24/01/2024
No turbilhão de sentimentos, meu coração parecia um quebra-cabeça despedaçado, cada pedaço uma lembrança de um amor que se desfez. As lágrimas eram constantes, e a dor, um visitante indesejado que se instalou em meu peito.
Persisti, tentando segurar a relação que se desfazia diante dos meus olhos. No desespero, buscava respostas, tentava entender o que havia acontecido. Cada chamada não atendida, cada mensagem ignorada, era um golpe no peito.
Você, talvez cego pela própria insensibilidade, aproveitava minha vulnerabilidade, jogando-me migalhas emocionais como se fossem o suficiente. Eu me apegava a esses vestígios, mantendo viva a ilusão de que poderia consertar o quebrado.
Finalmente, reuni coragem para verbalizar minhas mágoas, expondo minha alma na esperança de tocar a sua. Contudo, a resposta foi o silêncio ensurdecedor. O vazio da sua ausência tornou-se uma presença constante, uma sombra que me acompanhava.
Sozinha, comecei a recolher os cacos do meu coração, uma tarefa árdua que exigia enfrentar a dor de frente. A solidão tornou-se meu único co***lo, e a lembrança de nós dois era uma ferida que insistia em latejar.
No entanto, no meio da escuridão, encontrei uma luz. Descobri que meu valor não estava vinculado ao que os outros poderiam oferecer. Não podia aceitar migalhas de afeto como se fossem um banquete emocional. A dor me ensinou que precisava me amar, encontrar força na minha própria essência.
Assim, na jornada de transformação apaixonei-me por mim mesma. Hoje, mesmo diante das escolhas dos outros de partir ou ficar, permaneço, resiliente, amando-me, acolhendo-me, admirando-me, respeitando-me e, acima de tudo, de pé, pronta para seguir em frente.