15/06/2025
Estou cansada da correria. E por isso vivo cada vez mais devagar.
Desacelerei há muito e deixei de acreditar na competição que não nos leva a ganhar nada conosco mesmos, nem com ninguém ("trabalhar enquanto o outro dorme???" , "ir mais rápido para o outro não chegar primeiro", A sério ? A roda já foi inventada, e a pressa mostra algo, mas não é sobre o outro, é sobre quem quer chegar primeiro)
Acredito mesmo que há lugar para todos, e se competição significa um ganhar e outro perder, ou um estar à frente do outro e significar ser mais do que, não é assim que vivo.
Acredito que cada um tem uma forma única de estar, de viver e de alcançar os seus objetivos e que isso não retira o valor de ninguém, nem deixa ninguém para trás.
Aprendi que encontrarei sempre solução, e resiliência, porque, na verdade a vida já me trouxe muitos dissabores, e a resiliência e a coragem fizeram-se presentes e trouxeram crescimento e transformação. Também trouxeram capacidade e maturidade para deixar ir o que é dos outros, inclusive os seus receios e bloqueios.
Estarmos seguros e leves conosco é uma arte e um processo de desenvolvimento pessoal gigante, que nos permite estar em pé, mesmo no meio do caos. Contudo, a vida também dá os sinais quando é hora de ficar para aprender o que as situações nos trazem, ou simplesmente seguir em frente, deixando o que nos faz sofrer, doer, limitar o nosso desenvolvimento.
Não podemos carregar o mundo às costas, mesmo que tentem que o carreguemos, porque é mais fácil responsabilizar os outros, e porque para quem se responsabilizou durante uma vida por tudo, também ocupa esse lugar com facilidade.
Encontrarmo-nos e confiarmos no caminho não exige só coragem, exige maestria dos traumas vencidos, dos bloqueios desconstruídos e a simplicidade de procurar uma vida desacelerada e em colaboração, mesmo no meio do caos, medo e vazio em que se encontra o mundo.
Tudo isto só existe com desenvolvimento pessoal..com autoconhecimento que nos torna responsáveis pelo nosso caminho, não vítimas, nem juízes de ninguém. Porque uma coisa acontece à medida que nos limamos como pessoas: quem passa por este caminho percebe que nós somos responsáveis pela nossa vida, não os outros. E por isso muitos preferem estar confortáveis sem fazer qualquer trabalho, mantendo-se sem responsabilidade, e terceirizando culpas de tudo o que acontece na sua vida.
A lição é: quanto mais para fora ou para os outros olhamos, menos olhamos para dentro, e portanto, pouco desenvolvimento interno fazemos.
Ambas são escolhas.
E quem vê resultados, e só olha para números, não vê o processo nem o que ele custou e trouxe de aprendizagem para lá chegar.