18/07/2025
O recente caso de abuso sexual envolvendo menores contra uma menina deve ser um alerta profundo e urgente para todos nós enquanto sociedade. Apesar da justiça não poder responsabilizar criminalmente os agressores por serem menores de idade, não podemos ignorar a gravidade do ocorrido nem os seus impactos devastadores na saúde mental e no bem-estar da vítima.
Mais do que uma questão legal, este é um problema de fundo social, educativo e de saúde mental. Crianças que reproduzem comportamentos abusivos estão a espelhar algo que aprenderam — seja em casa, nas redes sociais, na comunidade ou na ausência de orientação responsável. Precisamos urgentemente repensar o papel da família, da escola e da sociedade na formação das nossas crianças.
É preocupante que em muitos lares, as conversas sobre respeito, consentimento, emoções e sexualidade saudável ainda sejam tabu. A omissão parental e a falta de diálogo são tão perigosas quanto a própria exposição a conteúdos impróprios e violentos.
👉🏾 O que está a faltar não são apenas leis mais severas, mas acções consistentes de prevenção e educação. Precisamos de:
• Apoio psicológico especializado para todas as crianças envolvidas — tanto a vítima quanto os autores — porque todos estão feridos emocionalmente, mesmo que em papéis diferentes.
• Educação sexual integral e com base nos direitos humanos nas escolas e nas comunidades.
• Formação contínua para os pais sobre parentalidade consciente, disciplina positiva e como proteger e orientar os filhos no mundo digital.
Este caso não pode ser apenas mais uma polémica de internet. Deve ser um chamado colectivo à responsabilidade e ao cuidado.
Porque quando uma criança sofre violência, todas as nossas estruturas estão a falhar. E quando outras crianças praticam essa violência, o alerta é ainda maior.
👣 Que possamos construir uma cultura de paz, empatia e protecção — para todas as crianças, sem excepção.