26/11/2025
:: encolher para aqui caber ::
vivemos num mundo onde uns pisam…
e outros são pisados.
onde se sorri por fora,
mas por dentro, quase ninguém aguenta mais.
cada um carrega a sua dor,
o seu silêncio,
a sua prisão que ninguém vê.
e às vezes, um coração parte-se
sem barulho,
sem aviso.
apenas… cai.
andamos pelas ruas cheios de pressa
e com tão pouco juízo.
as memórias apertam,
as emoções confundem,
e os pensamentos, esses…
gritam sem parar.
tentamos parecer bem.
mas há dias em que as palavras falham
e a alma… cansa.
vivemos a tentar não sentir demasiado.
a fingir que está tudo bem.
mas o sal que guardamos nos olhos
conta outra história.
há quem pareça navegar um mar calmo.
mas não vemos as tempestades que enfrentam por dentro.
e há quem salte, ame, confie…
e leve a queda sozinha.
no fundo, todos dançamos.
todos queremos acertar o passo.
mas o chão que pisamos
muitas vezes não é firme.
é um tapete.
colorido, bonito,
mas que se pode puxar a qualquer momento.
e nessa dança
de ilusões, expectativas, e jogos de poder
é fácil perder o norte.
mas talvez o segredo não seja parar de dançar.
talvez seja escolher melhor onde e com quem dançamos.
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Este poema faz parte de um livro que ando a escrever desde 2011, com um tipo de escrita e temas diferentes do livro que irei editar no próximo ano, mas que muitas vezes se tocam.
Se sentires diz-me se este poema te impactou de alguma forma.