08/10/2021
O DESAPEGO – SER QUEM QUERO SER
Para praticar o desapego, deixamos de lado os papéis que assumimos e os rótulos que prendemos a nós mesmos. Embora nossas novas histórias possam ser muito mais interessantes e produtivas para nós do que as antigas, nosso objetivo é parar de nos identificar com qualquer história. Então, não precisamos mais de uma fábula para definir ou desco- brir quem somos. Mesmo os contos arquetípicos dos
deuses e deusas da antiguidade não se aplicam mais a nós, pois, no final, suas lendas também são trágicas. Quando abandonamos todas as nossas histórias, com seus papéis limitantes e identidades confinantes, e nos tornamos um mistério para nós mesmos, estamos praticando o desapego.
Todos nós temos rótulos convenientes que o mundo atribui a nós para descrever
como somos percebidos principalmente: mãe, ativista social, futebolista, assistente, vice-presidente e assim por diante. O problema começa quando acreditamos que o rótulo abrange tudo o que somos e dita como devemos ser. Achamos que devemos ter um determinado conjunto de interesses, crenças e comportamentos e ficamos confusos, envergonhados ou
frustrados quando nos descobrimos pensando, sentindo e operando de uma maneira completamente diferente.
No desapego é forçado a encontrar seu ponto de referência internamente em vez de externamente. Supera o ego, ou personali- dade, e descobre o eu que não pode ser definido tão facilmente. Libera seu apego ao material e ao psicológico - e até mesmo ao espiritual, se você for realmente dogmático - e seu ponto de referência não é mais o seu ego, mas a sua divindade. Separa-se dos rótulos que criou para si mesmo ou que permitiu que fossem criados para si.
O desapego exige que não apenas abandone seus
papéis e suas histórias, mas também abandone a parte de si que se identifica com esses dramas. Quando para de ligar seu ego à pequena identidade de um cônjuge, filho, aluno,
professor e assim por diante, abre mão de suas noções preconcebidas sobre quem é e para de se preocupar se está agradando ou desagradando os outros. Quando para de precisar da validação das pessoas está livre para simplesmente SER QUEM QUISER.