No dia 10 de Setembro de 2013 nasceu a minha bebé, linda, sossegada, sorridente, meiga e saudável. Aos dois anos numa consulta de rotina fui aconselhada a ir uma consulta de desenvolvimento, a pediatra já suspeitava do que até à data nunca vi (ou não quis ver…)
Em Junho de 2016 recebi a notícia que não queria receber. - A Carolina tem perturbação do espectro do autismo e atraso no desenvolvimento
– confesso que ao ouvir estas palavras, a vida da minha filha passou pela minha mente como se fosse um trailer de um filme que eu já tinha visto estivesse a ser anunciado uma e outra e outra vez….Não aceitei, não vi nada disso…aliás só agora vou conseguindo falar sobre o assunto, mesmo com os familiares mais próximos – até porque se falar estou a aceitar e se aceitar é real… Além do mais eu conhecia a minha bonequinha e não era nada disso...
O mundo perdeu a cor, o cheiro, a luz… e eu? Eu fiquei zangada, revoltada, eu não estava nem estou preparada para fazer o luto da filha que tinha… e receber a filha que tenho – não me interpretem mal eu amo a minha menina com tudo o que ela tem para me dar – mas se me dói a possibilidade de nunca a ouvir dizer que me ama, ou mesmo que sou uma seca, que lhe dói aqui ou acolá, que não quer ir à escola e o que quer no aniversário ou do pai natal… dói e muito (se o que sinto é “dor” – porque o que sinto não me sai em palavras) mas eu tenho de estar de pé com força com esperança, na altura do diagnóstico estava grávida do meu filho mais novo (hoje com 12 meses). A conselho dos médicos era urgente iniciar terapias para que se conseguisse trabalhar o cérebro da Carolina e quem sabe ou melhorar muito ou até fazer cair o diagnóstico… Não querendo acreditar e sabendo que no estado, arrancar com estas coisas demora…avancei eu a meu cargo com terapia da fala (2x por semana) e ocupacional (1x por semana) – afinal, sendo ou não, mal não faz – Coração de mãe é tramado, não é? - Se é o suficiente? Não é…
Em Setembro passado um neuro pediatra confirma o que acima vos confidencio: "Face ao que vejo da Carolina acho que com terapias intensivas tem grandes hipóteses de levar uma vida normal e até mesmo deixar cair o diagnóstico" – Ai se não fosse o ma***to que gere o mundo…
O que falta? Dinheiro… infelizmente o dinheiro, porque se fosse amor, dedicação, carinho, estímulo e crença nas suas capacidades estaria já outra menina – e acreditem que já avançou numas coisitas, que demoram meses a adquirir ela fê-lo em dias. Eu faço tudo…tento tudo, como qualquer mãe pelos seus filhos… Até um cão arranjei, calculem… ponderei muito (cerca de um ano),mas ao ver uma e outra reportagem na TV - disse: - Venha o cão! Com uma menina de 4 anos autista e um menino de 12 meses... É o caos. Mas é um caos cheio de esperança. – se fosse um elefante, acreditem que iria arranjar maneira de o meter no apartamento
Em conclusão:
A Carolina precisa de ajuda…Eu preciso de ajuda… Preciso de um fundo que possa usar para iniciar o quanto antes as terapias intensivas da Carolina (que têm um custo de 10 Mil euros Anuais), tornar a Aya numa cadela de assistência e demais custos com a saúde da minha menina - que acredito que passe a ser um pouco vossa. Aos 38 anos preocupa-me o futuro da Carolina quando já cá não estiver. Quero que seja autónoma, realizada e feliz...E aceite por todos! Quero dar voz à minha fada azul…
Se pretenderem, podem ajudar a Carolina através do IBAN PT50 0007 0000 0038 6418 4162 3 .