Surgindo disso o desejo de continuidade, é possível fazer um acordo caso a caso dentro das possibilidades de cada um. A Escuta Pública de Psicanálise (EPP) se insere na tradição das clínicas de atendimento psicanalítico gratuito, que foram criadas há cem anos. A proposta desses dispositivos sempre foi ter uma inserção maior no campo social, democratizando a psicanálise ao enfrentar sua elitização por meio da presença em espaços públicos em plantões de escuta. Em um plantão – presencial ou on-line, como exige o momento –, são feitos acolhimentos pontuais e gratuitos a partir da escuta psicanalítica: uma possibilidade para que o sujeito fale sobre suas questões, angústias, medos e desejos, o que não significa o início de um processo de análise.
É claro que, desse espaço de escuta, pode aparecer um desejo de continuidade, o que não é vetado pela EPP, mas transcende sua possibilidade de atuação. Neste caso, continuamos primando pela democratização do acesso à psicanálise, mas os moldes específicos do processo analítico serão acordados caso a caso, de acordo com as possibilidades do analista e do paciente. Para que esse processo de psicanálise ocorra, é necessária uma implicação continuada tanto do paciente quanto do analista, refletida nos moldes como se estruturará o processo: horários, frequência, locais ou meios, valores etc. A EPP nasceu da união de psicanalistas que integraram a Oficina Clínica de Psicanálise (OCP). Com esse novo espaço, a proposta é seguir ampliando o acesso à psicanálise, por meio da multiplicação de clínicas de atendimento psicanalítico gratuito. Diante dos enormes desafios contemporâneos, cresce a necessidade de atenção à saúde mental da população, e com mais este espaço procuramos contribuir com nossa escuta. ANALISTAS DO GRUPO: Antonio Claudio Fonseca, Bruno Bertoni, Débora Andrade, Christiane Ruggiero, Gleicy Mailly da Silva, Leonardo Chalela, Mariana Menezes, Nathalia Carta, Patricia Bucheroni, Patrícia Farina, Paula Moretti Miguel, Maria Luíza Mendonça, Rubens Linhares e Vássia