11/05/2025
O que será que uma mãe faz, além de ser mãe?
Ser mãe é intenso, ambivalente, fundante.
Ser mãe, é mais do que um papel: é um laço marcado por amor, desejo, falta e, por vezes, dor.
O amor materno é real, mas não ideal.
Freud nos ensinou que o amor materno é a primeira experiência de acolhimento, mas também o primeiro campo de conflito.
Winnicott lembrou que a mãe suficientemente boa é aquela que se permite falhar, abrindo espaço para o filho existir como sujeito.
Lacan nos lembrou que não há mãe sem desejo, e que toda mãe é, antes, uma mulher.
A maternidade pode ser laço, mas também prisão.
Há filhas devastadas por mães que não puderam desejar outra coisa.
Há mães esgotadas por nunca terem sido vistas como mulheres.
E há mulheres que, para existir, precisam retomar o que foi esquecido de si.
Neste Dia das Mães, celebremos o amor possível.
Que a escuta se abra, com verdade, para essas mulheres:
As que maternam com presença e desejo,
As que se perderam nesse lugar,
E as que, com coragem, buscam reencontrar-se.
Que toda mãe tenha o direito fundamental de ser mulher também.
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Psicóloga Jecyane
Foto do livro A corda que sai do útero, de Ana Suy.