28/05/2025
Ser mãe não anula quem somos. Mas, muitas vezes, parece que sim.
Depois da maternidade, retomar a própria vida e individualidade vira uma batalha. A rotina mais simples – ir ao banheiro, tomar banho, cozinhar, trabalhar – passa a depender de mil variáveis. Tudo gira em torno do sono da criança, da demanda constante, do cansaço acumulado.
E aquela frase "aproveita pra dormir enquanto o bebê dorme"? Ok, mas… e o resto? Quem lava a roupa, responde mensagem, toma banho, come? Quem cuida da mãe?
Hoje, por exemplo, sou mãe e estou com meu marido operado. Ele é a minha mãe são os meus grandes parceiros e me ajudam muito. Mas, com ele em recuperação, estou precisando me virar nos horários noturnos para também não sobrecarregar a minha mãe que já faz tanto. Me vejo ainda mais dependente. E essa dependência sufoca.
E antes que alguém pense: não, isso não tem absolutamente nada a ver com o amor que sinto pela minha filha. É justamente por ela que tento seguir, mesmo exausta. Mas ainda sou eu. Ainda tenho desejos, cansaço, trabalho, identidade.
Falar sobre isso não é reclamar da maternidade. É lutar para que a gente, enquanto mulher, não desapareça depois que nasce uma mãe.
E as mamães que estão por aqui, também se sentem ou já se sentiram anuladas?