
23/10/2024
Se eu pudesse dar um conselho para os tímidos, dos quais me incluo, seria esse:
Coragem e generosidade.
- Sempre fui uma tímida muito ousada.
Certa vez me deparei com uma crônica da Clarice em que ela fala sobre a ousadia dos tímidos. Essa ousadia se refere aos momentos em que, apesar do seu encabulamento, com audácia conseguia reivindicar, aprender, experienciar.
Sair de si mesmo requer bravura, firmeza de espírito, mas também um coração magnânimo.
Quando eu era criança dificilmente a timidez era minha companhia, vivia organizando as brincadeiras das outras crianças, acho que era mandona inclusive. Conto nos dedos as ocasiões em que me fechei em mim mesma, essas acredito mais relacionadas a tristeza do que a vergonha em viver.
Quando eu era adolescente, embora a timidez me acompanhasse em muitas ocasiões, dificilmente era minha conselheira. Fui catequista, toquei pandeirola no grupo jovem, escrevia roteiros pra aula de teatro na escola. Eu simplesmente ia, mesmo morrendo de medo, tremendo e suando as mãos e me contorcendo depois de lembrar do que disse e não queria ter dito.
Passei a perceber que existia uma hierarquia entre o que eu precisava e podia oferecer com a minha ‘’exposição’’, com minha ‘’saída’’ e a imagem cristalizada que tentava manter de mim mesma.
Acho que foi isso que me salvou de um ensimesmamento.
Ir para fora também permite encontrar o outro. Às vezes me esqueço disso:
Coragem e generosidade.
Conta aqui nos comentários uma ocasião em que precisou ir para fora. 🌱