
21/09/2025
O mundo pode assistir a um retrocesso histórico: a possível extinção do Unaids, agência da ONU que há quase 30 anos coordena a resposta global ao HIV e à aids. Criado em 1996, o programa foi responsável por unir governos, sociedade civil e ciência, garantindo avanços decisivos como a ampliação do acesso a medicamentos, a difusão da PrEP e a redução de mais de 50% das mortes em pouco mais de uma década.
Mas documentos divulgados em setembro de 2025 confirmam que o Unaids será “descontinuado” até o fim de 2026, em meio a uma crise de financiamento provocada, sobretudo, pelos cortes abruptos dos Estados Unidos após a volta de Donald Trump ao poder. Só o PEPFAR, iniciativa norte-americana que sustentava o tratamento de 20 milhões de pessoas (incluindo mais de meio milhão de crianças) foi paralisado. As projeções são devastadoras: até 2029, o mundo pode registrar 6,6 milhões de novas infecções pelo HIV e 4,2 milhões de mortes adicionais relacionadas à aids.
O Unaids sempre foi mais do que uma agência técnica. Foi a ponte entre a ONU, a sociedade civil e as populações vulneráveis, garantindo que o enfrentamento ao HIV fosse também uma luta por direitos humanos. Sua extinção não representa apenas o fim de uma instituição, mas o risco de desfazer décadas de conquistas e transformar milhões de vidas em estatísticas.
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