27/10/2017
A Sexualidade Feminina e o Clitóris
Tema sempre muito interessante, a sexualidade e o orgasmo feminino foram tratados como tabu ao longo dos séculos. Nosso último post foi sobre o Clitóris, escrito pelo Dr. Guilherme Porto. Agora é a vez da Fisioterapeuta Vany Giannini - responsável pela área na Clínica Moreira Porto e integrante da equipe do ProSex, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP -, falar sobre o assunto. Leiam:
“A pele, nosso maior órgão sexual, desempenha um papel importante na sexualidade humana. Estimulada, faz com que uma série de neurotransmissores entrem em ação e transmitam informações aos genitais para que sejam liberadas secreções estimulando a lubrif**ação local. Os músculos relaxam, o corpo f**a em alerta, a respiração e o coração aceleram a fim de irrigar a zona onde a excitação é mais intensa.
Pesquisas recentes, realizada no ProSex - Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, destacam que um terço das mulheres brasileiras nunca atingiu o orgasmo por penetração, nem por auto estimulação. Dados apontam que 40% das mulheres não se masturbam e quase 20% delas nunca sequer experimentaram a prática. Dados ainda revelam que a imensa maioria dessas mulheres que não atingem o orgasmo não revela o fato a seus parceiros.
Aprender sobre o prazer sexual, tocando o próprio corpo, é o caminho saudável para o autoconhecimento. Saber o que lhe dá prazer é a maneira mais fácil e eficiente para obter uma relação saudável e feliz.
A autoestima é a chave de uma vida sexual promissora. Desmistif**ar alguns tabus que nos cercam no mundo do s**o e explorar nosso potencial fará com que as estatísticas se modifiquem.
A chave de todo o prazer sexual feminino é o clitóris. Órgão com um poder incrível de proporcionar unicamente prazer para a mulher. Sim, esta é sua única função, que foi tão ignorada quanto foi sua existência, durante séculos, nos livros de anatomia, até o surgimento da descoberta sobre sua anatomia e tamanho.
Conhecido como "botão mágico", ele é bem maior do que pensamos. Ele mede em torno de 9 cm e contém aproximadamente 8 mil terminações nervosas (duas vezes mais do que a quantidade encontrada no p***s) e sua grande parte é localizada internamente.
Com a excitação, o fluxo sanguíneo o faz crescer e ele se torna mais rígido e protuberante, quase como uma ereção, quando chega a atingir até 2 cm externamente.
Em 1559, Renaldo Colombo, anatomista italiano, foi o primeiro a estudar o clitóris. Descreveu como um " órgão lindo e muito útil". Muitas teorias caíram por terra, até que em 1998 a urologista australiana Helen O’Connell, começou a entender melhor a constituição nervosa microscópica do clitóris utilizando a ressonância magnética. Ela também desmistificou o famoso ponto G, ponto este nunca encontrado na sua dissecação.
Em 2009, os cientistas Odile Buisson e Pierre Foldes produziram a primeira sonografia tridimensional de um clitóris ereto, similar ao sistema erétil masculino.
Curiosamente, neste mesmo ano, começavam a surgir na América o Vi**ra, como tratamento para disfunção erétil masculina.
Mais uma curiosidade: a Clitoria Ternatea é uma flor de origem asiática e tem características similares ao clitóris. Coincidências à parte, com propriedade medicinal (ricas em flavonoides e antocianinas com atividades antioxidantes), ajuda em transtornos de fertilidade nas mulheres, como regulador do ciclo menstrual e também como um afrodisíaco, entre outras”.