20/09/2025
Setembro agora traz comigo um tipo especial de silêncio.
Meu pai faria aniversário hoje. Já se passaram praticamente 1 ano e 7 meses desde que ele partiu, e ainda assim a saudade parece não caber no tempo e muitas vezes, no peito.
A psicanálise nos ensina que o luto nunca é apenas ausência — ele é também presença: de lembranças, de marcas, de vínculos que não se apagam.
O inconsciente insiste em nos lembrar que os laços não se rompem de verdade; eles se transformam.
A vida real é isso: seguir vivendo, trabalhando, estudando, rindo, viajando, planejando… e, de repente, ser atravessada pela falta.
Pela falta do abraço, da presença, do riso, do aperto na bochecha, das ligações de vídeo, de contar sobre minhas viagens, de compartilhar minhas conquistas e ver o quanto ele torcia por mim, pela minha felicidade.
Hoje escrevo não só como analista, mas como filha.
A saudade dói, mas também me mostra o quanto fui amada e o quanto amar deixa raízes.
A falta é também uma forma de presença. E hoje, entre um café, um suspiro e muita saudade, celebro o tanto de vida que meu pai deixou em mim.
“Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ‘tá faltando ele
E a saudade dele ‘tá doendo em mim.”
Feliz aniversário, pai. Sinto sua falta todos os dias! 🩶