Natália Tamaio Desenvolvimento Humano

Natália Tamaio Desenvolvimento Humano Psicóloga de Abordagem Junguiana e Especialista de RH

É comum, em algum momento ou vários de nossas vidas, termos o pensamento de “o que fazer agora?”, seja diante da escolha...
26/05/2025

É comum, em algum momento ou vários de nossas vidas, termos o pensamento de “o que fazer agora?”, seja diante da escolha de uma carreira, da vida adulta com suas cobranças, ou dos boletos a pagar, obrigações a serem cumpridas, declarações de imposto de renda e IPVAs, etc. Embora seja mais comum, esse tipo de questionamento não acontece apenas na passagem para a vida adulta: muitas vezes vemos na clínica pessoas na fase dos 40 anos com a mesma indagação de “o que faço da minha vida? E agora?”.

Inúmeras questões podem explicar estes questionamentos tanto na passagem para a vida adulta quanto para quem já se encontra numa fase mais madura. Porém, um dos arquétipos que aparece com certa frequência e que ilustra uma dificuldade de crescimento psicológico observado em alguns desses casos é o arquétipo do Puer – ou da Puella, expressão latina adequada à mulher. O Puer (que deriva inclusive a palavra “pueril” – infantil) é o símbolo que nos remete à nossa criança interior. Portanto, ele fala da dificuldade de crescermos, sobre ainda olharmos o mundo com fantasias infantis e, de certa forma, resistirmos ao amadurecimento necessário para enfrentar a vida.

Na Psicoterapia, quando o paciente parece constelar este tipo de arquétipo, buscamos entender quais dinâmicas parecem impedir ou atrapalhar um certo crescimento psicológico saudável, uma passagem de fase que todos nós necessitamos realizar para que nosso desenvolvimento psíquico se mantenha em equilíbrio. Quando paramos em uma determinada fase da vida, para Jung, nos encontramos em um “beco sem saída”, que promoverá a repetição de situações e trilhas perturbadoras que não nos permitirão “passar de fase” neste jogo da vida humana, até que elaboremos nossos conflitos e aprendamos novas posições e dinâmicas em nossas relações e nossa postura existencial.

Nas mulheres, isso pode aparecer sob aquele aspecto de acreditar que “alguém ainda vai aparecer para salvar a princesa da torre” e, enquanto esta não se percebe como uma adulta funcional, capaz de dar conta de si, de sua carreira e de sua vida, pode f**ar parada no questionamento de “o que faço da minha vida?”, perdida diante dos inúmeros caminhos possíveis.

Existe um conceito criado por Jung que busca explicar as diferentes formas de ver o mundo: Os Tipos Psicológicos. Já ouv...
05/05/2025

Existe um conceito criado por Jung que busca explicar as diferentes formas de ver o mundo: Os Tipos Psicológicos. Já ouviu falar desta teoria?
Jung a bolou após perceber que pessoas tão inteligentes como Freud e Adler, grandes nomes da Psicanálise, possuíam olhares completamente diferentes para um mesmo fato. Não era sobre quem estava certo ou errado, e sim sobre por qual prisma cada um mirava um diferente conceito ou teoria, pois ambos os olhares e maneiras de expressar faziam sentido e se mostravam corretas com relação ao que eles abordavam.

Com isso, Jung chegou aos Tipos Psicológicos. Para ele, somos divididos em dois tipos já com relação à nossa atitude perante o mundo: Extrovertidos (voltados ao mundo externo) e Introvertidos (voltados ao seu mundo interior). Além disso, somos diferentes na forma como percebemos o mundo e recebemos informações dele: aí podemos ser do tipo Intuição (pessoas que não se fixam nos dados concretos nem no aqui-agora, mas buscam um signif**ado maior dos acontecimentos e as tendências e possibilidades futuras deles) ou do tipo Sensação (privilegia as informações concretas recebidas pelos órgãos dos sentidos, um olhar mais factual do mundo). E em um terceiro aspecto, somos diferentes na forma que julgamos as coisas: ou usamos um olhar de Pensamento (como o nome diz, mais racional, analisando dados e fatos, prós e contras), ou olhamos pelo Sentimento (pelo prisma de como aquilo “bate” para nós e/ou para as demais pessoas, a imagem/sentimento que aquilo passa, qual é o valor pessoal que determinada questão tem para nós, como determinada questão ou pessoa nos faz sentir).

Saber que se é Extrovertido, por exemplo, ajuda a entender que, para seu tipo psicológico, o ‘recarregar’ de energias deverá envolver contato com pessoas, lugares e assuntos diferentes, pois é um tipo muito interessado nas imensas possibilidades que o mundo externo pode trazer. Já para os introvertidos, a bateria se recarrega ao dedicarem tempo para si, geralmente sozinhos: é importante terem um tempo para seus processos interiores, entender como se sentem, quais são seus pensamentos e emoções.

Se você quiser descobrir seu tipo psicológico, me chame para falarmos!

Você quer desenvolver sua criatividade? Acredita que, por exemplo, não é nada criativo em seu trabalho ou no dia a dia?💡...
07/04/2025

Você quer desenvolver sua criatividade? Acredita que, por exemplo, não é nada criativo em seu trabalho ou no dia a dia?
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Cada ser humano tem em si um potencial criativo: nós somos o ponto de partida da criatividade, pois são nossas vivências, predileções, conflitos, vontades, expectativas e receios (e por aí afora) que podem nos fazer pinçar este ou aquele elemento, conectando símbolos, conjecturas e ordenando os pontos selecionados em uma nova forma criadora. Portanto, o ato criativo é o que chamamos na Psicologia de projeção – acabamos olhando e conectando aqueles pontos que fazem sentido pra nós. Então o 1º passo é saber que todos conseguimos, sim, fazer essas conexões e criar algo.
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Podemos dar a essas projeções diferentes signif**ados: criar algo para ordenar, criar uma metodologia, criar algo que solucione um desafio técnico, criar uma arte. No livro “Criatividade e Processos de Criação”, de Fayga Ostrower, a autora, que foi uma artista plástica naturalizada brasileira, defende que é criando que o indivíduo de fato pode sentir-se útil, sentir-se parte do todo e renovar sua força vital. Para ela, o ser humano é incitado a formar, construir e criar coisas como forma de aprofundar sua compreensão de mundo e dar signif**ado à vida. Fayga defende que a criação é mais do que uma motivação, é de fato uma necessidade – o homem não cresce e se desenvolve na vida sem criar.
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Para Fayga, o processo criativo, ainda que integre toda a experiência vivida e seja passível de agregar os aspectos racionais vivenciados pelo indivíduo, é essencialmente intuitivo – portanto, mais próximo do inconsciente. Como os processos de criação ocorrem no âmbito da Intuição, o tipo psicológico Intuitivo pode demonstrar uma maior facilidade de criação de conexões, de olhar o macro, de enxergar correlações. Porém, quem possui o tipo psicológico oposto – o tipo Sensação, mais concreto, que olha mais o agora e confia em fatos e dados que vê pelos cinco sentidos – pode justamente utilizar sua abordagem mais concreta e racional pra separar elementos que ajudem ou entenda serem importantes pra criar algo.
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Quer saber seu tipo psicológico e o que ele signif**a? Fale comigo! 😊

Quem foi Carl Jung e por que eu escolhi seguir a Psicologia Junguiana?Jung me encanta porque para “bolar” sua teoria ele...
31/03/2025

Quem foi Carl Jung e por que eu escolhi seguir a Psicologia Junguiana?

Jung me encanta porque para “bolar” sua teoria ele buscou beber de inúmeras fontes – ele era antes de mais nada um fenomenólogo, estudando os fenômenos do mundo para compreender a psique humana, entender os padrões e pontos que se repetiam em diferentes sociedades e culturas. Com isso, pode-se dizer que Jung, que era psiquiatra, buscou conhecimento não apenas na ciência, mas também na filosofia e na espiritualidade como forma de enxergar o ser humano de uma maneira holística. Para ele, para conhecer o ser humano, além de ser necessário termos um “olhar para dentro” e estarmos conectados com nossa Intuição e nossa alma (nosso Self), também é necessário olhar pra fora, ver as experiências passadas pelas sociedades e pelo indivíduo – que certamente nos afetam e nos moldam também – e entender os aspectos simbólicos da vida, pois são maneiras de nos comunicarmos e fazer uma ‘troca’ com nosso inconsciente.

Ele buscou explorar bases filosóf**as que sustentaram seu pensamento mergulhando nos conceitos dos filósofos Schopenhauer e Hartmann, e depois entrou em contato com Nietzsche. Ao se formar médico, ele ainda afirmava não querer seguir o caminho da Psiquiatria, e só mudou de ideia ao ler o livro de Richard von Krafft-Ebing, um psiquiatra alemão, cuja obra o fez começar a repensar seus caminhos já na primeira página. Jung demonstrou e assumiu ter profundo interesse em entender os ‘intrusos da mente’, e isso se solidificou quando executou seus te**es de associação pois, como mencionei acima, Jung era um verdadeiro empírico: no teste de associação, ele via pessoas de certa forma ‘travarem’ diante de algumas palavras, e isso o fez querer entender o que estava por trás daquilo.

Jung teve ainda contato com Platão, e também utilizava seus conceitos nas análises dos pacientes – como quando teve uma paciente mediúnica e vivenciou o princípio de Platão de que “é impossível olhar para uma coisa feia sem introduzir algo dela na alma e é igualmente impossível estar em contato com o que é belo sem reagir a ele”.

Sempre que falo que sigo a abordagem junguiana, as pessoas querem saber exatamente o que isso signif**a. É difícil dizer...
11/12/2024

Sempre que falo que sigo a abordagem junguiana, as pessoas querem saber exatamente o que isso signif**a. É difícil dizer, pois a abordagem de Jung é ampla e feita de muitos conceitos, mas tentarei explicar algumas de suas bases aqui.
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Jung foi um psiquiatra bastante estudioso e bastante interessado pela Filosofia, e não apenas por estudos da área da saúde. Com isso, suas bases teleológicas – ou seja, como Jung via o propósito da vida e do inconsciente humano – são amplas. Uma de suas principais bases vem de Schopenhauer, filósofo alemão que passou a defender que a vontade criadora do ser humano continha em si um propósito, uma direção – negando sua primeira teoria de que esta vontade seria totalmente aleatória, sem qualquer signif**ado. É daí que Jung tira sua ideia de que a libido (no sentido de energia de vida) tem uma função totalmente diferente da visão freudiana: ela não é um fluxo informe, algo desprovido de sentido, e sim trará um aspecto arquetípico, algo que impulsiona o indivíduo a realizar uma imagem ou um desejo que seu inconsciente quer realizar. Por ser arquetípica, esta energia da libido surgirá do inconsciente em imagens e símbolos, ou seja, ela já possui um “formato” e já comunica algo ao indivíduo, que deve aprender a decifrá-la – como se decifrasse a vontade maior de sua alma.
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Todo o seu olhar para o inconsciente Jung “tira” inicialmente de Hartmann, outro filósofo alemão que, por ter vivido em tempo posterior a Schopenhauer, pôde formular seus pensamentos a partir das ideias prévias de seu compatriota. Com suas observações do inconsciente – e baseado no caso de uma mulher atendida que possuía mediunidade e encarnava uma espécie de persona de uma mulher muito superior a ela -, Jung elabora a lei psicológica geral da compensação, mais conhecida como enantiodromia, quando aparentemente antes de passar a um estágio mais avançado de seu desenvolvimento, um paciente fará algo que o sabote ou mesmo o faça regredir de alguma maneira em sua dinâmica relacional ou de vida. Ele também afirmou que o papel da análise é justamente trazer este inconsciente para a consciência para que este fenômeno da enantiodromia não seja necessário.

Tudo o que sentimos toma conta de nossa casa – ou seja, de nosso corpo. Qualquer emoção que seja ativada pode deixar um ...
06/12/2024

Tudo o que sentimos toma conta de nossa casa – ou seja, de nosso corpo. Qualquer emoção que seja ativada pode deixar um efeito em nosso corpo antes mesmo que ela se torne uma emoção consciente. Isto acontece quando estamos ansiosos e, sem nos dar conta disso, roemos unhas; quando nos apaixonamos e, antes mesmo de notarmos o sentimento, o coração está acelerado; quando paralisamos diante de uma situação e, ao reavaliá-la, percebemos que o choque, o medo e a preocupação é que foram a causa dessa reação.
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Tomando este último exemplo, quando f**amos chocados com algo muitas vezes nos pegamos sem palavras: sequer sabemos, a princípio, expressar nossos sentimentos e o que se passou em nossa cabeça e coração, e muitas vezes não sabemos explicar também por que nos sentimos daquela forma. É aí que se torna fundamental lançar mão de novas possibilidades de expressão, tão ef**azes quanto o método de falar de maneira livre que utilizamos na terapia: desenhar, pintar, dançar, cantar, esculpir, escrever.
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Muitas vezes, estes tipos de tratamento são tidos como “mero passatempo” – vide a quantidade de pais que afirma ter parado de levar a criança ao psicólogo porque “ele/ela só ia lá brincar”. Vivemos em um mundo que supervaloriza os aspectos racionais e concretos, e subestima as demais funções psicológicas (Intuição, Sentimento, etc), por isso a psicoterapia junguiana reforça ser importante que o paciente possa dar vazão a esses outros aspectos de sua personalidade, vivências e expressar suas emoções por meio destas técnicas menos racionais, objetivas e muitas vezes não verbais, a fim de completar a dualidade que somos como seres humanos.
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Estamos revelando quem somos o tempo todo, e qualquer uma dessas expressões pode auxiliar, e muito, no autoconhecimento, na afirmação de uma individualidade e possibilitar uma sensação de satisfação espontânea ao permitir a livre expressão. Como afirmava Jung, o objetivo maior de nossa individuação não é a busca por nos tornarmos perfeitos, e sim por alcançar nosso ser mais profundo, nossa totalidade, a integração de nossos aspectos sombrios e o desenvolvimento saudável das funções psicológicas inferiores, menos utilizadas.

Se você possui um perfil mais “racional e intelectualizado”, tem dificuldade de acessar seu lado mais imaginativo e já p...
02/12/2024

Se você possui um perfil mais “racional e intelectualizado”, tem dificuldade de acessar seu lado mais imaginativo e já percebeu que precisa trabalhar isso, a Psicoterapia Junguiana pode ser bastante útil. Dentro da teoria dos Tipos Psicológicos, pacientes que são do tipo Sensação (uma personalidade que demonstra preferência por tudo aquilo que é concreto, que geralmente assimila e apresenta informações de maneira mais sequencial e linear, passo a passo) podem precisar desse auxílio para desenvolver seu lado Intuitivo e estimular sua vida criativa. Na psicoterapia junguiana temos espaço para diferentes abordagens e ferramentas, como a imaginação ativa, a análise de sonhos ou a arteterapia, a fim de auxiliar o paciente que precisa retirar seus bloqueios conscientes.
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Sempre que utilizamos uma abordagem mais criativa, sem nos preocuparmos tanto com o objetivo e realizando uma ação maneira livre – e isto pode ser uma pintura, colagem, cerâmica, um jogo, uma dança, uma música, um canto, um texto, etc – esta ação terá um efeito sobre o próprio paciente que a criou, pois tudo é sempre criado pelo nosso inconsciente, que está tentando comunicar algo. Assim, ao poder observar o resultado de sua ação criativa, a pessoa deixa de ser apenas um observador passivo de suas dinâmicas, tonalidades afetivas e enfrentamentos, e pode tornar-se capaz de reproduzir de uma maneira mais ordenada aquilo que vive de forma tumultuada em seu inconsciente. Ao produzir algumas imagens sobre nossas vivências (em desenhos ou em textos, por exemplo), nós despotencializamos figuras intimidantes e emoções temerosas. Portanto, pode-se dizer sim que essas abordagens e ferramentas possuem suas propriedades curativas. Tanto a análise dos sonhos quanto as ferramentas citadas acima possibilitam um contato constante com inconsciente do paciente.
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É importante ressaltar também que todos temos necessidade de expressar e dar forma e signif**ados às coisas que vivemos. Porém, é comum ver pacientes mais racionais com certo receio destas técnicas, já que vivemos em um mundo que supervaloriza os aspectos racionais e concretos (vide a nova onda da ‘Psicologia baseada em Evidências’).

Você já percebeu que, ao chegarem à meia-idade, um enorme número de pessoas passa por uma certa crise? Que há uma espéci...
27/11/2024

Você já percebeu que, ao chegarem à meia-idade, um enorme número de pessoas passa por uma certa crise? Que há uma espécie de colapso ou surto que acontece com as pessoas geralmente entre os 35 e os 45 anos, mais ou menos? Costumo sempre contar aos meus pacientes que essa é a famosa “passagem do meio”, momento em que já entregamos, em tese, tudo aquilo que o mundo esperava – trabalho, relacionamentos, família, conquistas, etc – e, livres das expectativas que o mundo nos cobrou até então, começamos a pensar “quem sou eu? O que eu queria ter alcançado DE VERDADE?”.
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Quando a pessoa está nesse “meio da vida”, é um momento decisivo para fazer uma mudança. E é natural que a natureza inconsciente busque o equilíbrio, por isso é comum que vejamos pessoas que tiveram uma primeira metade da vida muito boa - com pais legais, com tudo dando “relativamente certo” e conseguindo alcançar seus desejos – enfrentarem, neste início da segunda metade, um certo sofrimento, porque a vida vai buscar esse equilíbrio de opostos que permite que cada ser humano se conheça por completo e se desenvolva. É também uma fase onde se inicia mais fortemente o pensamento sobre a finitude e a morte.
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Porém, há formas de tornar este período da vida mais rico e signif**ativo, e isto passa realmente por fazer o mergulho em nosso espaço interior e nos tornarmos íntimos dele, amantes dessa matéria da qual ele está cheio, que é a nossa alma. Nossa alma sempre vai buscar a realização de nossa totalidade, ou seja, sermos inteiramente como somos, luz e sombra, e aceitarmos todos esses aspectos. É como se o objetivo de nossa vida fosse de fato retornarmos e reconhecermos essa unidade que somos, sem rejeição a nenhuma das partes.
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Søren Kierkegaard, filósofo e teólogo dinamarquês, já dizia que “precisamos recordar a vida retrospectivamente, mas devemos vivê-la para a frente”. É só ao percebermos, com essa crise da passagem do meio, quantas máscaras e quantas personas foram vividas em prol de cumprir um determinado papel que conseguimos questionar, agora, quem queremos ser nesta segunda etapa.
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“Aprendi muito com os loucos, e isso vem atrapalhar um pouco o conceito de razão.” (Nise da Silveira)🌈Eu acho que nunca ...
26/11/2024

“Aprendi muito com os loucos, e isso vem atrapalhar um pouco o conceito de razão.” (Nise da Silveira)
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Eu acho que nunca vou me cansar de falar dessa mulher revolucionária: Nise nasceu em Maceió em 1905, filha única de um pai que misturava o talento em Exatas (professor de matemática) com Humanas (Jornalista) e de uma mãe das Artes (pianista). Nise sempre foi estimulada a estudar por conta das pessoas com as quais conviviam seus pais: jornalistas, músicos, estrangeiros e artistas. Ela entrou na faculdade de Medicina com apenas 15 anos e era a única mulher da turma.
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Nise tinha em si a semente da revolução: ela conta que seu herói era Zumbi dos Palmares. Acostumada então a questionar o status quo, foi isso que ela fez quando foi trabalhar no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro: negando-se a trabalhar com as técnicas que eram consideradas as mais modernas (e também mais cruéis) da psiquiatria na época, Nise montou a ala da terapêutica ocupacional com os pacientes – os quais ela chamava de clientes – que por muitos eram tidos apenas como ‘loucos’. Ali, seus clientes pintavam, desenhavam, mexiam com cerâmicas e demais possibilidades de arte, transformando aquilo que eles tinham no inconsciente em figuras concretas que produziam um efeito sobre eles próprios.
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Após um tempo, a doutora Nise enviou quadros com as pinturas de seus clientes a ninguém menos que Carl Jung, psiquiatra com o qual ela se correspondia, e ele a convidou para expor essas pinturas em uma exposição - organizada pelo Museu de Imagens do Inconsciente - em Zurique, na Suíça, em 1957. Para os junguianos que na época estudavam as pinturas como expressões do inconsciente, o que se pinta na frente do quadro geralmente é o consciente, e o fundo é o inconsciente, e Jung percebeu que o “fundo afetivo” nas figuras dos clientes de Nise era muito harmonioso. Ele perguntou à Nise que ambiente ela promovia aos clientes, e ela disse que garantia que os monitores que acompanhassem os clientes no hospital durantes as pinturas fossem empáticos. Como se vê, a gentileza e o afeto curam.
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Ainda dá tempo de conferir a exposição da Nise no Sesc Sorocaba – elatermina em 26 de janeiro. Corram!!

Você sabia que, antigamente, nosso inconsciente tinha muito mais espaço em nossa sociedade? Na Roma antiga, por exemplo,...
25/11/2024

Você sabia que, antigamente, nosso inconsciente tinha muito mais espaço em nossa sociedade? Na Roma antiga, por exemplo, qualquer um que tivesse um sonho a respeito do imperador poderia procurar as autoridades e compartilhar sobre o que sonhou. Hoje, vivemos em uma sociedade que nos faz calar este lado, por isso muitos desconhecem a contribuição que teria a análise dos sonhos em sua vida.
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Os sonhos sempre acompanharam a vida de Carl Jung, psiquiatra suíço que criou a Psicologia Analítica. Desde 4 anos, Jung começou a registrar de alguma forma seus sonhos e acompanhar os desdobramentos e/ou signif**ados. A vida de Jung era cheia de experiências práticas e clínicas que acabaram por moldar sua teoria. Por isso, a Psicologia Junguiana traz uma série de conceitos empíricos que Jung criou ao ver situações que se repetiam em sua vida, na de seus pacientes e em outras tantas vivências.
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Quando surge o Livro Vermelho de Jung, considerado uma das obras mais revolucionárias para a psicologia contemporânea e publicado de maneira póstuma (em 2009, quase 50 anos após sua morte), f**a comprovado que o que Jung viveu gerou sua teoria. O Livro Vermelho é uma jornada pelo mundo interior de Jung, no qual o leitor pode acompanhar os questionamentos, os sonhos, as premonições e visões do psiquiatra, e é possível ver como ele interpretou tudo isso.
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Os sonhos são importantes porque nossa natureza inconsciente não nos diz, por exemplo, “estou projetando uma mudança em sua vida”, de maneira objetiva. Nosso inconsciente vai se comunicar por símbolos, por isso a pessoa pode sonhar, antes de uma grande mudança, com uma gravidez, por exemplo (o que não signif**a que ela f**ará literalmente grávida: esses sonhos muitas vezes são relatados por homens).
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Há inúmeros símbolos que podem aparecer em sonhos: um gato no sonho pode representar o feminino da sonhadora; uma piscina ou mar têm a ver com água, que é o símbolo do inconsciente e das emoções. No entanto, é importante que você anote seus sonhos e os leve para a terapia, pois cada símbolo pode adquirir, num determinado contexto, um signif**ado muito pessoal, que um analista pode te ajudar a decifrar.

Segundo dados do último Digital 2024 Global Overview Report, 94.7% da população mundial utilizam a Internet para Chat e ...
30/09/2024

Segundo dados do último Digital 2024 Global Overview Report, 94.7% da população mundial utilizam a Internet para Chat e mensagem, e 94.3% da população utilizam Redes sociais. Tudo o que Chats, mensagens e Redes sociais fazem é nos permitir trocar, conectar, conhecer e encontrar (ou reencontrar, ainda que virtualmente) pessoas. Então, será que estamos, de certa forma, carentes de conexões reais? Estamos substituindo os encontros presenciais por trocas de mensagens e acreditando que isso é suficiente para manter nossos vínculos? Como seria possível estabelecer relacionamentos reais se já estamos criando personas virtuais – identidades que mostramos apenas nas redes e não condizem com nosso eu real?
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Para aqueles que estão em busca de amor e de conexões reais, a tecnologia traz alguns desafios. Zygmunt Bauman, sociólogo que criou o conceito do “Amor Líquido", já dizia que é tão simples adicionar ou excluir/bloquear amigos nas redes sociais que sequer é necessário desenvolver qualquer capacidade de escuta, empatia ou conexão: existe a ilusão de que já somos amigos a um mero clique. Os laços humanos estão cada vez mais frágeis, e as pessoas enfrentam desejos conflitantes de, ao mesmo tempo, estreitar laços e manter certa distância inspirada pela insegurança.
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Como ouvi num simpósio este fim de semana, as doses de dopamina são hoje conquistadas na Internet sem relacionamentos reais e sem esforço (a reação do foguinho às fotos nos stories que o diga!). Quando acontecem os encontros reais, a profundidade traz conflitos que fazem com que os relacionamentos sejam vistos como difíceis, então é mais fácil desapegar do que vincular.
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O amor, e outros tipos de relacionamentos, demandam vulnerabilidade, trarão barreiras e provocações que devem ser vistos como naturais – ou seja, devemos encarar o amor de maneira real, e não idealizada. Na conexão real, não há botão de bloqueio, porém o crescimento proporcionado por poder se enxergar no espelho que o outro nos mostra é transformador – além de trazer, muitas vezes, exatamente aquele colo, escuta e afeto que tanto buscamos para nos tirar da frieza da tecnologia e da modernidade.
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Você sabia que os sonhos podem proporcionar regulação emocional? É possível que nossos sonhos abordem conflitos que vive...
20/02/2024

Você sabia que os sonhos podem proporcionar regulação emocional? É possível que nossos sonhos abordem conflitos que vivemos, experiências difíceis e, ao refletirmos sobre seus signif**ados na psicoterapia, tornamos estes conflitos conscientes, o que eventualmente faz com que lidemos melhor com uma situação que antes causava afetos intensos e/ou perturbação.
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Um sonho trará inúmeras conexões com partes e situações de sua vida, mostrando-se um material muito rico para nosso autoconhecimento. Mas é preciso necessariamente estar passando por psicoterapia para analisar sonhos e vivenciar essa regulação emocional? Não, mas com certeza a discussão sobre as possibilidades de simbolismo nos sonhos serão muito mais ricas e permitirão que o paciente enxergue algo que, envolvido na questão, não estava vendo. Por isso, trazer seus sonhos para a sessão de terapia pode deixar o processo muito mais produtivo.
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Os temas que podem aparecer em nossos sonhos são diversos: traumas, vínculos, separações, dificuldades, autoafirmação, autoestima, entre outros. Porém, é importante saber que o inconsciente não se comunica de maneira literal: a forma como nos comunicamos é uma maneira mais “lógica” e convencionada pelo social, com uma série de regras que permitem que entendamos uns aos outros, e apreendida apenas por nosso consciente. O inconsciente vai entender e ‘falar’ de tudo por meio dos símbolos, que são diferentes de signos: signo é quando eu digo “leão” e você pensa exatamente no animal que chamamos de leão. Já símbolo é tudo aquilo que você recebe como comunicação inconsciente quando eu falo “leão”: a ferocidade, a representação de uma liderança na selva, a imponência, etc. Um leão SIMBOLIZA tudo isso, e é desta mesma maneira que nosso inconsciente se comunica, especialmente nos sonhos!
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“Ah, mas eu quase não sonho...”. A neurociência já diz que um cérebro estimulado produzirá mais sonhos – por isso, é preciso passar a mensagem de que você está interessado em saber o que seu inconsciente quer comunicar: falar de seus sonhos na terapia e manter um caderno onde se anota os sonhos são algumas das ações que podem estimular essa comunicação e fazer com que você sonhe mais.
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Endereço

Sorocaba, SP

Horário de Funcionamento

Segunda-feira 18:00 - 22:00
Terça-feira 18:00 - 22:00
Quarta-feira 18:00 - 22:00
Quinta-feira 18:00 - 22:00
Sábado 09:00 - 18:00
Domingo 09:00 - 18:00

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