
25/07/2025
Ao longo das últimas décadas, a medicina reprodutiva avançou não apenas em técnicas, mas também em compreensão. Compreensão de que a família não tem um único formato, e que o desejo de ter um filho pode partir de uma pessoa.
No IPGO, acolher esse desejo é parte da nossa missão. A monoparentalidade, ou seja, quando apenas um dos genitores biológicos está presente no projeto de parentalidade, é uma realidade possível graças aos recursos da reprodução assistida. E tem sido cada vez mais procurada, especialmente por mulheres que decidiram não esperar um parceiro para realizar o sonho da maternidade, mas também por homens que desejam formar uma família com amor, estrutura e intenção.
Para essas mulheres, os caminhos mais comuns são a inseminação intrauterina (IIU) com sêmen de doador anônimo ou a fertilização in vitro (FIV), também com sêmen doado. A escolha entre uma técnica e outra depende de diversos fatores, como idade, reserva ovariana, exames hormonais e histórico clínico. Antes de tudo, realizamos uma avaliação cuidadosa para oferecer a conduta mais segura e com maiores chances de sucesso.
No caso de homens solteiros, o processo envolve o uso de óvulos doados e o apoio de uma cedente temporária do útero, a chamada barriga solidária. Pela legislação brasileira, essa cedente precisa ter parentesco consanguíneo de até quarto grau com o paciente e não pode haver nenhum tipo de compensação financeira, conforme estabelece o Conselho Federal de Medicina. Também são exigidos exames, avaliações psicológicas e autorização do Conselho Regional de Medicina da localidade para o início do tratamento.
Independentemente do caminho, todos os tratamentos seguem rigorosamente os protocolos de segurança e ética. A escolha do sêmen ou dos óvulos é feita por meio de bancos autorizados, com doadores anônimos, conforme exigido pela Resolução CFM nº 2.294/2021. A paciente (ou paciente do s**o masculino) também passa por exames sorológicos, avaliação da saúde reprodutiva, e conta com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.
Mais do que isso, oferecemos acolhimento. Sabemos que optar por uma gestação monoparental envolve coragem, planejamento e, muitas vezes, lidar com julgamentos externos. Por isso, é nosso compromisso garantir que essa escolha seja respeitada, assistida com seriedade e cercada de cuidado da decisão à chegada do bebê.
Família é um projeto de amor. E toda pessoa que sonha com isso merece ser apoiada com respeito, informação e acompanhamento ético.
Se você está considerando essa possibilidade, saiba que estou à disposição para te orientar de forma clara e cuidadosa.
Dr. Arnaldo Cambiaghi – CRM 33.692 | RQE 42074
IPGO – Medicina da Reprodução