16/11/2025
O convite para voltar ao lar mais importante que existe: a consciência interior.
A vida é feita de verdades, e talvez a mais silenciosa delas seja a essência que carregamos, assim, não é a aparência que sustenta o nosso nome, nem o cenário que nos envolve, é aquilo que repousa por trás do olhar, por dentro da respiração, na parte mais discreta da alma. Como profissional da saúde psíquica, aprendi que toda cobrança é um chamado, e todo julgamento, por mais incômodo que seja, é um convite para despertar. Quando observo o mundo nas ruas, na internet, nos gestos das pessoas, percebo como a essência tenta falar, mesmo quando insistimos em nos esconder na superfície.
Não é um espírito desencarnado que clama, é a nossa verdade interior, cansada de ser adiada, perguntando cada vez mais alto: “Quem é você?” Essa pergunta não oferece conforto. Ela retira máscaras, desmonta personagens, questiona funções. Ela diz que quem eu sou não é o que faço, não é para onde vou, nem aquilo que possuo, e reconhecer isso dói. Dói porque mexe nas bases. Dói porque revela fragilidades. Dói porque nos chama para dentro.
Contudo, ao fecharmos os olhos, enxergamos melhor, silenciamos para escutar o que sempre esteve ali, mas era abafado pela pressa, pelo medo, pela obrigação de parecer forte. E então compreendemos que o afeto tem sabedoria própria, que a empatia carrega uma inteligência quieta, e que a educação emocional é um caminho de sensibilidade. Percebemos que, mesmo de olhos cerrados, conseguimos reconhecer a humanidade do outro, e a nossa também, com equidade, simplicidade e humildade. Deste modo, nesse espaço interno, ninguém precisa se moldar para pertencer ou caber.
Não existe a forçação de barra para provar nada, todavia, há somente a espontaneidade de quem tenta, de quem se doa, de quem está em processo de despertamento.
Eu tento, e continuarei tentando, e ao tentar, aos poucos, me descubro além do que já fui!
Edson Rosa.