18/12/2024
CARTA DE NATAL
Uma narrativa sobre a INCLUSÃO.
Por: Jony Naim
Prólogo:
Um garotinho, sentado em sua cama, triste, escreve uma carta.
“Querido Papai Noel, escrevo essa carta muito triste, porque sei que não vou ganhar o que vou te pedir tão cedo, e explico o porquê: já sei sua resposta; no ano passado pedi a mesma coisa, e não ganhei. O que pedi é muito simples, na verdade, todos dizem que eu e outros tantos como eu nesse mundo já o tem.
É uma coisa de grande valor para todos, não só para mim e os outros todos dizem que já o tem ou lutam para ter, mas não é isso que vejo e vivo todos os dias, e antes que me pergunte o valor do meu presente, já digo que ele tem um valor incalculável.
Bom, vou te contar a minha história, quem sabe assim fique mais fácil de entender qual é o meu presente e o porquê ele tem esse valor:
Há alguns anos, por um presente de Deus, que me deu a oportunidade de aprender com o adverso e o diferente, nasci “diferente” dos outros. No início, confesso que não notava essa diferença, mas com o passar do tempo fui notando; ela não vinda de mim, e sim, dos outros, até por que, não me sinto diferente, e não sou, porém, há quem diga que vê diferença em min.
Você pode estar se perguntando qual é essa diferença da qual eu tanto falo, e eu respondo: vejo e caminho pelo mundo de um modo diferente, assim como conheço muitos com outras diferenças; elas podem ser um jeito novo de ouvir, de falar, ou até mesmo uma cor diferente na pele, ou ideia diferentes...
Dizem os que se acham “iguais”, que nós “os diferentes” temos que lutar por espaço, pelos nossos direitos, e para que nossa “diferença” seja respeitada... Só que os que se acham “iguais”, tem a ilusão de achar que na igualdade não há diferenças, e eles estão enganados, ou seja, a igualdade por igualdade é burra e insana, pois todos somos diferentes e iguais.
Dito isso, meu pedido a você Papai-Noel, é que um dia, em um futuro próximo, paremos de discutir a inclusão dos que achamos diferentes. Cansei de ter que “parar” minha vida porque a inclusão precisa ser debatida ou feita, sou assim, vim ao mundo assim, então, parem de discutir uma coisa que já passou da hora de ser natural! Esse é meu pedido de natal, e que o mundo se prepare, pois estou vivo e vou viver como sou, tendo inclusão ou não, vou fazer a minha inclusão acontecer”.