como brincava na infância?O que tinha para brincar?O que faltava?O que fazia com essa falta?Como você brincava?O ...
12/10/2021

Lembra como brincava na infância?
O que tinha para brincar?
O que faltava?
O que fazia com essa falta?
Como você brincava?
O que você podia fazer?
O que era importante?
Como o tempo passava?
O tempo passava?
Ou você só se deu conta depois que não viu mais aquela/le melhor amigo da infância? Que aconteceu com ela/ele/elu?
Usou as figurinhas do caderno?
Fez alguma traquinagem?
Se machucou? E como foi?
Lembra a primeira vez que foi para escola, e quando chegou em casa?
Que fizeram daquela criança?
Que fez você, dela?
Que pode fazer por ela?
Que ela pode fazer com você, por você?

A infância é um lugar dúbio, não é? Cheia de perigos e dissabores, cheia de criação e novidade. Para alguns é fragrante, para outros é dilacerante. Quase sempre ambos.
Para todos, estruturante.
Tantas coisas se vão, tantas ficam.
Você, principalmente.
Sabe aquele gosto da descoberta? Tem.
Por que as vezes esquecemos disso?
A maioria das infâncias são assim.
Mas se tem alguma coisa que é deveras impossível, é proteger uma criança do mundo.
É preciso acompanha-la.
Será que você ainda pode fazer isso?

Endereço

Juazeiro Do Norte, CE

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