11/09/2020
ENTREVISTA COM DOMINIQUE BAUDOUX SOBRE A AROMATERAPIA CIENTÍFICA
"Óleos essenciais serão os medicamentos do futuro". A frase é de Dominique Baudoux (Bélgica, 1957), especialista em aromaterapia científ**a e autor do livro "Grande Manual de Aromaterapia", publicado pela Editora Laszlo.
Hoje reproduzimos uma entrevista que ele concedeu no dia 31 de julho de 2020 à Yvette Moya-Angeler, do site Cuerpomente, uma referência para interessados em saúde integral e em nutrição natural, vegetariana e vegana.
O autor conta que em sua casa não existem medicamentos e nenhum de seus quatro filhos, entre 17 e 27 anos, jamais tomou antibióticos. “Nem uma única vez”, enfatizou. Em contrapartida, na família Baudoux são utilizados os óleos essenciais, capazes de estimular as defesas naturais e respeitar a flora intestinal.
ENTREVISTA
Farmacêutico como seu pai e seu avô, Dominique Baudoux é um aromatólogo de prestígio requisitado mundialmente em conferências sobre propriedades e aplicações dos óleos essenciais. Dirige, desde 1991, o laboratório Pranarôm International, com sede na Bélgica e conta, atualmente, com 150 funcionários.
É também presidente do Colégio Internacional de Aromaterapia e autor de livros como "Aromaterapia: a arte de curar com óleos essenciais" e "Por uma cosmética inteligente", ambos publicados pela Amyris Editions. Durante o encontro com a equipe da Cuerpomente, Baudoux demonstrou entusiasmo e serenidade, segundo ele fruto de anos de prática do Yoga.
Você usa perfume?
Atualmente não. Porém, se quiser me perfumar, eu uso óleos essenciais de grapefruit e cedro-do-atlas, pois meu olfato já não aceita mais as fragrâncias sintéticas.
Como você se interessou pela aromaterapia?
Eu gostava de fotografia, contudo segui a tradição familiar e estudei farmácia. Durante três anos, trabalhei para um grande grupo farmacêutico e me dei conta de que não queria vender substâncias químicas que talvez curem, mas que têm também muitos efeitos colaterais. Queria encontrar uma forma diferente de praticar a farmácia. Descobri, durante a participação em algumas conferências sobre óleos essenciais, que esse era o assunto ao qual queria me dedicar. Isso foi há 25 anos. Quando comecei a estudar, constatei que os óleos essenciais sempre haviam sido utilizados, por todas as culturas: na Idade Média, como proteção contra a peste, e na Ásia são usados no famoso Tiger Balm, assim como na famosa pomada Vick Vaporub. Não é algo novo, mas, sim, muito antigo.
O que mudou?
Na Farmacopeia – o livro referência de todo farmacêutico – os óleos essenciais (de canela, hortelã,...) estão presentes ainda hoje, o que signif**a que não inventamos nada, exceto que, pela tecnologia, conseguimos chegar ao "DNA" molecular de cada óleo e, assim, compreender os mecanismos de ação de cada uma dessas moléculas. Em resumo, cheguei à aromaterapia, aconselhando o uso dos óleos essenciais em minha farmácia e ouvindo meus pacientes dizerem que meus remédios eram milagrosos, mágicos. Os óleos essenciais têm efeito imediato sedutor. Porém, assim como são tão efetivos, também são pouco conhecidos. Como cientista e cercado por outros cientistas quero devolver aos óleos essenciais o lugar que merecem para permitir que sejam a melhor alternativa a alguns medicamentos sintéticos.
O que é um óleo essencial?
Nas plantas aromáticas, certas estruturas fabricam uma "essência", que é extraída do vegetal por destilação: o v***r d’água arrasta consigo a essência da planta. Durante esse processo, no entanto, acontecem alguns pequenos ajustes moleculares e, no final, o óleo essencial não tem exatamente a mesma composição molecular da essência original. Por isso é que não se pode denominar cientif**amente o óleo essencial de essência: ele é a essência destilada da planta aromática.
E o que é a aromaterapia?
É o emprego dos óleos essenciais, de qualidade bioquímica particularmente elevada, que se administra pelas vias cutânea, oral, auricular, nasal, vaginal, retal e olfativa para, por um lado, complementar um tratamento com medicamentos, reforçar sua atividade ou eliminar seus efeitos colaterais ou, por outro lado, para usar como alternativa a remédios, visto que possuem as mesmas propriedades e eficácia. Podem ser utilizados para prevenir enfermidades (eu acabei de usá-los em Madagascar para evitar problemas gastrointestinais) e não há sintomas nem doenças para os quais não se possa indicar uma fórmula com óleos essenciais. Eles também são usados nos tratamentos em animais e estamos desenvolvendo combinações para serem utilizadas em plantas, como uma alternativa a inseticidas e pesticidas.
Como se explica cientif**amente o efeito dos óleos essenciais?
Os mecanismos de ação das moléculas dos óleos essenciais são bem conhecidos. Quanto à sua atividade antibacteriana, o óleo essencial destrói a parede celular da bactéria, provocando a sua morte. No que se refere à sua ação antiparasitária é a toxicidade de certos óleos sobre o tecido nervoso do parasita que leva à sua morte. Os óleos essenciais também podem relaxar uma contratura muscular. Hoje existem dezenas de milhares de publicações científ**as que explicam a ação dos óleos essenciais. A única coisa que não temos – e que o mundo da medicina exige para que seja completamente confiável – são os ensaios clínicos. Ainda não temos número suficiente deles para convencer a comunidade médica. A razão para isso é que os custos são muito altos e não possuímos condições financeiras para levar a cabo tais ensaios. No entanto, tenho milhares de pacientes que podem atestar a eficácia dos óleos essenciais.
Mesmo os casos graves?
Sim, no entanto os medicamentos são um "negócio" tão grande que é uma seara em que não podemos entrar e nem as autoridades médicas e nem o lobby farmacêutico permitiram que entrássemos. Se o fizéssemos, teríamos que suportar uma enorme pressão. É muito arriscado para nossa empresa. No entanto, conhecemos muitos pacientes que se beneficiaram dos óleos essenciais em situações extremamente graves.
Em que ponto se encontra então a aromaterapia?
Hoje nos concentramos sobretudo na luta contra as infecções: fungos, bactérias (inclusive aquelas que alguns antibióticos já não se mostram mais efetivos), vírus, parasitas... Eu uso os óleos essenciais quando estou em países tropicais, como proteção contra a malária. Essas são as grandes áreas para se trabalhar atualmente. Pranarôm, e com ela o Colégio de Aromaterapia Dominique Baudoux, estão presentes na Bélgica, França, Suíça, Itália, Hungria, Canadá, Japão, Taiwan, China, Chile, México. O mundo se abre à aromaterapia. Ensinamos sobre ela nas faculdades de Farmácia da França, Bélgica e norte de Marrocos. Somos convidados por estas instituições porque consideram que os futuros farmacêuticos devem ter conhecimento sobre aromaterapia. Quiçá algum dia também consigamos ensinar nas faculdades de medicina.
Qual é a situação na Espanha?
Ministramos um curso na Universidade de Saragoza. Basta uma primeira experiência para que outras universidades se interessem. Além disso, à medida que os produtos sejam encontrados facilmente em farmácias, crescerá a demanda por informação de qualidade.
Outro campo a se explorar é o da psicoaromaterapia.
Os óleos essenciais podem ser considerados medicamentos porque são moléculas e isso tranquiliza muito os cientistas, porém são também dotados de uma energia extraordinária, têm um poder vibratório que é magnífico para as terapias energéticas (reiki, reflexologia, massagens energéticas, etc). Além disso, por via olfativa transmitem uma mensagem emocional que os neurorreceptores olfativos conseguem captar. É muito interessante porque podem-se criar ambientes relaxantes ou estimulantes, simplesmente difundindo um óleo essencial. Assim, eles podem ser utilizados para atuar sobre o comportamento das pessoas.
E por que isso ocorre?
Hoje o sentido do olfato é o único que continua sendo um mistério. Não sabemos como funciona. É complicado porque ele se encontra no cérebro, no centro límbico, que é onde se concentra tudo o que é relativo às emoções e à memória. Uma fragrância provoca uma reação distinta em cada pessoa, por que se associa automaticamente à sua história pessoal, suas experiências afetivas.
Como disse Patrick Süskind em seu magnífico romance "O perfume", conhecendo os óleos essenciais, podemos manipular as pessoas.
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