09/03/2021
“Eu existo”
Na semana passada, minha terapeuta me passou um dever de casa: fazer um desenho com o tema “eu existo”. É uma questão pessoal, mas senti de compartilhar aqui, pois pode ser que faça sentido para mais alguém.
No desenho, tentei me retratar “desprovida” ou limitada dos meus sentidos (sem nariz, boca ou ouvidos, de olhos fechados e mãos atadas), mas com uma fechadura no meio da minha testa. A chave para essa fechadura? Pendurada na corda que amarra minhas mãos, que se unem num gesto parecido com o de oração.
O engraçado foi que eu não pensei antes de fazer o desenho. Apenas saiu assim. E agora, interpretando o simbolismo, faz todo sentido. A chave para minha “prisão” estava comigo o tempo inteiro, e para me libertar, precisava de mais do que meus sentidos físicos. A minha existência, na verdade, está incompleta até que eu mesma gire a chave e desbloqueie minha visão interior, minha intuição e sensibilidade.
Como sabemos, a realidade do dia-a-dia exige muito de nossa atenção, nosso tempo e energia. São muitas obrigações, preocupações e incertezas para qualquer lado que olhamos. E com esse turbilhão, pode ser que a ansiedade e o medo acabem sendo uma ameaça frequente.
Então, onde eu me encontro no meio disso tudo? Onde está minha subjetividade, minha paz, o meu lugar em toda essa loucura?
A resposta que me fez sentido foi apenas uma: dentro de mim. É um clichê, eu sei, mas é como dizem: “os clichês não nascem à toa”. Cada vez mais, percebo que é urgente que possamos cuidar e nutrir nosso Eu interior para que seja possível passar por todos os desafios aí presentes.
Nosso autocuidado deve ser nossa prioridade, junto com todas as outras obrigações, seja ele como for. Pra mim, essa nutrição está relacionada à minha espiritualidade, que me dá forças ao conectar com minha essência, e com a arte, que me ajuda a me expressar sem precisar da razão. É assim que encontro meu espaço interior - com a subjetividade que me aproxima da minha verdade.
E para você? Se sentir, comenta sobre o seu contato com seu Eu superior. Como você sente que contribui para dar sentido à sua existência?