06/07/2025
Ser mãe não é apenas exercer um papel. É viver um processo profundo de transformação. A maternidade exige da mulher uma desconstrução constante do ego, uma renúncia silenciosa de desejos momentâneos em nome de algo que vai muito além do instinto: a missão de formar um ser humano.
É um trabalho que ultrapassa o físico. Envolve escuta, presença emocional, coerência entre o que se diz e o que se vive. Uma mãe não é apenas a que alimenta e protege. É a que traduz o mundo para o filho até que ele possa interpretá-lo por si mesmo.
Psicologicamente, a maternidade é uma jornada que convoca para o amadurecimento emocional. Ela obriga a desenvolver tolerância à frustração, paciência diante do caos, humildade diante do que não se pode controlar. É nesse espaço, entre a exaustão e o amor, que nasce a mãe real, não idealizada, não perfeita, mas humana e em constante reconstrução.
Do ponto de vista espiritual, ser mãe é acolher um espírito em formação. É acompanhar um reencontro de almas, onde muitas vezes há acertos cármicos, aprendizados mútuos, reequilíbrios ancestrais. O ventre não gera apenas carne, ele atrai consciências. E o lar, quando equilibrado, é um templo onde essa alma pode cumprir sua missão com mais leveza.
Ser mãe é, portanto, uma experiência de lapidação da alma. Exige coragem para lidar com a culpa, com o medo, com as dúvidas inevitáveis. Mas também ensina sobre entrega, intuição e amor que não precisa ser explicado. Ser mãe é ser canal de luz e, ao mesmo tempo, ser desafiada diariamente a reconhecer e cuidar da própria sombra.
Porque no fim das contas, a maternidade não transforma apenas o filho. Transforma, sobretudo, a mulher. E quando a alma desperta para o sentido dessa jornada, novos caminhos se revelam.