01/07/2025
❄️Entre Colheita e Silêncio❄️
Chegamos ao limiar de um novo semestre no Hemisfério Sul — um portal discreto, mas profundamente simbólico. Julho se abre como um campo arado: a terra ainda fria, mas já sussurrando promessas. Estamos entre o que colhemos no verão e o que começa, em silêncio, a germinar no escuro. Um ciclo dentro de outro, onde o que parecia fim é apenas pausa.
O inverno, com sua luz filtrada e seus dias mais curtos, nos convida ao recolhimento — não como fuga, mas como retorno. A introspecção não é ausência, é alquimia. É nesse tempo que sonhamos o que virá. Que escutamos nossos ossos. Que lembramos que há beleza também no repouso. Se o verão nos convida a florir, o inverno nos pede raiz.
Agora, somos chamadas a permitir que o frio nos ensine a escutar. A simplificar. A cuidar do essencial. A aquecer uns aos outros com presença. A tomar um chá lento. A escrever com intenção. A nos sentarmos em roda — mesmo que pequena — e partilharmos as histórias, os silêncios e os desejos para o que virá.
Porque há medicina nas pausas. Há força no que não se mostra. Há vida no que dorme.
Então, querida, neste início de julho, te convido:
Encontre suas aliadas e sente com elas junto ao fogo — literal ou simbólico. Deixe que a quietude do inverno reconecte você com o que é verdadeiro. Não corra. Ouça. Sonhe. Prepare-se.
Este é um momento raro para alinhar-se ao escuro fértil — para descansar profundamente, vislumbrar possibilidades e plantar intenções com o cuidado de quem sabe que o invisível também floresce.
Seja bem-vinda à segunda metade do ano.
Que ela te encontre mais inteira. Mais sábia. Mais sua.