24/10/2025
Na encruzilhada onde o vento não dorme,
ergue-se teu nome:
Hécate,
tríplice chama do destino.
Tua tocha rasga o véu do mundo,
onde sombras e presságios dançam.
Tu ris entre o uivo dos cães,
e o luar se curva diante de ti.
Guardiã das portas que ninguém vê,
das escolhas que sangram,
das estradas que bifurcam o ser.
Na noite antiga, teus passos são lei:
um rumo para os vivos,
outro, para os mortos,
e o terceiro, mistério puro.
De teu caldeirão nasce o tempo,
do teu olhar, o esquecimento.
Oh, Senhora das profundezas,
toma-me como chama em teu fogo,
como segredo em tua boca.
Hécate, Mãe do Limiar,
quando meu espírito hesitar entre mundos,
que tua mão me guie,
pelas veredas que só os bruxos conhecem,
e os deuses respeitam em silêncio.