29/08/2025
Vive-se num mundo globalizado, mas com falta de vínculos, numa escravatura virtual de corresponder a um ideal, de preencher um vazio. Nesta sociedade, onde tudo f**a mediatizado - a que Débord denominou de "sociedade do espetáculo" e Lasch de "cultura do narcisismo" - instalam-se o individualismo, a omnipotencia e a ilusão de controlo infantil.
O indivíduo f**a ou instala-se na incapacidade de sonhar, de imaginar uma relação objetal, de construir uma narrativa amorosa (Coimbra de Matos).
Um sujeito assim, desprovido de inter-subjetividade, desvela-se frágil e omnipotente, de um Eu fragmentado, com falta de profundidade e de estruturação. É um nómada, salta de um perfil para o outro. É um sujeito sem limites e sem formas.
A fragilidade, deste sujeito, foi tomando direção para uma busca infinita de satisfações de desejos incentivada pelo consumo de massa e os meios de comunicação. Com efeito, o vazio e o deserto passaram a ser estratégias das sociedades livres. Quanto mais vazio, mais desejo; quanto mais escolhas, mais liberdades. A loucura hipermoderna plasma em conjunto o vazio e o excesso, a era paradoxal.
S. VeigaI; H. LopesII; D. Figueiredo