27/12/2023
Jábem perto do ocaso, eu te bendigo, ó Vida,
Porque nunca me deste esperança mentida,
Nem trabalhos injustos, nem pena imerecida.
Porque vejo, ao final de tão rude jornada,
Que a minha sorte foi por mim mesmo traçada;
Que, se extraí os doces méis ou o fel das cousas,
Foi porque as adocei ou as fiz amargosas;
Quando eu plantei roseiras, eu colhi sempre rosas.
Decerto, aos meus ardores, vai suceder o inverno:
Mas tu não me disseste que maio fosse eterno!
Longas achei, confesso, minhas noites de p***s;
Mas não me prometeste noites boas, ap***s
E em troca tive algumas santamente serenas…
Fui amado, afagou-me o Sol. Para que mais?
Vida, nada me deves. Vida, estamos em paz!
Amado Nervo
Esse poema falou muito ao meu coração.
Só fazendo as pazes com o passado somos capazes de vencer nossas feridas do agora.
Os nossos traumas só serão vencidos se aceitarmos nossa participação na vida, nos eventos e por fim colhermos o aprendizado.
Lições que não desejamos aprender.
Ninguém queria. De fato ninguém quer passar uma dor ou ter aprendizados.
Em súmula, só nos resta o aprendizado, diante da dor. Vamos pegar esse embrulho que passamos a vida ignorando, e sigamos em frente.
Forte abraço a todos.