
09/06/2025
Ontem, eu e Duda assistimos juntas ao filme A Substância, via pela primeira vez, ela já tinha assistido com o João . Aqui e acolá conversávamos sobre uma cena, aqui e acolá eu pedia que ela antecipasse o desfecho, mas ela se manteve silente! Na primeira manifestação física do envelhecimento da protagonista, fiz um comentário sobre a dureza da passagem do tempo. Da metade para o final do filme eu estava muito zangada com a versão “ velha” da protagonista e a Duda incrédula como eu estava “ protegendo “ a versão nova da protagonista! Seguimos até o final com nossos sentimentos e opiniões. Hoje de manhã, numa conversa inteligente com amigas da vida, feitas no trabalho, entendi tudo, clareei meus sentimentos e desconforto. A minha “ raiva” se deu porque a protagonista “ velha” não aceitou a passagem do tempo, não respeitou o seu ritmo, suas pausas, suas demoras. A protagonista viu o tempo como inimigo e não como semente de sabedoria, contemplação e possibilidades!
Fiquei mexida com o filme, mas certa de que a noite mais longa de nossas vidas, sempre prepara um amanhecer, é só esperar pelo tempo. O tempo é uma escola, tudo que ele leva, ele revela! O tempo é guardião, tudo que ele atrasa, ele protege! O tempo é um semeador silencioso! O tempo não é contra nós ! O tempo é um bem precioso que todo dia acaba um pouquinho…
Viver em paz com o tempo é como enviar uma carta sem código de rastreio, mas com a certeza de que ela será entregue no destino certo, pois sempre chega.
Tempo, tempo, tempo ! O tempo e suas infinitas possibilidades.
Isabel Teixeira.