Cuidar de ti

Cuidar de ti Sou médica interna de Medicina Geral e Familiar, assessora de lactação, amante da pedagogia Montessori, da parentalidade positiva.

Através desta página quero ajudar-vos a identificar e fortalecer a vossa rede de apoio!

Este caminho de descoberta da parentalidade começou com este cantinho na nossa casa, começou após ler o meu primeiro liv...
25/02/2024

Este caminho de descoberta da parentalidade começou com este cantinho na nossa casa, começou após ler o meu primeiro livro sobre a pedagogia Montessori em 2020.

A criança é capaz de atingir os seus marcos de desenvolvimento por si mesma. Ela não necessita de um adulto que lhe sente com mil almofadas à volta, nem de um adulto que tente sistematicamente que se coloque de pé, quando não está preparado, nem interessado para tal.

A criança precisa de um adulto que lhe proporcione um ambiente seguro e preparado, de um adulto que esteja focado na relação com a criança e não no check list de marcos atingidos ou não.

A criança não precisa ser comparada com a do vizinho, ou a do primo, ela precisa ser aceite tal e qual como ela é.

A criança não é preguiçosa, nem manipuladora, nem birrenta, a criança é incrível, e precisa que nós adultos nos deixemos de tretas e confiemos nas suas capacidades!

Ao longo dos anos, incomodava-me ouvir "tu queres ser perfeita", "tu não te permites errar", "tu achas que és a melhor m...
10/02/2024

Ao longo dos anos, incomodava-me ouvir "tu queres ser perfeita", "tu não te permites errar", "tu achas que és a melhor mãe do Mundo", "tu colocas demasiadas expectativas"... Ouvir isto incomodava-me de uma forma gigantesca!

Além disso, perante crítica, ou sugestões, seja em que contexto fosse, desde faculdade, à família, ao trabalho, o feedback era sempre o mesmo, que eu não ouvia e me fechava, ... E eu não sabia quanto me fechava.

Em conversa com a desafiei-me a começar a mergulhar neste desconforto, e têm surgido dúvidas e questões interessantes...

O que é a crítica? Nada mais do que o significado que nós lhe atribuímos. O que para ti é uma crítica, para o outro é um conselho. Contudo, se tu carregas a culpa de não te permitires ser, ou a insegurança de seres quem és, o que a crítica te vai espelhar é a dor de não te veres e de não te aceitares.

O que é a falha? Uma oportunidade de aprendizagem que é tanto mais dolorosa, quanto mais culpa tu carregas. A tua culpa é tanto maior, quanto menos te vês, te ouves e te aceitas tal e qual como és, e não como esperam que tu sejas de acordo com o que é normativo para a sociedade em que estás inserida.

Quantas de nós carregam a culpa de não serem quem queriam ser? Todos, de certo modo algures no tempo todos aprendemos que precisávamos ser o que esperam de nós para nós sentirmos incluídos, mesmo que isso implicasse abafar a nossa essência.

A culpa surge quando me confronto comigo mesmo e decido ignorar quem sou, em prole de quem devo ser.

A culpa surge quando não me aceito como incompleto, como um ser perfeitamente imperfeito.

Nascemos incompletos e a vida vai-nos completando.

Quem sou hoje, não pode julgar quem eu fui.
Quem serei no futuro, perceberá que quem sou foi o degrau que lhe permitiu chegar a esse futuro que está a viver.

Num Mundo ao nosso redor, que busca o contacto com a espiritualidade e com a essência individual e da comunidade, a culpa transcende o indivíduo... O que parece contraproducente, mas não é, pois não conseguimos ver-vos como seres imperfeitos.

Num Mundo de parentalidade perfeita, não conseguimos abraçar a realidade tal e qual como ela é: imperfeita, inacabada, mutável.

Confundimos o papel do médico na relação médico doente. Difunde-se que cabe ao médico dizer ao utente que ele tem de faz...
09/02/2024

Confundimos o papel do médico na relação médico doente. Difunde-se que cabe ao médico dizer ao utente que ele tem de fazer para promover a sua saúde, desresponsabilizando assim o utente pelas suas escolhas.

A nível de SNS, ao utente calha o médico que lhe saiu na rifa, que ele não escolhe (pode pedir mudança de médico, mas isso é conversa para outro post)... Ao médico, com formação variada, também calha um utente que desconhece o seu percurso e gostos pessoais. Portanto, podemos ter duas pessoas num consultório em total dessincronia.

O nosso papel enquanto clínico não é impôr o meu conhecimento. O meu papel é transmitir informação atualizada, de acordo com as necessidades do utente que tenho à minha frente.

Se eu tenho uma mulher que não quer amamentar, ainda que eu seja consultora de amamentação, não me cabe a mim julgar aquela mulher porque não quer dar o seu leite ao bebé, cabe-me a mim, acolhê-la e perceber o que leva à sua escolha, o que ela decide depois disso, é com ela, não é comigo

Se eu tenho uma família, claramente disfuncional, que culpabiliza a criança por todos os dramas familiares, mas que não dão o primeiro passo para assumirem a sua responsabilidade de adultos... Eu posso espalhar a semente da parentalidade consciente, mas não posso obrigá-los a tornarem-se conscientes.

Se eu tenho um utente que come tudo o que lhe apetece, bebe o que lhe apetece... e depois procura uma solução milagrosa para a sua saúde, o meu papel é apresentar-lhe o caminho promotor de saúde e o tratamento farmacêutico que se aplica (ou não), agora não sou ninguém para o julgar por continuar ou não a beber.

O papel do médico não é fazer, nem fiscalizar, nem aprovar o comportamento dos utentes.

O papel do médico é informar, informar, informar.
O que os doentes fazem dentro ou fora do nosso consultório são escolhas deles, com consequências para eles.

Assumamos todos as nossas responsabilidades individuais, abraçando as suas consequências.

Esta foto foi retirada no roleplay, mas podia ter sido retirada em qualquer acompanhamento de pré-concepção.Para guiar o...
29/01/2024

Esta foto foi retirada no roleplay, mas podia ter sido retirada em qualquer acompanhamento de pré-concepção.

Para guiar os casais no seu caminho de parentalidade, preciso criar um espaço seguro, que promova a conexão entre nós, para que ambos se sintam disponíveis para partilharem a sua história de vida e para reflectirem sobre o que significa para cada um tornarem-se pais.

Nos olhares entrecruzados e nas palavras que aquecem o coração, vou-me realizando. 💖✨

Resumo de uma semana incrível! No passado domingo vim para Lisboa, sem expectativas, sem saber ao certo quanto conhecime...
29/01/2024

Resumo de uma semana incrível! No passado domingo vim para Lisboa, sem expectativas, sem saber ao certo quanto conhecimento sairia desta formação.

Sabem que mais? O que saiu daqui foi muito mais do que conhecimento... Olhar para o nosso lado e ver diferentes pessoas, de diferentes países a quererem conhecer como funciona o corpo da Mulher, e como podemos ajudá-la a sentir e a conhecer o seu próprio corpo, vale mais do que uma panóplia de horas de estudo com os olhos focados em páginas cheias de letras recheadas de conhecimento.

No olhar destas pessoas encontrei o que não está nas entrelinhas dos livros teóricos, encontrei a esperança, o entusiasmo, a felicidade, o altruísmo, a humildade de quem sabe que nada sabe e que há sempre uma oportunidade de aprender. Até a nossa
primeira instrutora do Sensiplan em Portugal, responsável pela primeira edição internacional em Portugal, estava sentada do nosso lado a ouvir tudo como se fosse a primeira vez ♥️

Estar ao lado de diferentes profissionais, com intervenção em diferentes áreas, com um objetivo em comum... Conseguem imaginar quão gratificante isso é?

Encontrar mais duas colegas de Medicina Geral e Familiar encheu-me o coração, está a haver uma mudança de mentalidade, há pessoas abertas a ir além do que nos traz a faculdade e o "o que nos ensinou quem estava cá antes de nós" sem filtro. Fiquei com o coração cheio de esperança na mudança do acompanhamento da Mulher, desde a puberdade.

Todas nós inseguras, por estarmos a querer mergulhar num conhecimento tão vasto numa língua que não era a nossa... Colegas, quero dizer-vos que superamos todos as expectativas!

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and Anne (Alemanha) e Rafäel (Bélgica) vieram de propósito a Portugal só para aprender o método Sensiplan.

Mafalda Portugal (interna, que encontrou em 2019 como eu) e Sofia Jordão (já especialista), as colegas de MGF que me encheram o coração 💖

Para 2024, decidi seguir o caminho do AMOR, isto é, escolher o caminho do amor próprio e, consequentemente, do amor pelo...
28/01/2024

Para 2024, decidi seguir o caminho do AMOR, isto é, escolher o caminho do amor próprio e, consequentemente, do amor pelo outro.

Quando tomei essa decisão, não percebi que o caminho seria tão desafiante. Desafio-te a refletir comigo !

Quando pensamos em amor em relação ao outro, pensamos nos atos em que nos entregamos de coração, em que cuidamos do outro, oferecemos apoio ao outro, ...
Contudo, quando escolhes tomar esse lugar, o que esperas em troca?

Esperas que o outro haja da mesma forma? Que te ame? Que te trate ou que te diga o que tu queres ou que tu estás à espera?

Talvez te desiludas, e até te custe a aceitar, mas isso é cobrança, não é um ato de amor incondicional.

Quando ajo por amor, eu não espero nada em troca, ajo por amor porque escolhi esse lugar. Se o outro não me trata com amor, é também minha escolha, logo minha responsabilidade, escolher ficar ou não nesse lugar onde não há amor além do meu, que, em boa verdade, não é amor.

Se eu digo agir em amor porque procuro receber amor, é porque continuo em busca do que não tenho em mim, por isso, o que o outro espelha será a ausência de amor.

Quando me amo, me reconheço como suficiente, transbordo e atraio amor, sem precisar de implorar por ele.

Para eu atrair amor, preciso ver-me como fonte de amor. Fonte desse amor incondicional que todos nós procuramos.

Da próxima vez que te sentires a cobrar, permite-te cobrar, reflete se queres continuar no lugar de quem deu condicionalmente, se não queres dar amor, ou se te queres dar por inteiro, mas sem esperar que o outro também te dê... A escolha é tua, claro, mas desafio-te a seguir o caminho do amor incondicional, talvez comeces a ver algumas mudanças a surgirem dentro de ti, e consequentemente no outro. ❤️

Ao permitir-me ser quem sou, mesmo quando isso implica ser ou fazer o que não quero ser ou fazer, estarei mais próxima d...
26/01/2024

Ao permitir-me ser quem sou, mesmo quando isso implica ser ou fazer o que não quero ser ou fazer, estarei mais próxima de viver tal e qual como gostaria.

Quanto mais me aceito, mais em mim estou.

Aceitar-me não é querer excluir experiências da minha vida. Não é querer perder o sentido da experiência apenas porque a experiência não foi o que esperava.

Aceitar-me é perceber que não deixo de ser quem sou porque a minha vida não flui como eu esperava.

Aceitar-me é perceber que faço com as minhas ferramentas tanto quanto estou disponível para fazer no momento.

Aceitar-me é responsabilizar-me pelo que me acontece na Minha Própria Vida, pois tudo quanto nos acontecer é um convite para olharmos para dentro, para o que precisamos ver, acolher e aceitar em nós, mesmo quando é doloroso.

Aceitar-me é valorizar as minhas escolhas.

Aceitar-me é perceber as minhas dificuldades em pedir desculpa.

Aceitar-me é abraçar a minha raiva, a minha fúria, a minha frustração, a minha inveja, a minha cobrança, a minha chantagem... No fundo, é abraçar todas as minhas emoções, mesmo aquelas com "conotação negativa" socialmente.

Aceitar-me é reconhecer que aquilo que crítico no outro, de alguma forma o outro também critica em mim. Isto é, aquilo que crítico no outro é uma oportunidade para encontrar em mim um comportamento similar.

Existe espaço em mim para ser eu, independentemente das expectativas que coloque sobre o que eu deveria ser, sobre o que eu deveria fazer, ou sobre o que eu deveria sentir.

Se o que escrevo te causar estranheza, e até rejeição, convido-te a fazeres o exercício do espelho: o que ela diz incomoda-me, mas o meu sentir sobre o que ela diz, diz mais de mim e daquilo que eu preciso de resolver em mim do que sobre ela.

Se o que eu digo não te incomoda, é porque percebeste que és responsável por tudo o que atrais.

O direito à amamentação em público é universal, não depende se as pessoas à tua volta estão ou não confortáveis. Cabe a ...
25/01/2024

O direito à amamentação em público é universal, não depende se as pessoas à tua volta estão ou não confortáveis. Cabe a ti, só a ti decidires se estás ou não à vontade para o fazer.
Se alguém te disser para parar porque é nojento, ou porque não está confortável, assobia para o lado. 😘

Crianças com cinco anos que necessitem de sesta, isto é, crianças que ficam com comportamentos desafiante, irritabilidad...
24/01/2024

Crianças com cinco anos que necessitem de sesta, isto é, crianças que ficam com comportamentos desafiante, irritabilidade, choro fácil porque lhes falta a soneca diurna, são crianças que estão a compensar durante o dia o sono que não dormem durante a noite. Portanto, é imperativo excluir a presença de um distúrbio do sono, tanto insónia, como apneia obstrutiva do sono!

Why not enjoy today? It will be gone tomorrow ☀️♥️Resumo de um fim de semana reparador, onde houve tempo para repouso, t...
14/01/2024

Why not enjoy today? It will be gone tomorrow ☀️♥️

Resumo de um fim de semana reparador, onde houve tempo para repouso, trabalho, exercício, conexão.

Pequenas decisões provocam mesmo grandes mudanças, e trazem-nos um bem estar gigante.

Depois da tempestade vem a bonança, diz o ditado. Assim foi este fim de semana, depois da depressão Hipólito, vieram dois dias maravilhosos, que assim seja na vida, depois dos desafios, que venha a concretização de sonhos.

🧘‍♀️🌻☀️🌿

16/12/2023
Há um ano estava a casa toda empacotada, prestes a ser enviada pelo barco.Lembro-me da loucura que foi, sozinhos, escolh...
16/12/2023

Há um ano estava a casa toda empacotada, prestes a ser enviada pelo barco.

Lembro-me da loucura que foi, sozinhos, escolher o que ficava e o que ia connosco.

Não quisemos contratar uma empresa, tampouco quisemos gastar férias... Foi uma loucura, e poucas horas de sono.

Houve tardes em que a Alice ficou com a família, e outras em que o entretenimento dela foi pintar as caixas que iriam para os Açores.

Tentamos sempre incluí-la no processo, mas foi desafiante, não pelos seus comportamentos desafiantes, eram poucos, mas sim pelo cansaço, pela sobrecarga.

Olho para trás e fico orgulhosa, mas também olho e reconheço o que pode ser diferente. Não precisamos ser guerreiros, nem aguentar a casa toda nas nossas costas, podemos e devemos pedir ajuda.

🙂

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