Tempo para Escutar

Quando termino o dia penso nas inúmeras frustrações que sinto, no dia de trabalho que mais um dia tive que superar, na ida para casa onde me espera alguém mal disposto, sujeito também ao stress diário…Mais ainda, nos problemas sociais que o meu filho tem tido na escola nos últimos tempos…
À parte disso carrego um passado que tem um peso desmedido… Que nunca tive coragem de o contar, nunca tive coragem de transmitir as inúmeras fraquezas, as minhas fragilidades, os meus fracassos…
A dor, a tristeza, a solidão mental, a dor incapacitante de um luto, a melancolia da alma, o desencontro com o nosso eu, a rutura de um amor, o não conseguir sentir nada, a inércia que nos prende e nos limita, o desespero, a revolta que por algum motivo nos vence e não nos deixa manter laços…
Mas…poderei eu partilhar tudo isto com quem? Que não me aponte o dedo…que guarde um segredo…que me ajude a identificar os comportamentos menos favoráveis e substituí-los por outros que me deixem viver em maior plenitude…. Todos nós de alguma forma temos pensamentos deste género…mais ou menos aproximados… Fechamo-nos muitas vezes em nós, e é neste sentido que desenvolvo o meu trabalho… Na procura da melhoria da felicidade dos outros.