20/07/2025
Quando uma mulher se trata como a Filha, a alma dela amanhece. É como se, de repente, o peito desaprendesse o peso, e lembrasse o som de uma gargalhada esquecida atrás das costelas.
Ela chega para si com mãos que sabem ninar.
Com olhos que dizem sem pressa: “Eu estou aqui, meu amor. Não fujas mais.” E dentro dela, a menina que tanto se escondeu entre silêncios e castigos, começa a acreditar que talvez... não precise mais ter medo.
Ela se permite brincar com o que sente. Deixar o choro escorrer sem vergonha, rir alto sem motivo, inventar refúgios de fantasia onde o mundo não machuca. Ela se senta com suas dores como quem se senta com uma criança cheia de perguntas sem respostas prontas, mas com o coração disposto a escutar.
E ao perguntar-se: “O que você precisa hoje, pequena?”, a mulher desaprende o verbo exigir, e aprende o verbo cuidar. Ela se oferece um colo sem condições. Uma dança sem vergonha. Um descanso sem culpa.
Porque dentro de cada mulher mora uma menina que queria colo, queria ser vista, queria ser salva. E essa menina cresceu tentando ser forte, tentando ser perfeita, tentando caber.
Mas quando a mulher se trata como a Filha, ela encontra a chave: É o abraço de dentro que salva. É o colo que não se vai quando as lágrimas chegam. É o riso que floresce mesmo na chuva.
E então, o coração da Filha sorri. A vida deixa de ser um lugar hostil e vira um quintal. Ela volta a brincar com seus sonhos, a amar sem medo, a viver sem pedir licença.
Toda mulher que acolhe sua Filha interna, planta um jardim no peito. E aprende, enfim, a ser casa para si mesma.❤️