Chispes e Couratos

22/08/2019

12/12/2018

Há um grupo de portugueses que está reunir apoios para importar os “coletes amarelos” para Portugal, já no dia 21 de Dezembro, sexta-feira. Num fim-de-semana que é sucedido de dois dias dedicados às festas natalícias, propor sexta-feira, é sugerir a todos os portugueses um fim-de-semana ainda mais prolongado. Lembro que já o 25 de Abril foi a uma quinta, nenhum capitão se atreveria a fazer revoluções a um sábado.
O Governo nem tem de dar muito em troca, basta decretar o pagamento por inteiro do dia dedicado à manifestação de justas indignações. E os portugueses só terão de usar os coletes enquanto fazem as compras de Natal. Até o Marcelo e o Costa vestirão o colete para se solidarizarem com manifestações pacíficas contra contextos internacionais.
Mas nos Chispes instituímos há alguns anos o fim-de-semana de três dias.
Pedimos à organização que altere a data para 20 de Dezembro, véspera de fim-de-semana nos Chispes e Couratos.
Além disso, iremos em breve publicar uma lista de estabelecimentos em que ninguém pode tocar. Tratam-se de restaurantes fundamentais para a afirmação de Portugal no nosso país, o que já não é pouco.

Revoluções, levantamentos, movimentos mais ou menos armados e agitações populares só nos complicam a vida. Imagem tirada daqui.São muitas as dúvidas que se colocam entre os portugueses e a manifestação das suas indignações. Levar as crianças à escola ou fi...

02/11/2018

Falar de “couves com feijões” é falar de “dildos no cú”, tem um efeito devastador em qualquer conversa. Couves com feijões dão um bom logótipo da pedagogia familiar portuguesa das últimas décadas, eram o símbolo do que faz bem mas sabe mal.
Só que o povo é filho da mãe, se é para comer, tem de saber muito bem. Quando só tem pão seco, não chama a CMTV, faz açorda.
Couves com feijões são uma iguaria de Vieira do Minho: couve galega, feijão amarelo, ossos, costelas e entremeadas de porco.
E não me venham falar de ir fazer compras ao Continente e cozer em casa. Esqueçam. Vão ao restaurante Adelaide, em Vieira do Minho. Ide e comei, mas marcai primeiro. Couves com feijões é acompanhante de luxo, raramente tem disponibilidade e é só para alguns clientes.

02/11/2018

Falar de “couves com feijões” é falar de “dildos no cú”, tem um efeito devastador em qualquer conversa. Couves com feijões dão um bom logótipo da pedagogia familiar portuguesa das últimas décadas, eram o símbolo do que faz bem mas sabe mal.
Só que o povo é filho da mãe, se é para comer, tem de saber muito bem. Quando só tem pão seco, não chama a CMTV, faz açorda.
Couves com feijões são uma iguaria de Vieira do Minho: couve galega, feijão amarelo, ossos, costelas e entremeadas de porco.
E não me venham falar de ir fazer compras ao Continente e cozer em casa. Esqueçam. Vão ao Adelaide Restaurante, em Vieira do Minho. Ide e comei, mas marcai primeiro. Couves com feijões é acompanhante de luxo, raramente tem disponibilidade e é só para alguns clientes.

Meter ao barulho de qualquer conversa um “couves com feijões” é falar de “dildos no cú”, tem um efeito devastador no imaginário de muitos portugueses, suspende o gozo todo, dispara os airbags. As couves e os feijões são a símbolo do modelo educativo dos úl...

31/10/2018

A revolução da carne é um documentário da NETFLIX.
Atenção: o documentário apresenta imagens explícitas. Tive de interromper duas ou três vezes para me ir aliviar à cozinha.
É pouco provável que não me venha a arrepender de partilhar isto nestes tempos de escassez de boa carne.
O ensinamento mais importante é que o melhor sabor da carne se encontra naqueles bocadinhos que vós (refiro-me apenas aos parolos à mesa) deixam na borda do prato, a gordurinha.
Nas últimas décadas temos vindo a ser “ampulatados” com carne sem sabor, magra, despojada das suas principais qualidades. Nesta revolução gastronómica sem grande líder, populações inteiras foram reeducadas a apreciarem o não-sabor, a salivarem com o insípido.
Mas há salvação, teremos de proporcionar uma vida feliz às vacas, que nos darão mais e melhores gorduras. E nessa altura, caríssimos, não haverá perdão para quem deixar a gordura na borda do prato. É pecado, é como deitar pão ao lixo.

25/10/2018

Depois do cabrito frito, fomos ao grelhado. Mais um cabritinho ceifado ainda na madrugada da vida para satisfazer os desejos de sete indivíduos.
Mas a moral é uma construção social e o que não faltam são diferentes estilos arquitectónicos e construções clandestinas. Quem cumprir rigorosamente o PDM moral que atire a primeira pedra.
O cabrito grelhado estava, como não vos será fácil conceber, delicioso. E, claro, tivemos direito ao show do Tónio Q**m. Um dos maiores entertainers e comediantes da restauração nacional.
No Baixa a tola há entradas, cabrito, sobremesa, lanche e show por um preço único.

Num dia vamos ao cabrito frito, no outro ao grelhado, ou comprova que somos profissionais focados ou indicia comportamentos obsessivo-compulsivos.É certo que não tenho formação em biologia nem zoologia, mas acredito que deve haver um taxonomia das espéci...

24/10/2018

Cabrito frito com arroz de Fumeiro.
Dizer "vamos comer uns fritos" em alguns meios é um “vamos pinar” gritado a meio da missa.
Os fritos são olhados com horror. Para a maioria das pessoas, comer fritos é fazer s**o sem protecção todas as semanas com várias parceiras e algumas delas casadas com amigos. É desprezível.
Mas este cabrito frito vale bem qualquer castigo.
O arroz de Fumeiro não é acompanhamento. É cabeça de cartaz.



Mais no link da bio @ Braga, Portugal

24/10/2018

Dizer "vamos comer uns fritos" em alguns meios é um “vamos pinar” gritado a meio da missa.
Os fritos são olhados com horror. Para a maioria das pessoas, comer fritos é fazer s**o sem protecção todas as semanas com várias parceiras e algumas delas casadas com amigos. É desprezível.
Mas este cabrito frito vale bem qualquer castigo.

Os fritos não estão na moda, já foram excomungados pelas novas religiões. Dizer "vamos comer uns fritos" em alguns meios é um “vamos pinar” gritado a meio da missa.Comer não é pecado se for para assegurar uma alimentação saudável. Comer fritos é fazer se...

23/10/2018

E quando a caneca parecia ter caído em desgraça na restauração nacional, eis que somos recebidos com o melhor vinho de caneca que já provamos.
Não é a caneca que faz o vinho, é o vinho que faz a caneca. Sejamos honestos, a caneca é mais dada, não parece um balão de um laboratório químico e também alivia qualquer vinho mais asmático. Decantador é o que um homem quiser.



@ Fafe

23/10/2018

E quando a caneca parecia ter caído em desgraça na restauração nacional, eis que somos recebidos com o melhor vinho de caneca que já provamos. Não é a caneca que faz o vinho, é o vinho que faz a caneca. Sejamos honestos, a caneca é mais dada, não parece um...

17/10/2018

Nos chispes, um espaço de liberalidade e de ideias desfeitas, dizemos que atire a primeira pedra quem nunca comeu caracóis. Nós somos fãs de caracóis.
Comparar os insectos com as vacas é que não. Não há picanha de insecto. E se as vacas largam metano, os insectos largam malária e outras que tais.

Ler por aí “grilos altamente proteicos” chega para perceber como vai acabar a história da relação entre os humanos e os insectos. Ainda estamos numa fase inicial e teremos múltiplas etapas entusiasmantes. Grilo em pó ou em folhas a fazerem delícias nos gi...

11/10/2018

“Abril é o mais cruel dos meses” o catano. Entre Setembro e Outubro começa a debandada na restauração nacional, a partida para férias e a desertificação das mesas. E para trás ficou o infame mês de Agosto - o mês sem tabus da restauração nacional.

Bacalhau em São João de Rei, fechado. Vitela em Revelhe, fechado. Frango em Tibães, fechado. Rodovalho na Apúlia, fechado. Polvo no Arco, fechado. Fechado, fechado, fechado. Entre Setembro e Outubro começa a debandada na restauração nacional e a desertific...

11/10/2018

Bacalhau em São João de Rei, fechado. Vitela em Revelhe, fechado. Frango em Tibães, fechado. Rodovalho na Apúlia, fechado. Polvo no Arco, fechado. Fechado, fechado, fechado. Entre Setembro e Outubro começa a debandada na restauração nacional, desertificand...

09/10/2018

Depois da invenção roda, o grande momento da evolução humana foi a invenção da mesa. Porque a natureza consegue ser bastante desagradável.

É inevitável: sempre que imaginamos o paraíso, idealizamo-lo em ambientes naturais, num belo jardim repleto de árvores de fruto, ribeiros e animais com quem se pode conviver em respeito mútuo e de uma forma construtiva. A história da humanidade é, aliás, r...

30/04/2018

Apenas ao alcance de Bob Dylan: música, poesia e uísque. Pode um homem deixar obra mais completa e essencial? O grande Dylan vai agora lançar uma marca de uísque, o "Heaven's Door". O nome remete para a música “Knocking on Heaven’s Door”, mas para os apreciadores é uma descrição poética do lugar até onde nos pode levar este espírito. Não se deixem enganar, só se pode chegar ao céu enquanto se está vivo. Infelizmente, muitos continuam a adiar a viagem.

O músico e Nobel da Literatura, vai lançar em maio uma marca de uísques, a "Heaven's Door", num negócio para o qual conseguiu angariar m...

23/04/2018

Quase todos nós conhecemos pessoas que temem a sensação de embriaguez, como se não houvesse consciência nesse espaço em que se alteram as leis da gravidade. “Daquele momento, e desses já tive muitos, em que ainda temos o domínio da situação e em que tudo ganha um outro sentido. É nessa altura que pensamos a sério nas pessoas de quem gostamos, que decidimos ir em frente com o projecto sempre adiado (como fazer a viagem da nossa vida), que deixamos de temer os obstáculos e perdemos os medos que não nos deixam viver em plenitude. É o momento do sonho, da paz e do amor”. É um momento delicioso e arriscado, que antecede o abismo da bebedeira, mas que vale bem a pena para quem aprecia emoções intensas.
Um excelente texto no Público.

A saúde não é só orgânica e o vinho, além de ajudar a exaltar o prazer da mesa, pode ter outras dimensões metafísicas: alegrar-nos e fazer-nos esquecer, nem que seja por pouco tempo, as dificuldades e os maus pensamentos.

13/04/2018

O facebook acaba de me informar que os meu amigos Paulo Marques, Alexandra Silva e mais 10 pessoas gostam da Taberna do Lopes Steakhouse.
Eu que já fui à Taberna do Lopes pagar 55€ (por pessoa) a beber vinho da casa, comer uma ou duas entradas, uma sobremesa e a famosa posta de carne maturada para três, fiquei com a certeza de que não conheço os meus amigos.
Caros amigos Paulo Marques e Alexandra Silva, vocês gostam da Taberna do Lopes porque gostam mesmo, por puro niilismo, estratégia de marketing pessoal, posicionamento político-ideológico ou foram cliques gerados pelo impacto de ondas gravitacionais?

O facebook acaba de me informar que os meu amigos Paulo Marques, Alexandra Silva e mais 10 pessoas gostam da Taberna do Lopes. Respeito os gostos dos meus amigos, mas a boa saúde dos relacionamentos exige que se preservem alguns espaços proibidos, temas v...

05/04/2018

É urgente explicar aos mais novos que a alheira tradicional não é apenas pão molhado em caldo de carne, salteado com pedaços de gordura manhosos. Não senhor, a alheira já levou carnes boas e óptimas gorduras.
Sempre que vou a Mirandela, fico com a impressão que cheguei a Cidade Juarez, onde não há lei nem justiça para colocar os cartéis das alheiras na linha. No nosso entender, é a cidade mais perigosa do mundo na área dos enchidos.
Nos próximos dias, iremos receber uma encomenda de alheiras vindas directamente de um cartel liderado por uma velhota. Vamos aguardar com expectativa moderada.

A alheira é o produto mais maltratado e corrompido da nossa gastronomia. Talvez por se tratar de enchimento de tripas, os portugueses pensam que podem lá enfiar o que bem entenderem. É urgente explicar aos mais novos que a alheira tradicional não é apenas ...