
29/09/2025
Caso de 2016.
Paciente referenciada para a consulta de Endodontia após tentativa de acesso ao dente 11 com canal calcificado. Historial de traumatismo na infância e alteração cromática da coroa (amarelecida). Infelizmente perdi a fotografia. A paciente nunca teve sintomas. As respostas aos te**es de sensibilidade pulpar forma negativas. O objectivo inicial seria fazer o tratamento endodôntico e posteriormente um branqueamento interno.
Como já tinha sido feita uma abertura coronária, resolvi prosseguir e continuar a procurar o canal. Após desgaste da dentina com ultrassons, algumas limas, paciência e persistência, foi possível localizar o canal e concluir o tratamento endodôntico com sucesso. Infelizmente não consegui fazer consultas de controlo mas quero acreditar que o dente está a cumprir a sua função.
Mas terá sido esta a abordagem mais correcta?
Sabemos que a calcificação dos canais radiculares pode ser uma das consequências da traumatismos dentários, mas não necessariamente evoluem para uma necrose pulpar.
“Mas o dente não respondeu ao frio!” Correcto. O facto de o canal se encontrar atresiado pode mascarar a resposta aos te**es de sensibilidade produzindo falsos negativos.
Neste caso, e tendo em conta a ausência de outros sinais e sintomas que indicassem a presença de patologia pulpar ou periapical, estaria indicada a realização de um cbct para confirmar a ausência de radiolucências apicais.
Poder-se-ia então tentar um tratamento menos invasivo, evitando numa primeira fase o tratamento endodôntico, e realizar o branqueamento externo do dente em questão.
Caso no futuro se viesse a verificar necessidade de tratamento endodôntico, temos ao dispor algumas tecnologias como o cbct, microscópio e endodontia guiada para nos ajudar a fazer o tratamento com abordagem minimamente invasiva, evitando desgastes excessivos na peça dentária que podem conduzir a fraturas e eventualmente a perda do dente.
Daí a importância de um correcto diagnóstico e planeamento.