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Psicossomática contextual e psicologia clínica I:Podemos fazer uma visita às idéias de  Sócrates que concebia o ser huma...
27/12/2023

Psicossomática contextual e psicologia clínica I:

Podemos fazer uma visita às idéias de Sócrates que concebia o ser humano de modo algum como constituído somente de substrato material ( O corpo e suas funções orgânicas), mas também de uma essência imaterial constituída de sentimentos, pensamentos e afetos, assim como, é possível ao relermos Hipócrates seu contemporâneo observar sua tese de que há uma unidade organizadora no ser humano passível de sofrer um desarranjo gerando um desequilíbrio provando adoecimento.
Tornar-se possível constatar que desde essa época emerge uma idéia de uma articulação entre o psíquico e o somático cujo fator de desequilíbrio em um afeta o outro. Porém, com o passar do tempo com o surgimento do positivismo de August Comte e do "cientificismo rigoroso" , principalmente por influência de René Descartes e outros teóricos que priorizaram o sintoma e sua localização orgânica, fragmentado a visão de corpo, distanciando assim, as articulações existentes entre o psíquico e o somático. Passando o adoecer do ser tornar-se um cuidado exclusivo do corpo sem levar em consideração os fatores biopsicosssiais.
Com o advento do nazismo em 1930 muitos pesquisadores e teóricos foram para os Estados Unidos dentre eles Félix Deutsch, Alexander e Dunbar, criando-se assim a chamada Escola de psicossomática de Chicago tendo por princípio associar determinados processos de doença e seu sintoma a perfis de personalidade, promovendo a teoria psicossomática da especificidade, levando-se em conta uma categorização universal que descreveria às possíveis causas psicossociais e inconscientes de um grupo enorme de doenças.
No âmbito da psicologia médica, psicologia clínica e ainda ampliando para a psicologia da saúde e hospitalar começa-se a pensar a saúde sob uma nova perspectiva , iniciando -se, deste modo diversos estudos, pesquisas, observações de campo e da prática clínica, embora de início ocorresse uma disseminação de especialistas, cada um em sua área, criando mecanismos e intervenções porém, ainda compartimentado os cuidados, como se pudesse o ser humano por áreas específicas de atuação com base na divisão do cuidado por especialistas. Progressivamente foi possível observar uma aproximação entre os "especialistas" , compreendendo-se a relevância de um trabalho multiprofissional e interdisciplinar.
Em psicologia clínica seja no consultório particular ou nos ambientes institucionais, organizacionais e hospitalares, clínicas de família e postos de saúde Observa-se uma busca por um avanço no que tange lidar com o adoecimento e a saúde nos mais variados âmbitos públicos e privados, apesar de ainda vermos uma grande precariedade e falta de um preparo por parte dos diversos profissionais que atuam na área da saúde pois, embora saibamos que historicamente a saúde mental foi sempre deixada de lado, começa-se a perceber com o passar dos tempos que diversas áreas específicas e de especialidades dentro da medicina em seus congressos têm considerado os fatores psicológicos e sociais que corroboram para o adoecimento e disfunções orgânicas, assim como, para as doenças auto-imunes.
Infelizmente, muitos psicólogos, psiquiatras e psicanalistas não estão bem preparados para lidar com a psicossomática e com o acompanhamento de doenças que afetam e são afetadas por processos psicológicos. Logo, faz-se necessário uma intervenção em psicossomática contextual, que leve em consideração o contexto do paciente, do sujeito em sua urgência psicossomática que necessitam de cuidados efetivos ( De jeito algum milagrosos), efetivos no sentido de se evitar um desserviço, enquadrando o sujeito em uma teoria de modo fundamentalista.
Todas às abordagens são práticas que devem ser respeitadas e, sobretudo, saber que nenhuma por si só irá jamais dar conta de tudo.
Seja psicólogo, seja psiquiatra, seja Psicanalista torna-se imprescindível ter uma leitura crítica articulada às diversas abordagens que trouxeram contribuições para a condução clínica da psicossomática contextual.
Vemos que se pode reler os trabalhos do condicionamento operatório de Skinner e o condicionamento clássico ou instrumental de Ivan Petrovich Pavlov e perceber que teóricos de outras abordagens revistaram sem preconceitos às obras desses e outros pós behaviorismo, pós-cognitivistmo, pós-cognitivismo comportamental. Mas, por ora, vamos ver o que em Skinner podemos reconhecer de contribuição para a psicossomática. Diferente do condicionamento operatório em que se condiciona o comportamento voluntário através de inúmeros reforçadores soltos no âmbito social, muitos deles 'inconscientes' no condicionamento clássico de Pavlov o que se condiciona é o comportamento involuntário. Em Skinner vemos que reforçadores podem gerar mal estar ou bem-estar e, ainda gerar confusões e sofrimentos levando-se a fragilidades no sistema imunológico e distúrbios orgânicos ( Estresses). Em Pavlov temos uma grande descoberta que é a constatação de que o sistema nervoso autônomo, de modo algum é tão autônomo assim, pois, é passível de mudanças provocadas por recompensas( De diversas ordens, inclusive inconscientes) e punições. Pavlov descobre que alterações intermitentes entre os processos de recompensa e punição, assim como, a descontinuidade de uma recompensa geram disfunções orgânicas letais.
E, vamos adiante, em Heidegger temos uma observação de que um sofrimento jamais pude ser mensurado pois, como destacava, de jeito nenhum se pode medir um sofrimento pela quantidade de lágrimas que saem dos olhos de uma pessoa e que aqueles que procuram cuidados psicossomáticos, normalmente são levados a fugir de entrar em contato com o seu próprio ser, escolhendo ao invés de entrar em contato com a angústia e o sofrimento, preferem lidar com a dor física pois, presumem em seu imaginário ter um remédio para a dor ou qualquer outra intervenção médica, evitando assim, entrar em contato com o sofrimento.
Em Carl Rogers a incongruência, nascida do medo da reprovação do outro, da não aceitação do outro, leva a pessoa a abrir mão de sua autonomia, de sua autenticidade e que ao perder sua espontaneidade leva o corpo a um aprisionamento, passando a usar mecanismos de defesas de modo desenfreado, perdendo a criatividade e inventividade. Na abordagem centrada na pessoa, com a aderência dos trabalhos de focalização de Eugene T. Gendlin emerge um manejo clínico que leva o cliente a entrar em contato com o indizível, favorecendo ao processo de cuidado em psicossomática.Na abordagem centrada na pessoa o auto-escutar-se, frente ao indizível, a focalização entra para fazer vez e, o cliente leva para seu cotidiano esse processo, sabendo lidar com o indizível.
Fiquemos por aqui e até a temática II.
Por Roberto de Santa Rosa

Psicólogo CRP 05-17811
Professor universitário

Referências:
Alexander, F(1989). Medicina psicossomática: seus princípios e aplicações. Tradução de C.B Fiscchman. Porto Alegre. Artes médicas.
Baum.WCompreender o behaviorismo: Ciência, comportamento e cultura. Porto Alegre: Ed. Artes médicas sul,1999.

Gendlin,E.T.(2006). Focalização: uma via de acesso a sabedoria corporal. São Paulo: Gaia

Heidegger,M.(1989).Ser e tempo. Petrópolis, RJ: Vozes.( Trabalho original publicado em 1927.

Heidegger,M.(2001). Seminários de Zollikon. Petrópolis,RJ: Vozes.

Rogers,C.(1984). As condições necessárias e suficientes para a mudança terapêutica da personalidade.in J.Wood et Al.( Orgs), Abordagem centrada na pessoa. Vitória: Editora Função Ceciliano Abel de Almeida.

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