
10/10/2025
O vínculo entre mãe e bebé é o primeiro alicerce da saúde mental.
É nele que o bebé aprende o que é segurança, amor e previsibilidade.
E é nele que a mãe encontra sentido, regulação e força.
A amamentação pode ser uma das formas mais bonitas de construir esse vínculo mas não é a única.
O vínculo também nasce no colo, no olhar atento, nas noites em claro, no toque e nas respostas sensíveis às necessidades do bebé.
No apoio à amamentação, é fácil olharmos apenas para a amamentação em si: para o leite, a pega, os mil detalhes técnicos.
Mas o que realmente precisamos de cuidar e proteger é o vínculo entre a mãe e o bebé.
Porque, mesmo quando a amamentação não acontece como se sonhou, o vínculo pode, e deve, continuar a crescer, forte, seguro e inteiro. E precisamos ajudar a mulher a encontrar a sua possível história de amamentação, ao mesmo tempo que desfruta do seu bebé e aprende a conhecê-lo e a se relacionar com ele!
Há também um discurso que tende a associar amamentação a amor.
Mas amor e amamentação não são sinónimos.
O amor manifesta-se em todo o cuidado: no colo, na escuta, na paciência, na presença.
E a amamentação não depende apenas do esforço da mulher. Depende do apoio, das condições, do contexto, do sistema que a envolve.
Hoje, no Dia Mundial da Saúde Mental, penso ainda mais nisto.
E penso porque a minha mãe foi-se embora hoje, depois de passar meses connosco.
Veio ajudar-nos, cuidar de nós, estar presente num momento difícil para a nossa família.
E eu, que fui amamentada durante pouco tempo, sei que o vínculo não dependeu disso.
Aos 36 anos, continuo a sentir o colo da minha mãe.
E percebo, de forma ainda mais clara, que o vínculo não nasce só do leite.
Nasce do cuidado, da presença, do amor real.
Porque o que protege a saúde mental, da mãe e do bebé, não é a perfeição,
é a presença.
É o cuidado real.
É saber reparar, mesmo quando algo falhou.
💛 O vínculo é o início de tudo.
E cuidar dele é cuidar da saúde mental de duas pessoas ao mesmo tempo.