
29/09/2024
Meu pai sempre foi uma figura autoritária e machista. Desde pequena, eu tinha um medo constante dele. Ele gostava de repetir para todos que eu era a filha perfeita: a que não desobedecia, a que sempre cumpria as regras. Mas o que ele não entendia era que meu comportamento vinha do medo, e não de respeito ou admiração.
Na adolescência, essa dinâmica começou a mudar. Eu já não aceitava mais suas ordens sem questionar e, por isso, passamos a discutir constantemente. Com o tempo, as brigas verbais evoluíram para agressões físicas, algo que desgastou profundamente nossa relação.
Meu pai era a personificação de tudo que eu não desejava em um homem. Ele desrespeitava mulheres, acreditava que nosso lugar era apenas dentro de casa, e só o meu irmão tinha liberdade para sair e se divertir. Aos poucos, a convivência com ele foi se tornando insuportável.
Quando me tornei adulta, tomei a decisão de me afastar da minha família. Embora eu estivesse determinada a seguir meu próprio caminho, esse distanciamento me causava dor. Eu sentia um vazio enorme pela falta de apoio familiar e pela relação quebrada com meu pai.
Foi nesse ponto da minha vida que eu comecei a fazer sessões de TRG. Ao longo do processo, revisitei os momentos mais dolorosos da minha infância e adolescência, marcados pelas brigas, ofensas e falta de carinho. O reprocessamento trouxe uma clareza inesperada. Compreendi como toda a dinâmica familiar havia me afetado. Decidi que queria reconstruir o que ainda pudesse ser salvo. Surpreendentemente, meu relacionamento com meu pai começou a mudar. Aos poucos, fomos construindo uma nova relação, baseada no respeito e na compreensão.
Hoje, nossa convivência é leve e harmoniosa. Aquele peso que eu carregava no coração se dissipou, e a mágoa deu lugar à empatia.
Eu já havia conquistado muitas coisas na vida – sucesso profissional, estabilidade financeira e até um relacionamento amoroso saudável – mas ainda faltava algo. Com a TRG, consegui preencher essa lacuna, restaurando minha paz familiar e encontrando um equilíbrio que nunca pensei ser possível.