24/07/2025
Há experiências que não deixam cicatrizes visíveis, mas alteram profundamente a forma como alguém passa a viver. O ataque de pânico é uma delas. Mais do que os sintomas intensos e assustadores, como falta de ar, coração acelerado, tontura ou sensação de descontrole, o que muitas vezes perdura é o receio constante de que tudo aquilo volte a acontecer.
Esse receio tem nome: medo do medo. Ele se instala de forma silenciosa e faz com que a pessoa se torne hipervigilante, atenta a qualquer sinal do corpo, temendo que uma nova crise se aproxime. Com o tempo, essa vigilância pode transformar a rotina em um território de insegurança e limitação.
Aos poucos, a vida vai sendo moldada por evitamentos: lugares deixados de lado, encontros cancelados, atividades que antes traziam prazer substituídas por isolamento e precaução. E tudo isso não por falta de vontade, mas por um desejo legítimo de se proteger daquilo que foi profundamente desconfortável.
É importante dizer: sentir medo após uma crise de pânico não é exagero, nem sinal de fraqueza. É uma resposta humana a uma experiência que o corpo e a mente interpretaram como ameaça. O medo, nesse caso, tenta proteger, mesmo que, sem perceber, esteja também limitando.
Mas, mesmo após experiências intensas no pânico, é possível retomar o ritmo da vida com mais segurança e confiança. Perceber que o medo não precisa comandar cada escolha já é um sinal de que algo está mudando.
A psicoterapia pode ajudar nesse processo, auxiliando a identificar o que está por trás do medo, a lidar com as emoções envolvidas e a construir estratégias para viver de forma mais equilibrada. Esse movimento, por mais sutil que pareça, pode marcar o início de uma nova forma de viver bem.
"O medo de vivenciar novamente uma crise de pânico é legítimo e compreensível. No entanto, é possível quebrar esse ciclo e recuperar a sua saúde mental."
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Dayane Cerqueira
Psicóloga Clínica – CRP 04/61180