20/05/2023
❤️🩹Ah, a vida...
Nas férias de janeiro eu e minha família alugamos um sítio para ficarmos durante 5 dias. Quem conhece a história ri comigo, porque sabe que fui iludida e que este lugar para mim se chama pseudo Minas.
Neste sítio encontrei estes mosaicos e desde então penso em fazer esta postagem, porque o mosaico é uma analogia utilizada por mim durante os meus atendimentos.
Digo aos meus pacientes que o sofrimento é um caco na mão, um pedaço de azulejo em que não vemos muito sentido mas, ao encontrarmos um lugar para ele no mosaico da nossa vida ele ganha sentido, então muitas vezes o que era dor vira saudade, gratidão, aprendizado, e tantas outras coisas... Deste modo se torna um pedaço da nossa história, da nossa história de vida ou da história da nossa vida e essa história, esse mosaico da nossa vida só é concluído no dia que partimos.
Ou seja, sempre existe a possibilidade de alteração no mosaico da nossa vida ou no mosaico que é a nossa vida.
As experiências vividas podem ter o seu sentido, os seus significados alterados no decorrer da nossa existência e talvez isso aconteça a partir do momento que compreendemos que caberá a nós escolher o lugar onde colocaremos este caco e que este caco compõe a vida e a vida não se resume ao caco.
E aqui me vem esse pensar na terapia apresentado por Bilê, como o espaço em que existe esse outro que é o terapeuta, que a cada sessão tá ali com paciente para recolher os pedaços da sua história, pedaços que muitas vezes estavam esquecidos, dispersos, diminuídos, aumentados e que ao serem recolhidos formam um desenho que vai ganhando sentido e que ele pode reconhecer como sua vida, como sua história, como seu mosaico.