16/09/2020
Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta, caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der.” (CG Jung)
Na visão de Jung, nossa vida se divide em duas fases. A primeira corresponde a infância, adolescência e inicio da idade adulta e deste modo, num primeiro momento estamos buscando atender as demandas que a sociedade exige de nós (estudo, trabalho, regras sociais, etc).
Entrando em desconexão com o Eu mesmo (aquele não atravessado, o Self), muitas vezes esquecemos de algo muito importante: nosso verdadeiro propósito de vida.
Neste momento, começamos a questionar o que estamos fazendo no imenso do aqui e o que se dará no eterno agora. Jung, comparava esta jornada com o nascer e o pôr do sol, pois aos poucos vamos nos direcionando para dentro de nós mesmos. Neste momento revemos nossos valores, nosso casamento, nossas amizades, nossa profissão. Há uma frase da Fernando Pessoa que expressa bem este movimento:
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma de nosso corpo. E esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia... e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
É preciso coragem para fazer a travessia, desapegar de pessoas e objetos, e sabemos que não é uma tarefa fácil. Contudo, pode trazer grandes benefícios, dando um novo sentido para nossas vidas.
Muitas vezes permeado de dor, fitar os olhos em um horizonte que aponta e nos leva a encarar nossos complexos, nossos traumas, defesas e crenças é um desafio e tanto.
Entretanto, a nós cabe avançar ou ficar a margem de nós mesmos, como diz Jung: “Quem olha para fora sonha, e quem olha para dentro, desperta”. Por luz em nossa obscuridade, aceitar nossas sombras pode ser difícil, mas pode revelar também onde estão nossos tesouros.
Vem Gestaltear comigo 🌻🤝
Jaqueline Muros
Psicologia Clínica
Pós Graduanda em Neurociência e Reabilitação
Especialista em Work Care