10/02/2025
No mês em que se celebra o "Dia dos Namorados", também devemos estar alerta para o fenómeno de violência no namoro.
O caráter de um companheiro/a agressor/a é maioritariamente manipulador e transmite mensagens que reforçam o medo e a culpabilização da vítima. Em certos casos, por outro lado, estar doente psicologicamente pode resultar em manifestações de impulsividade e irritabilidade, que são discordantes do habitual caráter da pessoa, e merecem ser abordados terapeuticamente. Dessa forma, uma apropriação indevida do estatuto de doença mental pode ser usada como tentativa de justificação e (auto)legitimação do agressor, perante a vítima ou a sua comunidade.
A vítima frequentemente acaba por sentir-se culpada pela agressão de que foi alvo, assim como responsável por resolver ou corrigir o que julga ter desencadeado tal atitude do companheiro/a. Gera-se um ciclo vicioso e destrutivo de de maus-tratos físicos e/ou violência psicológica — nas formas de controlo excessivo, ameaça, depreciação e manipulação, comprometendo severamente a saúde mental da vítima, vinculada emocionalmente ao agressor. Um pedido de ajuda por parte da vítima é, assim, muitas vezes rivalizado pel culpa e medo (inclusivamente de abandono).
No caso de nos revermos numa situação destas, pedir ajuda significa ir ao encontro das condições necessárias para compreender o que se está a viver, bem como da segurança para conduzir o processo emocional numa relação saudável (paciente-terapeuta).
Dra. Paula Campos
(imagem de www.saberviver.pt)