25/09/2023
O tema em questão não é simples. Ao longo do tempo, sempre se ouviu a afirmação de que, durante a menopausa, as mulheres necessitam de estrogênio, quando, na verdade, o hormônio que diminui significativamente nesse período é a progesterona. Até recentemente, também se presumia que os hormônios disponíveis no mercado para a modulação hormonal eram idênticos aos hormônios endógenos, ou seja, aqueles produzidos naturalmente pelo organismo humano. No entanto, agora sabemos que esses hormônios são apenas semelhantes.
Antes de tudo, é importante compreender que a produção de hormônios pelo corpo humano diminui à medida que envelhecemos, o que, nas mulheres, não só marca o fim dos ciclos reprodutivos, mas também resulta em uma série de sintomas desagradáveis. Isso se refere ao climatério, o período que antecede a menopausa, e à menopausa propriamente dita. Considerando que o organismo funcionava de forma eficiente até que os níveis hormonais começassem a diminuir, é natural pensar que podemos ajudá-lo a manter sua vitalidade e evitar os sintomas desconfortáveis por meio do fornecimento adicional de hormônios, um conceito conhecido como modulação hormonal.
Agora, por que há tanta controvérsia em torno disso, se teoricamente a modulação hormonal é benéfica para melhorar a qualidade de vida das mulheres? A polêmica surge porque, em vez de os fabricantes produzirem hormônios idênticos aos produzidos pelo corpo humano, eles criaram produtos "semelhantes". E "semelhante" não é o mesmo que "idêntico". Imagine tentar abrir a porta de sua casa com uma chave que é muito parecida com a chave real: você até pode conseguir, mas corre o risco de danificar tanto a chave quanto a fechadura, e, pior ainda, pode acabar impossibilitado de abrir a porta mesmo com a chave correta. Esse é o problema. Os hormônios "semelhantes" ocupam o lugar dos hormônios naturais, prejudicando o organismo e, em alguns casos, impedindo que os hormônios naturais desempenhem suas funções adequadas. Após o uso desses hormônios "semelhantes", as taxas de infarto e câncer de mama entre as mulheres aumentaram. Isso não é uma coincidência. Estudos extensos e rigorosos têm sido conduzidos sistematicamente para avaliar os riscos associados à modulação hormonal usando esses hormônios "semelhantes", e esses estudos têm confirmado que ela aumenta os riscos de câncer de mama, doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde.
No entanto, esse problema está a caminho de ser resolvido, pois, ao mesmo tempo em que a preocupação aumentou com a divulgação dos resultados desses estudos, começou a produção de hormônios com uma estrutura molecular idêntica à dos hormônios produzidos pelo corpo humano. Estamos falando dos "hormônios bioidênticos". Se você está preocupado que, por serem produzidos em laboratório, esses hormônios também possam ser prejudiciais, está enganado. O fato de uma substância ser produzida em laboratório não significa que seja prejudicial, da mesma forma que ser natural não significa que seja segura. O que importa na bioidentidade dos hormônios é que sua estrutura molecular é idêntica à do hormônio produzido naturalmente pelo organismo humano. Isso é o que importa. Se você abrir a porta de sua casa com a chave original que veio com a fechadura ou com uma chave idêntica feita por um chaveiro, o resultado será o mesmo: a porta se abrirá sem causar danos. Para o nosso organismo, também não importa de onde o hormônio foi produzido, desde que seja idêntico ao original. Este é o ponto essencial que as mulheres precisam compreender para discutir com seus médicos e evitar expor-se a riscos desnecessários.