17/06/2024
Viver: enganada
Se enxergar: maltratada
Cuidar: descuidada
Se cuidar: desesperada
Se amar: com calma
Esse foi o início do que escrevi na oficina de escrita criativa que vivenciei dois fins de semana atrás no workshop teórico vivencial: ateliê Frida Kahlo promovido pelo com a . Foi marcante poder me ver, mas algo para além me marcou: eu me senti vista e gostei disso.
Ser vista nunca foi meu forte. Sempre acreditei que não tinha muito a mostrar e o que tinha não era importante, por isso, as pessoas não gostariam de TER que me ver.
Mas o que eu não sabia era que mesmo tentando me esconder, estava sendo vista. E imagina só: as pessoas estavam gostando do que viam.
Eu sei que o ideal é todo aquele papo de não precisar da reafirmação dos outros, ter confiança, mas o possível é que sim, eu desejo que as pessoas gostem do que veem. Desejo que achem o que falo importante, eu quero contribuir, já que quem eu sou hoje se formou a partir da contribuição de muitas mulheres.
Vem sendo um trabalho duro entender o que é meu e o que foi construído a partir da necessidade de não ser vista.
Quais ajustamentos criativos vieram à tona ao longo do desafio de me esconder?
Que autoestima é essa moldada a partir do racismo? a partir da não escolha nos ambientes que frequentei?
Bom, eu prometo continuar empenhada em descobrir muito mais, me olhar mais, me permitir ser vista mais e sim, eu espero que vocês gostem do que veem, mas agora eu também prometo continuar empenhada no que EU quero ver de mim.