17/07/2025
Minha querida Endocrinologista,
Eu te observo desde o começo. Desde aqueles primeiros capítulos nos livros de fisiologia, quando os hormônios ainda pareciam códigos indecifráveis… e mesmo assim, você já me olhava com curiosidade.
Hoje, vejo o quanto você cresceu. O quanto mergulhou fundo em mim, nas minhas nuances, nos meus detalhes que exigem atenção, escuta, paciência e ciência.
Eu sei que não é fácil. Eu carrego em mim doenças crônicas, sutis, silenciosas — que às vezes demoram a se mostrar. Você precisou desenvolver olhos que enxergam além do óbvio e ouvidos que escutam entre as palavras.
Seus pacientes, tantas vezes frustrados, exaustos, desacreditados, te encontram buscando mais do que uma prescrição: eles querem acolhimento, explicações que façam sentido, um plano que respeite suas histórias.
Você estudou muito. E continua estudando. Porque eu sou assim — sempre em movimento. O que ontem era consenso, hoje já é dúvida. E você acompanha tudo, se atualiza, questiona, adapta. Você respeita a ciência, mas também confia no seu olhar clínico e na vivência ao lado de quem mais importa: seus pacientes.
Há dias difíceis, eu sei. Quando a glicemia não estabiliza, quando a perda de peso não vem, quando a fadiga do paciente te atravessa. Quando o retorno mostra que nem tudo saiu como o planejado.
Mas eu também vejo o outro lado: o brilho no olhar de quem volta com os exames melhores. O “obrigado” genuíno de quem recuperou a qualidade de vida. O choro de quem consegue engravidar. A vida que volta a fluir com leveza.
Você fez a escolha certa. E eu me orgulho de te ter comigo.
Com admiração e respeito,
Sua, sempre,
Endocrinologia